por Almir Cezar Filho
Em O Caminho da Servidão, F. Hayek denunciava que o socialismo/comunismo, e mesmo o intervencionismo econômico, Estado de Bem-estar Social e o planejamento público estariam conduzindo a uma “servidão”. Na verdade, a miragem em torno a ideias como mercados perfeitos, o anticomunismo e o antiestatismo seriam sim um "caminho" - não que impede o destino do fim da democracia e da liberdade econômica - mas que serviciariam os cidadãos e indivíduos ao poder do dinheiro e de um Estado autoritário que o protege. Uma servidão pós-moderna, que erode justamente o que pretende proteger: as liberdades.
Circundado de figuras como Milton Friedman ("Capitalismo e Liberdade"), Von Mises, entre outros, Hayek prega que o caminho exercido pelo intervencionismo econômico, estatismo, regulações estatais, assistência social pública, planejamento levariam como destino à servidão, isto é, ditadura, colapso das liberdades individuais. Temos como resultado a pobreza, degradação da malha social, temos o marcathismo, temos a anarquia econômica, com crises financeiras recorrentes, desindustrialização e inflação dos commodities, temos o monopólio das corporações empresariais transnacionais, temos a crise política, o colapso dos partidos. O destino que resultado do caminho alternativo. Contudo, é justamente ao contrário, o combate a essas diretivas e sua negação que roubam a democracia e as liberdades
Tomando como parâmetro que a Democracia defendida não se refere ao regime democrático liberal, mas as liberdades democráticas, os neoliberais e os ultraliberais defendem um Liberalismo que pouco se assemelha ao Liberalismo Clássico e Neoclássico, podendo dizer que não são Liberais, ao menos no que convencionaria na Modernidade. Os neoliberais e os ultraliberais se enquadram numa Direita Pós-Moderna. O conservadorismo e o reacionarismo, enquanto ideologia e “partidos” no espectros políticos são posicionais e portanto assumem um forma diferente na atualidade, também enviesados pela Pós-Moderna
A Direita e a Pós-modernidade
A Direita e a Pós-modernidade
A Pós-Modernidade é um zeitgeist do tempo presente e refere-se a etapa histórica da sociedade do tipo burguês, isto é, aquele erigida após a Revolução Francesa, e suas antecedentes, Inglesa e Americana. As liberdades econômicas não são a ideologia do empreendedorismo e livre-mercado. A Pós-Modernidade é o zeitgeist da etapa atual, de crepúsculo da sociedade de tipo burguês, da senilidade do Capitalismo.
Na outra ponta do espectro político, a ascensão do neoconservadorismo (NeoCon), do neoliberalismo, do ultraliberalismo, o ultranacionalismo e do Alt Right, produziu reflexos: um medo generalizado na Esquerda e Centro Esquerda, de que seria acompanhada de uma nova ascensão do Fascismo. Diante de um verdadeiro pânico, acabou abandonando a luta contra o Imperialismo e menos ainda contra a burguesia, para centrar sua luta contra o Fascismo. Porém, a esquecendo da lição histórica que a derrota do Fascismo se dá na derrota do Imperialismo.
Parafraseando o pai do Neoliberalismo
O Caminho da Servidão (em inglês: The Road to Serfdom) ou O Caminho para a Servidão é um livro escrito por Friedrich Hayek (vencedor do prêmio Nobel de Economia de 1974), destacando-se como uma das obras de referência na defesa do liberalismo clássico ou liberalismo económico. É importante notar que, no prefácio da sua edição original, o autor admite que o conteúdo do livro é essencialmente político, e afirma desejar não disfarçá-lo sob o rótulo de filosofia social.
A tese central de Hayek é que todas as formas de coletivismo, seja o nazismo ou o socialismo, levam inevitavelmente à tirania e à supressão das liberdades, conforme já se evidenciava à época pelos exemplos da Alemanha Nazista, da União Soviética, e dos demais países do bloco comunista. O austríaco argumenta que, em um sistema de planejamento central da economia, a alocação de recursos é de responsabilidade de um pequeno grupo, sendo este incapaz de processar a enorme quantidade de informações pertinentes à adequada distribuição destes bens à sua disposição. Face à gigantesca concentração de poder nas mãos de um limitado número de burocratas, divergências acerca da implementação das políticas econômicas levaria inexeravelmente ao uso da força pelo governo para que suas medidas fossem toleradas.
