quinta-feira, 26 de março de 2020

#Coronavírus | Apertem o cinto, o Presidente sumiu

ECONOMIA | Sabe o quão canalha e ineficaz é a ideia de “economia em funcionamento” ou de que “é pior perder o emprego do que o risco de pegar Coronavírus”?

Por Almir Cezar Filho* - Vocês devem ter lido pelas listas de zap-zap e redes sociais nos últimos dias a ideia de "economia em funcionamento" ou de que é pior "perder o emprego do que o risco de pegar #coronavírus", não é? Mas sabia que essa ideia, além de desumana, na prática é ineficaz e canalha, do ponto de vista econômico?

Não vou comentar sobre a ideia de a pandemia seja uma "gripezinha" ou que o perigo se resumiria ou não a um grupo de risco específico. Presumo que OMS e os governos do mundo estão certos.

Mas vamos lá: Se reabrir e houver centenas milhares de mortes, quem arcará com os custos financeiros da morte? Quem bancará as despesas com os doentes infectados? Quem amparará financeiramente os dependentes dos mortos?

E o que se deveria fazer durante essa parada nas semanas decisivas para a sobrevivência econômica das famílias?


Nesse período, o governo distribuiria cestas básicas e cheques de renda mínima aos trabalhadores autônomos, crédito a perder de vistas às microempresas e arcar com o salário dos trabalhadores parados, igual os EUA, por exemplo. Se Trump é uma referência ao Bolsonaro, por que não podia ser nesse tema também?

Quanto ao desabastecimento, a política de "portas abertas" do comércio e "volta à normalidade", não garante nada. Quando os contaminados começarem a cair de cama, não haverá quem produzir ou vender, nem comprar. O pânico e histeria de verdade se instalará.

O que se precisa é montar pelo Poder Público uma rede de abastecimento alternativo, com caminhões com motoristas e trabalhadores com EPIs, barreiras sanitárias nas rodovias e centros de distribuição de alimentos, medicamentos, etc.

E ainda, coordenar que se abra apenas as fábricas e estabelecimentos essenciais para produção, apenas do necessário à calamidade pública. Como também, a contratação emergencial dos desempregados para as ações de abastecimento ou para as unidades de saúde que receberão os doentes.

Depois de terminada a emergência sanitária pela #pandemia, o governo deveria realizar um superprograma de estímulo à economia com crédito público barato as famílias e empresas e obras públicas, novamente igual aos EUA vêm fazendo.

Objetivo do presidente #JairBolsonaro na verdade, não é impedir uma recessão. Mas que os grandes empresários e bancos aliados ao seu governo não tenham perdas de lucros ou prejuízos neste momento de paralisação da atividade econômica.

E pior: que o governo não precise romper com a cartilha econômica do ministro da Economia #PauloGuedes, banqueiro ultraliberal, de austeridade fiscal custe o que custar, continuar.

***

Por Almir Cezar Filho, economista, membro da equipe editorial da Agência de Notícias Alternativas ANOTA e titular da programa Economia é Fácil, pela Web Radio Censura Livre  (www.clwebradio.com/).

#ANOTA
#WebRadioCensuraLivre

(Foto: um meme sem autor identificado - entrevista coletiva do presidente Jair Bolsonaro e seus ministros. O presidente foi substituído na composição por um piloto-automático inflável do filme de paródia "Aperte o cinto que o piloto sumiu...", ladeado à esquerda pelo ministro da Economia Paulo Guedes e à direta pelo ministro da saúde  Mandetta.)

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