terça-feira, 24 de março de 2020

Traduzindo o pronunciamento de 24/03 de Jair: dobrou a aposta, de novo. Ele quer o caos.

Jair insiste na beligerância com governadores/prefeitos e maioria da mídia. Minimiza a probabilidade de uma tragédia humana e insiste com sua ladainha de "manter a economia em funcionamento". Prosseguiu no discurso quase piromaníaca de manter "tudo funcionando", custe a que custar, e com falas sobre "histeria", mesmo que negando o bom-senso.

Mas há um cálculo político nisso - mesmo que seja inconsciente. Jair e sua trupe não são loucos. Querem o caos. Querem se eximir da responsabilidade do caos.


Calculam que as prováveis centenas de milhares de mortes pela pandemia, com apoio do seu fã-clube, poder culpar o PT pelos anos de seus governos, as precariedades do SUS, responsavilizar a China, a mal sorte, as doenças crônicas e preexistentes, etc. Não a sua explícita falha de sua coordenação política como chefe da República.

Mas a crise econômica posterior, ele teria dificuldades de se justificar. A economia vinha muito fraca, em desaceleração.


 E para mitigar os efeitos na economia e no emprego, implica agora uma série de medidas anticiclícas, que seria negar em todo o que defendem os fundamentalistas ultraliberais da equipe comandada pelo banqueiro Paulo Guedes. Especialmente se as amplas parcelas do empresariado detentores de lógica escravagista nacional e que lhe apoiam romperem com ele.

Por sua vez, com o discurso de tem que manter "tudo aberto", Jair se isenta. Porá a culpa nas medidas "duras" dos governadores e prefeitos que paralisaram a economia. Se isentando, também nesse caso.

Pelo contrário, Jair e a sua "ekipeconônica" querem usar o terrorismo do desemprego e dos custos da ações de combate a pandemia para aprovar a nova etapa das reformas neoliberais. Usará o medo dos custos ou para suspender/limitar as ações sanitárias e ajuda aos trabalhadores e microempreendedores.

Irão em busca de reduzir os direitos trabalhistas e os salários doa trabalhadores da iniciativa privada, como foi com a MP, explorando o medo da falência e do desemprego. Tentarão aprovar às pressas as tais PECs emergenciais, que mexem nas regras doa fundos orçamentárias e cortar os salários dos servidores públicos com a reforma administrativa.

Mesmo sabendo que há uma dúzia de outros meios para financiar a elevação dos gastos públicos, usarão inclusive a desculpa discurso que "se há trabalhadores sem salários, porque com os servidores seriam diferentes?". Demagogicamente poderão estender o corte de salário aos políticos ou o fundo partidário - mas sabemos que o todo economizado com isso é pequeno para necessidade do presente.

Mas o principal: não querem mexer nos lucros dos grandes empresários e banqueiros, que as medidas mais efetivas, eficazes e eficientes no financiamento das ações de saúde e na mitigação dos efeitos sobre os empregos, resultariam.

E, por outro lado, se as mortes vierem poucas, mesmo que em decorrência justamente das medidas de lockdown (isolamento social) decretadas pelos governadores e prefeitos, ele poderá dizer que a tinha razão em atribuir a pandemia a uma "gripezinha".

Porém, se emergir um caos gigantesco posteriormente à pandemia (seja pela pilha de mortos, seja pela crise econômica), ele pode tentar dispor do uso das Forças Armadas e das parcelas das corporações de segurança que lhe apoiam, para fechar o regime. Algo que sempre ambicionou. Então, o caos é bom pra ele.

O plano Bolsonaro de "empresas abertas" não salvará a economia da crise. Mas o lucro dos donos das grandes empresas e bancos, mesmo que isso custe os empregos, renda e até a vida dos trabalhadores.

E, ele não é louco, nem mesmo psicopata ou sociopata. Fez um cálculo político. E usa os seus escudos-humanos, os milhões de bolsominions, para lhe defendes das críticas.

E nessa estratégia que Jair e seu círculo miram, mesmo com aumento dos panelaços, a queda da popularidade e um franco sentimento pró impeachment rolando. Por isso, Jair dobrou a aposta, de novo.

Jair não é um bonapartismo convencional que vende ordem e paz social, mesmo que a ferro-e-fogo. Precisa do caos. Cresce no caos. Por isso mesmo, o povo precisa derrotar imediatamente Jair.

Em defesa de nossas vidas e de nossos vizinhos, colegas e entes queridos. Em defesa dos nossos empregos e salários. Em defesa de nossos direitos. Antes do pior. Pro pior não vir.

#ForaBolsonaro
#ForaPauloGuedes
#Coronavírus
#Pandemia

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