Duas notícias de hoje sobre a China assustam: sondagem aponta que o setor industrial chinês encolhe pelo 11º mês seguido em setembro, de acordo com a pesquisa Índice de Gerentes de Compra (PMI), indicando que a segunda maior economia do mundo permanece no caminho de um sétimo trimestre de crescimento lento. Isso acontece em meio a uma onda de hostilidades contra diplomatas americanos em países árabes e em meio a hostilidades entre a China e o Japão por conta da compra, por Tóquio, de ilhas pertencentes a um milionário que ficam na divisa entre os dois países. Por sua vez, dissidente chinês afirma que recentes protestos contra Japão não foram espontâneos. Possivelmente a ditadura chinesa deve estar usando o nacionalismo, e a velha rixa contra o Japão, como instrumento para desviar a atenção da população da crise econômica. Como o marxismo bem revela, o nacionalismo (e o "orgulho nacional ferido") é a velha arma do bonapartismo para alienar as massas, e manter a coesão social necessária.
Setor industrial chinês encolhe pelo 11º mês, aponta sondagem
DA REUTERS, EM PEQUIM - 20/09/2012
O setor industrial da China sofreu contração pelo 11º mês seguido em setembro, de acordo com a pesquisa Índice de Gerentes de Compra (PMI), indicando que a segunda maior economia do mundo permanece no caminho de um sétimo trimestre de crescimento lento.
O PMI do HSBC mostrou que a atividade se estabilizou em setembro após atingir uma mínima de nove meses em agosto, com o indicador subindo para 47,8 ante 47,6 no mês passado.
Mas embora a economia possa não ter piorado, houve poucos sinais de uma mudança.
Em vez disso, o PMI, que fornece uma primeira ideia das condições da indústria chinesa em setembro, indicou um mês em que o declínio foi suspenso, mas não revertido.
A leitura de setembro amplia o período mais longo em que o PMI permanece abaixo da marca de 50 que separa contração de expansão desde que o HSBC começou a realizar a pesquisa em 2004.
ESTABILIZAÇÃO
Houve uma estabilização entre os subíndices da pesquisa, com exceção do de produção, que atingiu o menor nível em dez meses.
"O crescimento industrial da China ainda está lento, mas o ritmo da desaceleração está se estabilizando. As atividades industriais permanecem sem brilho, devido a fracos fluxos de novos negócios e a um processo de consumo de estoque mais longo do que o esperado", disse o economista-chefe do HSBC para a China, Qu Hongbin.
"Isso acrescenta mais pressão ao mercado de trabalho e levou Pequim a acelerar o afrouxamento nas última semanas. As recentes medidas devem trabalhar para levar a uma melhora modesta a partir do quatro trimestre."
A China apresentou uma série de medidas na semana passada para ajudar a estabilizar o crescimento das exportações, incluindo o pagamento mais rápido da restituição do imposto de exportação e a ampliação de empréstimos para exportadores.
Atos contra Japão não foram espontâneos, diz dissidente chinês
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS - 20/09/2012
O artista e dissidente chinês Ai Weiwei disse nesta quinta-feira que as manifestações no país contra a dominação japonesa de ilhas no mar do Leste da China não foram espontâneas e foram estimuladas pelas autoridades.
O ativista, que filmou manifestantes que atacaram o carro do embaixador americano, disse que se sentiu surpreso quando 50 pessoas abandonaram rapidamente o ato em frente à representação japonesa para bloquear o veículo.
No vídeo, o incidente dura dois minutos. "Fiquei muito surpreso, porque todo mundo pode constatar que o protesto foi preparado pelas autoridades", disse Ai, em entrevista à agência de notícias France Presse.
Ele qualificou os atos contra o Japão como "a maior forma de manipulação do governo" desde a Revolução Cultural chinesa (1966-1976).
Ai Weiwei é um dos dissidentes mais conhecidos e uma das ameaças mais persistentes ao regime comunista, que tentou diversas vezes deter seus atos com prisões e sanções. No ano passado, ficou preso durante 81 dias, o que despertou a comoção da comunidade internacional.
ATAQUE
Os manifestantes quebraram a bandeira diplomática e lançaram pedras contra o automóvel, que foi protegido por policiais chineses, em um ato na terça (18).
Após a agressão, o representante americano, Gary Locke, se reuniu com responsáveis da Chancelaria chinesa para garantir a segurança do pessoal diplomático dos Estados Unidos.
De acordo com o embaixador, as autoridades chinesas foram "bastante rápidas" em dispersar os manifestantes. "Foi questão de minutos, eu nem me senti em perigo", declarou.
O governo chinês informou nesta quarta-feira que investiga o incidente. O episódio ganhou destaque após Ai Weiwei ter divulgado as imagens no site YouTube.
O porta-voz da Chancelaria chinesa, Hong Lei, afirmou que o caso foi "isolado" e está sob investigação.
O incidente acontece em meio a uma onda de hostilidades contra diplomatas americanos em países árabes e em meio a hostilidades entre a China e o Japão por conta da compra, por Tóquio, de ilhas pertencentes a um milionário que ficam na divisa entre os dois países.
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