sábado, 24 de novembro de 2012

Para Bird, Brasil ainda não é país de classe média

Para Bird, Brasil ainda não é país de classe média
Alex Ribeiro | Valor Econômico - 14/11/2012

De Washington - O Brasil reduziu a desigualdade e tirou milhões de pessoas da pobreza nos últimos anos, mas ainda não é um país predominantemente de classe média, sugere um relatório divulgado ontem pelo Banco Mundial (Bird). A maior parte da população está numa zona cinzenta chamada de "vulneráveis". O grupo tem alto risco de retroceder na escala social. Pelo critério adotado pelo Banco Mundial, 28% da população brasileira é de pobres, 32% é da classe média e 38% são os vulneráveis. Cerca de 3% pertence às classes altas (a soma dos percentuais dá mais de 100% por causa de arredondamentos). Os vulneráveis são as pessoas que têm risco maior de 10% de cair na pobreza nos próximos cinco anos.

Com o título " Mobilidade Econômica e a Ascensão da Classe Média Latino-Americana", o relatório divulgado ontem pelo presidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim, desafia outros estudos recentes que afirmam que a maioria da população brasileira pertence à classe média. O Brasil está numa situação semelhante a outros países da América Latina. Na região, 30% são classe média, 30% são pobres, 38% são vulneráveis e 2% são classe alta. Pelo critério usado pelo Bird, pobres são aqueles que ganham menos de US$ 4 por dia. Classe média é quem ganha de US$ 10 a US$ 50. O grupo na faixa entre US$ 4 e US$ 10 é o dos vulneráveis. Quem ganha mais de US$ 50 é classe alta.

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

80% do crescimento do PIB teve origem agrícola

Está ocorrendo no Brasil, uma reprimarização relativa da economia, isto é, as atividades primárias (a agropecuária e extrativismo mineral e florestal produtor de commodities) voltam a ser motor principal da economia nacional, como o eram antes da fase de industrialização, ocorrida ao longo do século XX. Apesar, de que, eventualmente de gente ligado à terra achar isso bom, um suposta valorização das atividades agrícolas em proporção do PIB, de fato não o é. Envolve graves prejuízos aos trabalhadores, inclusive do campo.

Essa primarização, como era a do passado, é voltada à produção para exportação, portanto, dependente do mercado internacional. Todo o sacrifício das gerações anteriores está sendo jogados fora, em favorecimento do agronegócio/latifundiários e dos traders internacionais, não menos, com grandes lucros para os banqueiros, e contraditoriamente também para os industriais nacionais e as multinacionais. A única possibilidade real de gerar qualidade de vida para os agricultores familiares, artesões e assalariados rurais e populações tradicionais é com uma indústria nacional forte e autônoma, produtora de maquinário agrícolas e bens manufaturados para os trabalhadores do campo. Fora os riscos à segurança alimentar e nutricional com o predomínio ou hegemonia das atividades rurais pelo agronegócio.

País se torna cada vez mais agrário
Jornal Monitor Mercantil - 13/11/2012 

ANO PASSADO, 80% DO CRESCIMENTO DO PIB TEVE ORIGEM AGRÍCOLA 

Cerca de 80% do crescimento de 2,7% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro registrado em 2011 tiveram origem na cadeia de produção de alimentos e de energia da biomassa. Da parte correspondente à agricultura, 60% foram produzidos no Centro-Oeste. Os dados, divulgados no Seminário "Centro-Oeste, Tempo 3: Bases para o Planejamento Estratégico do Desenvolvimento Sustentável", organizado pelo Fórum do Futuro, apontam para um país cada vez mais dependente do agronegócio. O evento discutiu justamente diretrizes para o desenvolvimento sustentável da região. Segundo o Fundo das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), nos próximos anos, caberá ao Brasil atender a cerca de 40% do incremento da demanda por alimentos do mundo.