Pior que isto, advoga Hayek, é o fato de que o fracasso das políticas instituídas pelos planejadores centrais seria, segundo ele, sempre justificado pela falta de poder estatal para vencer as resistências aos planos, o que acaba levando ao uso ainda mais extensivo da violência contra os divergentes e à imposição de restrições à população em geral. A esta, por sua vez, era passada a mensagem de que o planejamento central só funcionaria sob um governo muito forte, o único capaz de fazer as coisas funcionarem. Frente aos repetidos fracassos do planejamento central, devidos à impossibilidade de planejadores racionais dominarem o número de informações necessário para controlar todas as relações econômicas de uma sociedade complexa, o uso da força crescia como falsa solução para os problemas de desabastecimento e miséria, num círculo vicioso que levava estes países fatalmente ao totalitarismo.
Em última análise, na tese defendida por Hayek a implementação de um sistema econômico centralizado, que nunca atingiria seus objetivos, levaria à supressão de quase todas as liberdades civis. Apenas em uma sociedade livre, em que o mercado estivesse submetido tão-somente à ordem espontânea oriunda do estabelecimento voluntário de relações entre as pessoas, conjugar-se-ia o progresso econômico com as liberdades civis.
Críticas
O socialista Karl Polanyi defende uma tese diametralmente oposta à de Hayek, argumentando que mercados sem controle (fundamentalismo de livre mercado) é que minam a ordem social e criam, assim, uma ruptura na ordem econômica que abre o caminho para o surgimento de ditaduras.
Gordon Tullock defendeu que a análise de Hayek sugeria a inevitabilidade do estabelecimento de governos totalitários na maior parte da Europa, no século XX. Tullock usa o exemplo da Suécia, um país no qual o governo controla 63% do PIB, para rebater as teses de Hayek, procurando demonstrar que O Caminho da Servidão defendera teses que se provaram falsas com o passar do tempo. O contínuo aumento da influência do Estado na economia da Suécia não resultou, como previra Hayek, na perda de nenhuma liberdade não-econômica, tais como as liberdades democráticas, sociais e individuais.
Justamente o caminho para evitar a servidão nos vem escravizando
A pesquisa, relatada aqui sob a forma de uma série de ensaios sobre a Pós-Modernidade de Direita tenta descrever e analisar o fenômeno de uma certa, erupção tanto aqui no Brasil, como internacionalmente, de uma nova Direita, avivada e diferente da direita tradicional que se verificou ao longo do século XX. Uma Direita que defende, de maneira inédita, uma combinação entre o livre mercado, o fundamentalismo religioso ou moralismo comportamental extremado, contraditoriamente interferência estatal sobre a vida privada, com um ativismo judicial punitivista e violento e um anticomunismo marcartista.
Os neoliberais e os ultraliberais, em aliança com os neoconservadores (na sigla em inglês, "NeoCon"), os neofascistas, os neofundamentalistas religiosos e a chamada Direita Alternativa (também conhecida pela sigla em inglês, "AltRight"), e estão erodindo as conquistas democráticas e de bem-estar obtidas desde as revoluções sociais dos século XVIII, XIX e XX.
Em suma, justamente o "caminho" para evitar a "servidão" é que vem escravizando os cidadãos nas mais diversas sociedades contemporâneas.
Componentes da pesquisa:
Na outra ponta do espectro político, a ascensão do neoconservadorismo (NeoCon), do neoliberalismo, do ultraliberalismo, o ultranacionalismo e do Alt Right, produziu reflexos: um medo generalizado na Esquerda e Centro Esquerda, de que seria acompanhada de uma nova ascensão do Fascismo. Diante de um verdadeiro pânico, acabou abandonando a luta contra o Imperialismo e menos ainda contra a burguesia, para centrar sua luta contra o Fascismo. Porém, a esquecendo da lição histórica que a derrota do Fascismo se dá na derrota do Imperialismo.
