do blog Luís Nassif
Um dos grandes problemas da análise macroeconômica é não haver conhecimento sistematizado sobre o que acontece na microeconomia. Esse desconhecimento pode levar a enganos complicados.
1. No setor de máquinas e equipamentos, hoje em dia 10% das máquinas vendidas pelas empresas como sendo nacionais são importadas da China. O empresário importa, coloca seu selo, vende sem riscos, ganha sua margem e garante a rentabilidade da empresa.
2. Esse jogo – que elimina emprego e desenvolvimento tecnológico – é contado duas vezes nas estatísticas. Quando importa, entra como investimento. Quando revende, entra como venda nova.
3. No entanto, nas estatísticas permite a alguns cabeções estabelecer correlações positivas entre câmbio apreciado e aumento dos investimentos.
4. Recentemente, a Associação Brasileira de Importadores de Equipamentos procurou a Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos) preocupada com a apreciação cambial. Ante a surpresa da Abimaq – afinal, dólar barato facilitar importações – foi-lhe dito que os clientes estavam importando produtos acabados, em vez de máquinas.
5. Os dados do Banco Central para a entrada de investimentos externos mostram que eles se concentram especialmente em compra de ativos internos ou empréstimos entre companhias. Nos dois casos, não há aumento da capacidade instalada.
6. Quando o câmbio se aprecia, reduz o preço dos novos equipamentos (que podem representar, digamos, 5% do faturamento da empresa) e nos setores traedebles (exportáveis) impacta 100% do faturamento.
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