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Desemprego ainda atinge mais os negros


Desemprego ainda atinge mais os negros
Monitor Mercantil -19/11/2012

Apesar de ser maioria da população economicamente ativa (PEA), os negros são os que mais sofrem com o desemprego. Os dados constam da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), referente a 2011, feita Dieese em parceira com a Fundação Seade e o Ministério do Trabalho (MTE). O levantamento foi divulgado nesta segunda-feira - véspera do Dia Nacional da Consciência Negra. "Apesar da intensidade da presença dos negros no mercado de trabalho metropolitano, esse segmento populacional ainda convive com patamares de desemprego mais elevados. No último ano, a proporção de negros no contingente de desempregados na maioria das regiões foi superior a 60%, exceto nas regiões metropolitanas de Porto Alegre (18,2%) e São Paulo (40,0%)", diz a pesquisa.


terça-feira, 20 de novembro de 2012

Diferença racial de salário segue no Brasil, inclusive na capital federal

Segundo pesquisa realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e Companhia de Desenvolvimento do DF (Codeplan) a diferença racial de salário segue no Brasil, inclusive na capital federal. Mulheres negras são as mais prejudicadas. Negros são a minoria no serviço público. E entre os domésticos, os afrodescendentes são maioria.Os negros têm mais oportunidades com políticas públicas específicas.

Negros têm mais oportunidades
LARISSA GARCIA | Correio Braziliense - 14/11/2012

Pesquisa Dieese revela que diminuiu o abismo étnico no mercado de trabalho, mas persistem as discrepâncias salariais

Enquanto os negros que vivem na capital do país ainda têm salários menores que os não negros, a taxa de desemprego entre os dois grupos diminui a cada ano. Números da Pesquisa de Emprego e Desemprego no DF (PED-DF) de 2011, realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e Companhia de Desenvolvimento do DF (Codeplan), mostram que a diferença entre não ocupados dos dois segmentos é de apenas 1,9 ponto percentual. Em 2002, a discrepância chegava a quase 6 pontos. O rendimento médio mensal de trabalhadores brancos e amarelos é 55,26% maior. Afrodescendentes recebem R$ 1.737, contra R$ 2.697 dos indivíduos de outros grupos.

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

A dependência da economia ao capital estrangeiro

A dependência da economia ao capital estrangeiro
Cabe ao nosso território e ao nosso povo trabalhar apenas para fornecer matérias-primas baratas para o centro do capital. Essa é a lógica dominante        
14/11/2012  - Editorial da edição impressa 507  Jornal Brasil de Fato
Há um consenso entre as correntes de pensamento econômico, movimentos sociais e partidos políticos de todo o mundo, que a partir da década de 1990 o capitalismo ingressou numa nova fase hegemonizada pelo capital financeiro e pelas grandes corporações internacionais que passaram a dominar o mercado mundial. Assim, o capitalismo globalizou-se e domina toda a economia global; porém sob o comando do capital financeiro e das grandes corporações. As estatísticas mais conservadoras revelam que, passados vinte anos dessa hegemonia, o capital financeiro circulante saltou de 17 trilhões de dólares, em 1980, para 155 trilhões em 2010, enquanto o volume de produção de mercadorias medidas pelo PIB mundial passou de 15 trilhões de dólares para 55 trilhões. Por outro lado, as 500 maiores empresas internacionais controlam 58% de todo PIB mundial, embora empreguem menos de 5% da mão de obra disponível.     
Essa força do capital em sua nova fase atingiu e submeteu a todas as economias do hemisfério sul, entre elas o Brasil. Mais do que nunca a economia brasileira é cada vez mais dependente do capitalismo internacional, ao ponto de nos transformarmos novamente em país agro-mineral exportador e provocar uma desindustrialização da economia, que chegou a pesar 38% do PIB na década de 1980. Hoje pesa apenas 15% da economia nacional.

domingo, 18 de novembro de 2012

14-N: o dia em que o internacionalismo ressurge como força social e política.


Por Valério Arcary*

O dia de greve geral unificada de 14 de novembro de 2012 em Portugal, Grécia e Estado Espanhol, com ações simultâneas como a greve metalúrgica na Itália e outras, seja qual for a sua dimensão e repercussão imediata, entrará para a história como um novo momento do internacionalismo. Nada remotamente semelhante já aconteceu, e isso diz tudo. Esta greve é uma resposta em terreno novo e muito animador. Será um acontecimento extraordinário, mesmo que venha a ser somente um ensaio geral.

O internacionalismo proletário poderá renascer, nesta quarta feira, como uma força social e política capaz de derrotar a Troika. Se a união do movimento operário e sindical com os movimentos sociais de juventude vier a se consolidar estará aberta uma nova situação política no Mediterrâneo. Estarão começando a serem reunidas, quiçá, as condições para impor aos governos uma nova relação de forças, ameaçando todos os planos de austeridade.