Parafraseando o pai do Neoliberalismo
O Caminho da Servidão (em inglês: The Road to Serfdom) ou O Caminho para a Servidão é um livro escrito por Friedrich Hayek (vencedor do prêmio Nobel de Economia de 1974), destacando-se como uma das obras de referência na defesa do liberalismo clássico ou liberalismo económico. É importante notar que, no prefácio da sua edição original, o autor admite que o conteúdo do livro é essencialmente político, e afirma desejar não disfarçá-lo sob o rótulo de filosofia social.
A tese central de Hayek é que todas as formas de coletivismo, seja o nazismo ou o socialismo, levam inevitavelmente à tirania e à supressão das liberdades, conforme já se evidenciava à época pelos exemplos da Alemanha Nazista, da União Soviética, e dos demais países do bloco comunista. O austríaco argumenta que, em um sistema de planejamento central da economia, a alocação de recursos é de responsabilidade de um pequeno grupo, sendo este incapaz de processar a enorme quantidade de informações pertinentes à adequada distribuição destes bens à sua disposição. Face à gigantesca concentração de poder nas mãos de um limitado número de burocratas, divergências acerca da implementação das políticas econômicas levaria inexeravelmente ao uso da força pelo governo para que suas medidas fossem toleradas.
Pior que isto, advoga Hayek, é o fato de que o fracasso das políticas instituídas pelos planejadores centrais seria, segundo ele, sempre justificado pela falta de poder estatal para vencer as resistências aos planos, o que acaba levando ao uso ainda mais extensivo da violência contra os divergentes e à imposição de restrições à população em geral. A esta, por sua vez, era passada a mensagem de que o planejamento central só funcionaria sob um governo muito forte, o único capaz de fazer as coisas funcionarem. Frente aos repetidos fracassos do planejamento central, devidos à impossibilidade de planejadores racionais dominarem o número de informações necessário para controlar todas as relações econômicas de uma sociedade complexa, o uso da força crescia como falsa solução para os problemas de desabastecimento e miséria, num círculo vicioso que levava estes países fatalmente ao totalitarismo.
Em última análise, na tese defendida por Hayek a implementação de um sistema econômico centralizado, que nunca atingiria seus objetivos, levaria à supressão de quase todas as liberdades civis. Apenas em uma sociedade livre, em que o mercado estivesse submetido tão-somente à ordem espontânea oriunda do estabelecimento voluntário de relações entre as pessoas, conjugar-se-ia o progresso econômico com as liberdades civis.
Críticas
O socialista Karl Polanyi defende uma tese diametralmente oposta à de Hayek, argumentando que mercados sem controle (fundamentalismo de livre mercado) é que minam a ordem social e criam, assim, uma ruptura na ordem econômica que abre o caminho para o surgimento de ditaduras.
Gordon Tullock defendeu que a análise de Hayek sugeria a inevitabilidade do estabelecimento de governos totalitários na maior parte da Europa, no século XX. Tullock usa o exemplo da Suécia, um país no qual o governo controla 63% do PIB, para rebater as teses de Hayek, procurando demonstrar que O Caminho da Servidão defendera teses que se provaram falsas com o passar do tempo. O contínuo aumento da influência do Estado na economia da Suécia não resultou, como previra Hayek, na perda de nenhuma liberdade não-econômica, tais como as liberdades democráticas, sociais e individuais.
Justamente o caminho para evitar a servidão nos vem escravizando
A pesquisa, relatada aqui sob a forma de uma série de ensaios sobre a Pós-Modernidade de Direita tenta descrever e analisar o fenômeno de uma certa, erupção tanto aqui no Brasil, como internacionalmente, de uma nova Direita, avivada e diferente da direita tradicional que se verificou ao longo do século XX. Uma Direita que defende, de maneira inédita, uma combinação entre o livre mercado, o fundamentalismo religioso ou moralismo comportamental extremado, contraditoriamente interferência estatal sobre a vida privada, com um ativismo judicial punitivista e violento e um anticomunismo marcartista.
