quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Estudo mostra agravamento da discriminação com mulheres e negros

Estudo mostra agravamento da discriminação com mulheres e negros

Pode parecer paradoxal, mas quanto mais baixo o índice de desemprego – pelos cálculos do IBGE no Brasil estamos no patamar de cerca de 6% desde 2011 – mais difícil fica arranjar trabalho para os setores que sofrem com maior discriminação e rebaixamento de salários.

Encomendado pelo Globo, o Dieese realizou estudo que evidencia que mulheres e negros, além de serem a maioria entre os desempregados brasileiros, também são os que estão procurando serviço há mais tempo.


Se arranjar trabalho para esses setores já é difícil quando o nível de desemprego está em alta, quando a geração de vagas se torna abundante, eles são os últimos a serem escolhidos pelos contratantes.

De acordo com o estudo, entre os trabalhadores que procuram emprego há mais de um ano, 63,2% são mulheres e 60,6%, negros. Entre os que estavam empregados há menos de um ano e não estão mais, a porcentagem fica em 53,9% e 53,3% respectivamente.

Esse quadro vem se agravando na última década. Em 1999, a taxa de desemprego no Brasil era de 20%. Entre os trabalhadores sem serviço há mais de um ano, metade eram negros e mulheres. Já em 2012, com a taxa de desocupação de 10,5%, os mesmos setores já representam 60% dos desempregados há mais de 12 meses.

Nas sete regiões metropolitanas pesquisadas, a faixa etária mais prejudicada pelo desemprego por longo período é entre 25 e 39 anos. 

“A desigualdade aumenta quando as oportunidades chegam. É como uma escada, todos vão subir, mas homens e brancos primeiro” aponta Lucia Garcia, do Dieese, em reportagem do Globo. “O desemprego alto afeta todos, nivela por baixo. Quando a taxa de desemprego cai, atinge de maneira mais persistente os grupos sociais mais vulneráveis”, analisa, ao afirmar que “não há dúvida que há um processo discriminatório”: “Não é por causa de escolaridade, em condições iguais o negro perde”.
  
Com informações do Globo.

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