O capitalismo está se confrontando, a cada crise (1990/92; 2000/2001; 2008/12), com seus limites históricos. A perspectiva de situações revolucionárias nos países mediterrânicos da Europa está mais próxima. Contudo, paradoxalmente, as duas premissas anteriores não permitem ainda concluir que o socialismo está mais perto. Porque o futuro do socialismo depende da afirmação de um sujeito social com disposição de luta, consciência anticapitalista, e organização independente capaz de atrair para o seu projeto a maioria dos oprimidos. Esta afirmação só será possível com uma capacidade de ação internacionalista. Por isso a greve geral de 14 de novembro será um momento magnífico de resistência, ou seja, uma demonstração de que há energias no proletariado da Europa, aquele que tem maior tradição histórica no mundo.

sábado, 17 de novembro de 2012

E se os bancos privados parassem de criar moeda? Simples, o fim do caos financeiro

Uma séria e estruturante proposta para acabar com o caos financeiro mundial é simplesmente proibir que os bancos privados emitam moeda. Essa é a conclusão de um estudo patrocinado pelo FMI. É, vocês sabiam que os bancos privados também criam bilhões em moeda todos os dias? Pois sim, emprestando dinheiro que eles não tem inventados em seus livros contábeis.

Uma proposta nada modesta

Antonio Luiz M. C. Costa | Revista Carta Capital

Um ato legislativo poderia acabar com a dívida pública e grande parte da dívida privada, fazer a economia crescer cerca de 10% e quebrar o poder do setor financeiro sobre o mundo. Não é papo de botequim, nem palavra de ordem de panfleto de extrema-esquerda, mas a proposta de The Chicago Plan Revisited, um estudo patrocinado pelo Fundo Monetário Internacional, elaborado por dois de seus economistas, o tcheco Jaromir Benes e o alemão Michael Kumhof.

Recordemos como um banco privado cria moeda. Quando um cliente A deposita 100 reais na própria conta o banco pode emprestar a mesma quantia a um cliente B, que paga uma despesa a um cliente C, que deposita o ganho no banco, que empresta a D, que paga a E, que deposita no banco e o ciclo se repete indefinidamente. O primeiro cliente continua a dispor dos 100 reais que depositou e que continuam a existir na sua conta. Mas os 100 do cliente C também passaram a existir, bem como os 100 do cliente E etc.: o banco os criou.
A mão visível. A volta do monopólio estatal da emissão
de moeda pode ser a forma mais simples
 de conter o caos financeiro.
Foto: Mark Wilson/Getty Images/AFP

Isso exacerba os ciclos econômicos. Em fases de euforia, os bancos subestimam os riscos e usam o poder de multiplicar a moe­da para emprestar mais do que deveriam, inflacionando os agregados monetários. E quando sobrevém uma crise de confiança, aniquilam o dinheiro com a mesma facilidade – ou são obrigados a fazê-lo pelas retiradas em massa de clientes em pânico –, agravando a retração com uma crise deflacionária que pode travar a economia real.
Em tese, para limitar o risco dos bancos e controlar a inflação e os ciclos financeiros, o banco central pode impor o recolhimento compulsório de uma porcentagem variável conforme o tamanho do banco e o tipo de depósito. Digamos que seja 10%: o banco pode emprestar a B apenas 90 dos 100 que o cliente A depositou e a D apenas 81 dos 90 apurados por C e assim por diante. Desta maneira, seu poder de emitir moeda é teoricamente limitado: neste exemplo, o banco ainda pode criar, no máximo, mil reais para cada 100 depositados.

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Crise econômica mundial e aumento do conflito de terras no Brasil

por Almir Cezar

No Brasil, a má distribuição é um problema histórico, marca da colonização e dos rumos das sucessivas revoluções burguesas, que não infligiram alterações ao padrão fundiário. Atualmente [1], 56% da terra agricultável do país estão nas mãos de 3,5% dos proprietários rurais, enquanto que, os 40% mais pobres têm apenas 1% dessas terras. Contudo, a crise mundial, a expansão dos negócios com commodities e a corrida pela terra, inclusive por estrangeiros, impactaram no aumento dos conflitos fundiários, na ampliação do riscos à segurança e soberania alimentar e em um forte perigo às populações tradicionais, já vulneráveis.