Os neoliberais e os ultraliberais, em aliança com os neoconservadores (na sigla em inglês, "NeoCon"), os neofascistas, os neofundamentalistas religiosos e a chamada Direita Alternativa (também conhecida pela sigla em inglês, "AltRight"), e estão erodindo as conquistas democráticas e de bem-estar obtidas desde as revoluções sociais dos século XVIII, XIX e XX.
Em suma, justamente o "caminho" para evitar a "servidão" é que vem escravizando os cidadãos nas mais diversas sociedades contemporâneas.
Componentes da pesquisa:
1. Como a ideologia do livre mercado está destruindo a democracia e a liberdade econômica.
2. Direita Pós-Moderna
- Hayek e outros diziam que o estatismo, as regulações estatais, a assistência social pública, o planejamento levariam como destino à servidão - a ditadura, colapso das liberdades individuais, etc. Contudo é justamente, ao contrário, o combate a essas diretivas e sua negação que roubam a democracia e as liberdades.
- Temos como resultado não a liberdade, mas a "servidão": a pobreza, a degradação da malha social, temos a anomia, temos o marcathismo, temos a anarquia econômica, com crise financeiras recorrentes, desindustrialização e inflação das commodities, temos o monopólio das corporações empresariais transnacionais, temos a crise política permanente, o ceticismo crônico dos cidadãos com a democracia.
- Temos ainda a ascensão do discurso Neofascista que promete combater milagrosamente isso tudo.
- E os neoliberais e ultraliberais, ao contrário da lógica, de fazer a autocrítica, defendem ainda mais reformas neoliberais, que justamente faltaria ainda mais "remédios" de combate a servidão.
- A democracia aqui defendida não se refere ao regime democrático liberal, mas as liberdades democráticas.
- O anti-Welfare State; a ideologia da perfeição do livre mercado; a direita pós-moderna.
- O libertarianismo, o liberismo, o mercadismo, o ultraliberalismo não são liberalismo.
- Os neoliberais e os ultraliberais defendem um "Liberalismo" que pouco se assemelha ao Liberalismo Clássico e Neoclássico. Pode-se dizer que não são liberais, no que se convenciona na Modernidade.
- Os neoliberais e ultraliberais se enquadram numa Direita Pós-Moderna.
- E, especialmente, o liberalismo pós-moderno, não é liberalismo, tal qual o conservadorismo pós-moderna também não é Conservadorismo (pelo menos não na acepção à la Edmund Burke).
- O conservadorismo e o reacionarismo, enquanto ideologias e "partidos" no espectro político são posicionais, e portanto, assumem um forma diferente na atualidade, também enviesadas pela Pós-Modernidade.
- A Pós-Modernidade é um zeitgeist do tempo presente e refere-se a etapa histórica da sociedade do tipo burguês, isto é, aquela erigida após a Revolução Francesa, e suas antecedentes Inglesa e Norte-Americana.
- As liberdades econômicas não é sinônimo de ideologia do empreendorismo e do "livre-mercado".
- A Pós-Modernidade é o zeitgeist da etapa histórica atual, do crepúsculo da sociedade de tipo burguês, da época da senilidade do Capitalismo, como modo de vida.
- Friedman entre outros pregam que o caminho exercido pelo intervencionismo econômico, o
Referência Bibliográfica:
- Pureza Fatal - biografia de Robiespierre
- Os homens de Napoleão - biografia do círculo político do regime napoleônico
- Adam Smith - biografia do filosofo
- Adam Smith e A Riqueza das Nações - biobibliografia do principal livro do filosofo
- O cão de Rousseau - um biografia da relação entre os filósofos David Hume e Jean Jacques Rousseau.
- A invenção do ar - biografia do filosofo, teólogo e cientista Joseph Priestley
- A Versalhes Tropical - historiografia da corte portuguesa para o Brasil.
- Thomas Paine e o Os Direitos do Homem - biobibliografia da principal obra do filosofo.
- A Anatomia da Revolução - historiografia confrontando 4 revoluções (Inglesa, Norte-Americana, Francesa e Russa).
- O inventor do papel - biografia do banqueiro John Law inventor do moderno sistema monetário-financeiro.
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