quarta-feira, 6 de março de 2019

Pela proposta de Reforma de Bolsonaro-Guedes modelo chileno pode vir a qualquer momento.

PREVIDÊNCIA |  Capitalização paga pouco a aposentados e custará caro ao país

A proposta de reforma da Previdência entregue pelo presidente Jair Bolsonaro e do ministro Paulo Guedes ao Congresso Nacional institui o sistema de capitalização, acabando com o regime solidário que vigora atualmente no Brasil e em quase todo os países. O modelo foi adotado pelo Chile na ditadura Pinochet, há 40 anos. Hoje, mais da metade dos aposentados chilenos recebem menos de 40% do salário mínimo.

A reforma acabará com a vinculação da aposentadoria com o salário mínimo aqui, o que pode fazer com que idosos recebam, por exemplo, um benefício de apenas R$ 400.

No meio do texto do Projeto de Emenda a Constituição (PEC) há ainda a desconstitucionalização da Previdência. No futuro, por uma mera lei complementar, todas as regras vão poder ser revistas. Será possível alterar todas as regras por mero quórum de maioria absoluta, ao contrário de agora que é por meio de PEC com votação qualificada.


Regime de capitalização - O projeto elaborado pelo Ministério da Economia estabelece, no artigo 201A, que lei complementar de iniciativa do Executivo instituirá o sistema de capitalização em regime de contribuição definida, alternativamente ao Regime Geral de Previdência Social (RGPS) e aos regimes próprios. A proposta garante recebimento do piso básico não inferior ao salário mínimo. Os valores de cada trabalhador serão obrigatoriamente depositados em entidades públicas ou privadas, criando um serviço de intermediário que acaba por reduzir os valores das aposentadorias.

A lei complementar definirá quem serão os segurados obrigatórios do novo regime de capitalização. O texto enviado pelo ministro Paulo Guedes fala que o modelo será destinado "às próximas gerações". O sistema "substituirá o RGPS".

Caro para o Brasil - O financiamento desta transição não é detalhado pelo ministro Guedes e equipe. Cálculos feitos pelo especialista Carlos Heitor Campani, do Coppead/UFRJ, estimam que o custo pode chegar ao equivalente a um PIB (Produto Interno Bruto, tudo o que o país produz em um ano), ou seja, R$ 6,7 bilhões. Isso representa seis vezes o que o Ministério da Economia afirma que seria economizado com a reforma enviada ao Congresso, que seria R$ 1,165 bilhão em dez anos.
Por Agência de Notícias Alternativas - ANotA.

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