No fim da década de 1990 e ao longo da década de 2000 houve uma "corrida mundial por terras", que transformou a América Latina, em geral, e o Brasil, em particular, em alvos preferenciais para negócios, com aumento considerável de investimentos estrangeiros no setor agropecuário, inclusive na compra de terras, com a participação de empresas do setor financeiro. Mesmo sendo um mercado de baixa liquidez, os negócios com terras não são novidade no Brasil, mas têm aumentado consideravelmente após 2002, sendo, inclusive, possível perceber esse processo no sistema de cadastro do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Salários dos negros ainda é 61% do valor dos brancos

Em pleno mês da consciência negra e do feriado de Zumbi dos Palmares, pesquisa comprova que a  apesar de menor, salários entre os negros ainda é quase a metade do valor dos brancos. Rendimento do grupo correspondia a 61% dos demais em 2011, mas em 2002 percentual era de 54%. Prova que o racismo está presente no mercado de trabalho e é usado como mecanismo de superexploração da força de trabalho.

Diferença entre salários de negros e não negros está menor, mostra pesquisa
AGÊNCIA BRASIL | 13/11/12

Embora os trabalhadores negros ainda tenham, na média, salários mais baixos do que os da população não negra, as diferenças, tanto de rendimento quanto de participação no mercado de trabalho, estão diminuindo, segundo levantamento apresentado nesta terça-feira pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Fundação Seade).

Em 2011 o rendimento dos negros correspondia a 61% do valor recebido pelos brancos, nos 39 municípios da região metropolitana de São Paulo. Em 2002, essa proporção era inferior, 54,6%. Enquanto os negros ganhavam, em 2011, o valor médio de R$ 6,28 por hora, os não negros recebiam R$ 10,30. O estudo foi feito com base na Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) da própria fundação e do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

A diferença entre as taxas de desemprego de negros e não negros também diminuiu nos últimos anos, embora a do primeiro segmento ainda supere a do segundo, em 2011 (12,2% e 9,6%, respectivamente), diferença de 2,6 pontos percentuais. Em 2002, a distância era 7,2 pontos percentuais, em 2002.

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Quem ganha e quem perde com o "milagre chinês"

Quem ganha e quem perde com o "milagre chinês"
Cresce influência dos "neomaoistas", que buscam mudanças de rumo

Lee Wong | Sucursal do Sudeste Asiático | 08/11/2012 

Beijing - A maior injeção de liquidez em sua história realizou nesta semana o Banco do Povo da China (Banco Central), canalizando aos bancos do país 395 bilhões de iuans, por intermédio de acordos de recompra de duração de sete dias (290 bilhões de iuans) e duas semanas (105 bilhões de iuans).

Nas duas semanas anteriores, havia retirado do mercado interbancário chinês 291 bilhões de iuans. A reação na Bolsa de Valores de Xangai foi positiva, com o indicador composto sendo "vitaminado" em 1,72%.

Os dados do Serviço Nacional de Estatística confirmam que a segunda maior economia do planeta encontra-se em recuperação, mesmo com ritmos suaves. Ao crescimento está retornado a indústria nacional com o indicador das atividades econômicas PMI tendo superado em outubro passado o nível 50, que sinaliza o limite entre crescimento e contração das atividades econômicas.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Espanha à beira da explosão social. Inicia-se a terceira onda da crise econômica

por Almir Cezar 
Depois de duas ondas de crise, os analistas esperavam uma reação da economia mundial, mas não é isso o que se está vendo, em especial na Europa. Por sua vez, uma terceira onda de turbulências está prestes a varrer o planeta. Desta vez, serão as questões sociais a dar o tom da crise mundial capitalista.


A primeira onda de problemas envolveu os bancos. O estouro da bolha imobiliária nos EUA levou para o buraco o gigante Lehman Brothers, que arrastou instituições financeiras de várias parte do globo. A segunda, engolfou os governos que, para evitar o desastre total, socorreram os bancos a um custo pesadíssimo e, agora, estão atolados em dívidas monstruosas e, para fechar as contas, sacrificam os trabalhadores. Um em cada dois jovens espanhóis estão sem trabalho, fora os cortes de salários e aposentadorias,  e o desmonte do estado de bem-estar social europeu construído ao longo de décadas. 

Por um lado, a convulsão social dificulta a estabilização econômica, a retomada das margens de lucro e o re-equilíbrio da acumulação capitalista. Por outro, leva-se à Europa às vésperas de uma “Primavera Árabe”  - em referência ao movimento liderado pelos jovens os países árabes contra o desemprego - que levou a derrocada dos governos locais. A Espanha a convulsão social, e a chama autonomista, varrem esse que é atualmente o maior elo fraco da União Europeia.

Espanha encontra-se à beira da explosão
Maria Segre | Jornal Monitor Mercantil | 08/11/2012

Milão - Enquanto o foco da imprensa centraliza-se sobre a Grécia, por causa da nova greve de dois dias que parou totalmente o país, relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI) aponta a Espanha como o maior elo fraco da Zona do Euro. Com seus colossos bancários no vermelho e as dívidas das regiões periféricas autônomas tendo evoluído para verdadeiros buracos negros, o primeiro-ministro (de centro-direita) Mariano Rajoy disse que "provavelmente" pedirá socorro total no início do ano que vem.

sábado, 10 de novembro de 2012

Após eleições, tarifa de ônibus deve subir 10% em 2013

Passageiros da inflação
Cássia Almeida | O Globo - 05/11/2012

Após eleições, tarifa de ônibus deve subir 10% em 2013, o dobro do reajuste deste ano

Já virou um padrão, as tarifas de ônibus urbanos sobem pouco ou não sofrem qualquer reajuste em ano de eleições municipais. Dia de pouco, véspera de muito. E assim é. Este ano, as tarifas subiram 5,26% até setembro no país e devem fechar o ano em 5,3%. As projeções para 2013 são de que esse item da cesta de produtos e serviços dos brasileiros encareça 10%. Quase o dobro do que pagamos a mais este ano.

Nas eleições municipais anteriores, esse fenômeno se repetiu. Em 2008, ano de escolha de prefeitos e vereadores, a inflação de ônibus fora de 3,08%; em 2009, 5,33%. A expectativa maior é com a Região Metropolitana de São Paulo, que responde por 33% do peso dos transportes urbanos no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), e onde não há reajuste nos preços das passagens desde janeiro de 2011. Além de São Paulo, Fortaleza e Brasília também mantiveram as tarifas. Essas três cidades somam quase 40% daquele item. Na capital federal, não há reajuste desde 2006. E, no Rio, apesar da correção de 10% que já houve este ano, haverá outro em 2013, conforme já anunciou o prefeito Eduardo Paes.

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

CSP-Conlutas impulsiona campanha contra flexibilização da CLT


Acordo Coletivo Especial (ACE), proposto pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, retoma proposta de FHC e pretende impor o "negociado sobre o legislado"


DA REDAÇÃO | opinião socialista


• Se o governo e as grandes multinacionais acham que, utilizando o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC como testa de ferro, conseguiriam reduzir a resistência à flexibilização trabalhista, estão muito enganados. A CSP-Conlutas impulsiona, aglutinando setores contrários à medida, como correntes internas da própria CUT, uma campanha contra o projeto, que nada mais é que a retomada da proposta de FHC de flexibilizar as leis trabalhistas e fazer com que os acordos coletivos sobreponham a legislação.

O chamado Acordo Coletivo Especial, o ACE, foi apresentado ao Congresso Nacional pelo tradicional sindicato ligado à CUT e conta com o apoio de empresas como as grandes multinacionais do setor automobilístico, a exemplo da Volkswagen. Propõem “modernizar” as relações entre capital e trabalho e refazem todo o discurso utilizado pela patronal na década de 1990 para atacar direitos. Com a diferença que, naquela época, esse discurso era feito pelas empresas.


"O fato de estar escrito 'especial' no nome dá a impressão que isso é uma coisa boa para os trabalhadores, o que não é verdade", opina Josemilton Costa, Secretário-Geral da Condsef (Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal), entidade ligada à CUT. O dirigente participou como convidado do primeiro dia da reunião da Coordenação Nacional da CSP-Conlutas realizado entre os dias 26, 27 e 28 de outubro, em São Paulo. A batalha contra o projeto foi um dos principais temas tratados na reunião. "O que nos deixa estarrecidos é que essa reforma vem de um sindicato, cuja função é a de justamente defender os direitos dos trabalhadores", indigna-se. Josemilton afirmou que a maioria da direção da Confederação já se declarou contra o ACE. "Precisamos organizar todos os setores que estão contra esse ataque", defende.

A necessidade da unificação para organizar a resistência contra o ACE mostra-se ainda mais premente devido aos sinais de aprofundamento da crise internacional e os cortes sociais na Europa. "Essa crise traz a necessidade de se reduzir os custos do trabalho é, em certa medida, reflexo do que acontece hoje em países como Grécia e Espanha", analisou Rogério Marzola, dirigente da Fasubra (Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-Administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil), que fez questão de lembrar, porém, que a medida em si não tem nada de novo."Apenas retoma a proposta da década de 1990, do governo FHC", relembra.

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

"Dossiê Itaocara" - para onde vai a CUT e MST?

Eduardo Araujo Almeida, do Rio de Janeiro

facha e itaocara 108.JPG
local onde será construída o "paredão" em Itaocara/RJ
Após a retirada do MST/MAB (Movimento dos Sem Terra /Movimento dos Atingidos por Barragens), em Itaocara, município no Noroeste do Estado do Rio de Janeiro, o consórcio liderado pela companhia elétrica Light, veio com toda força sobre a população, já começando a dragagem do rio Paraíba do Sul, no local que será construída uma barragem que inundará toda a região. O mais grave é que as resistência local ficou totalmente sozinha na luta, e só não foram assassinados porque os interessados pelo projeto também são seus parentes. Um caso muito sério em que lideranças e dirigentes com suas cúpulas e acordos com os governos não poderiam deixar os trabalhadores locais sem nenhum auxílio.

Esperamos que o Prefeito eleito de Itaocara Sr. Gelsimar do PSOL (Partido Socialismo e Liberdade) se posicione o mais rapidamente sobre o caso, pois a população nem sequer sabe como e quando serão indenizadas, outro problema é que o próprio Consórcio anuncia o canteiro de obras para março de 213, mas o esvaziamento da região já começou, mas nenhuma placa sequer foi posta para e como orientação.

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

95 anos da Revolução Russa

quadro Lênin e a Revolução Proletária
Hoje, 7 de novembro celebra-se o aniversário da Revolução Russa de 1917, completando-se 95 anos da primeira revolução proletária socialista vitoriosa

Toda uma geração de políticos, sindicalistas, intelectuais e ativistas sociais, sob a batuta de Lênin, lideraram o proletariado pan-russa a derrotar a burguesia e a tomar o poder.

Agendas 2013 para vendas

O coletivo Liminar & Transformação participando das vendas das agendas 2013 Opinião Agenda Cultural, que contém poemas, pinturas, fotografias e esculturas de artistas do mundo inteiro no seu dia a dia.

Em modelos grandes (R$25,00) e pequenos (R$20,00) e 9 tipos de capas.

Com entregas nas cidades do Distrito Federal e da Região Metropolitana do Rio de Janeiro.

Contatos e vendas pelo e-mail: limiaretransformacao@gmail.com


"Abismo fiscal" dos EUA assombra o mundo

Coincidentemente a eleição presidencial dos EUA, inicia-se mais um encontro do G20 (grupo dos 20 países mais ricos do mundo, que incluí o G7, e economias emergentes, inclusive os BRICS). Durante o encontro do G20, em meio a uma crise econômica mundial que não dá sinais de acabar, um novo foco de preocupação entrou no radar das maiores economias globais: o "abismo fiscal" dos EUA, ou justamente a tentativa de seu governo de saná-lo, sejam um entrave à expansão global, e arraste a maior locomotiva do planeta para a recessão em 2013. Na tentativa de sanar o rombo de US$ 600 bilhões previsto para 2013 nas contas do governo estadunidense, a Casa Branca suspenda os pesados cortes de gastos e o fim das isenções tributárias concedidas para reanimar a economia daquele país.

Há ainda às elevadas dívidas dos países europeus, que se veem aplicando severas medidas de "austeridade fiscal". Acresce-se a isso, um potencial aperto fiscal promovido pelo Japão e choques adicionais de fornecimento em alguns mercados de commodities possam aumentar os riscos de que a recuperação seja mais lenta do que se previa anteriormente.

G-20 alerta para abismo fiscal nos EUA e endividamento na Europa
Jornal O Globo - 05/11/2012

Com eleição americana, corte de gastos e alta de impostos são incertos

Cidade do México Os ministros de Finanças das 20 principais economias do mundo fizeram um alerta ontem quanto ao abismo fiscal dos Estados Unidos e às elevadas dívidas dos países europeus. Reunidos na capital mexicana para um encontro do G-20, eles temem que, caso o Congresso americano não chegue a um acordo sobre os cortes nos gastos governamentais de cerca de US$ 600 bilhões e o aumento de impostos, o país volte à recessão, afetando o crescimento global.

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Revolta social detonará terceira onda da crise mundial

REVOLTA SOCIAL DETONARÁ TERCEIRA ONDA DA CRISE MUNDIAL
Victor Martins | Jornal Correio Braziliense | 04.11.2012

Protestos na Espanha, embates entre polícia e manifestantes na Grécia e em Portugal, revolta na França, na Itália e na Inglaterra. As cenas violentas que têm corrido — e assombrado — o mundo mostram que os problemas detonados há quatro anos, pelo estouro da bolha imobiliária dos Estados Unidos, estão longe do fim. Muito pelo contrário. Mantido o atual quadro de desemprego elevadíssimo — um em cada dois jovens espanhois estão sem trabalho —, de cortes de salários e aposentadorias, de desmonte do estado de bem-estar social europeu construído ao longo de décadas, a terceira onda de turbulências está prestes a varrer o planeta. E, desta vez, serão as questões sociais a dar o tom da crise.

“Em vários países europeus, a situação é dramática e são mínimas as chances de recuperação a curto e a médio prazos”, diz o economista-chefe da SulAmérica Investimentos, Newton Rosa. “Infelizmente, depois de duas ondas de crise, esperava-se uma reação da economia mundial. Mas não é isso o que estamos vendo”, ressalta. A primeira onda de problemas envolveu os bancos. O estouro da bolha imobiliária nos EUA levou para o buraco o gigante Lehman Brothers, que arrastou instituições financeiras de várias parte do globo. A segunda, engolfou os governos que, para evitar o desastre total, socorreram os bancos a um custo pesadíssimo e, agora, estão atolados em dívidas monstruosas e, para fechar as contas, sacrificam os trabalhadores.

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Troica impõe aperto extra à Grécia. Berlim assumirá controle do país



A Tróica (nome dado ao grupo composto pelo Banco Central Europeu - BCE, Fundo Monetário Internacional- FMI e Comissão Européia) impõe aperto extra de 13,5 bilhões de euros à Grécia. Com a prorrogação e o terceiro pacote orquestrados pelos tecnocratas estrangeiros, Berlim assumirá controle do país. Mais arrocho, ataque à direitos sociais e privatização em benefício do grande capital, principalmente o alemão.

Troica impõe aperto extra de 13,5 bilhões de euros à Grécia
Monitor Mercantil - 31/10/2012 

O governo da Grécia aceitou a exigência da tróica - Banco Central Europeu (BCE), Fundo Monetário Internacional (FMI) e Comissão Européia - para cortar mais 13,5 bilhões de euros das suas contas. A medida deverá afetar os salários já congelados, impactando em mais redução e a suspensão do auxilio-desemprego. O primeiro-ministro da Grécia, Antonis Samaras, anunciou o acordo.

Os três credores exigiram, por exemplo, ampliar a semana de trabalho para seis dias, eliminar a possibilidade de reajuste salariais por antiguidade e manter o congelamento salarial até que a taxa de desemprego caia a pelo menos 10%.

domingo, 4 de novembro de 2012

"Bolsa Juros" no Governo Dilma



Bolsa Juros
Fatos & Comentários | Jornal Monitor Mercantil, 01/11/2012

Em apenas nove meses do ano, o governo já destinou R$ 161,4 bilhões à gastança com juros. Esse valor é o dobro dos cerca de R$ 82 bilhões do orçamento anual da Educação (cerca de R$ 85 bilhões) e representa 4,96% do Produto Interno Bruto (PIB). Apesar de escandaloso, o desvio de recursos vitais para a economia para cevar os que vivem de renda é R$ 16,1 bilhões inferior aos R$ 177,5 bilhões torrados de janeiro a setembro de 2011, que arrancou 5,81% do PIB. É dinheiro suficiente para entender as razões do lobby do PJA (Partido dos Juros Altos) contra a queda da taxa básica (Selic) iniciada pela administração de Dilma Rousseff.