sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Professor Manoel Maurício de Albuquerque

Prezados camaradas, esta matéria fala de um dos grandes historiadores brasileiros, um resistente ao regime militar, perseguido e toturado pela ditadura, conseguiu sobreviver e ficou na lembrança de todos aqueles que prezam pela liberdade política, de expressão, organização e por uma História não alinhada aos oficiais. Por isso fica a Memória desse lutador

26/02/2009

Manoel Maurício de Albuquerque (1927-1981)
Cassado pelo AI-5, Maneco escreveu 'Pequena História da Formação Social Brasileira'
Filipe Monteiro

Apesar de alagoano, era conhecido como “China”. Mas os olhos puxados de Manoel Maurício não o impediram de ver com clareza a situação social do seu tempo. Formado em História e Geografia pela antiga Universidade do Brasil (atual Universidade Federal do Rio de Janeiro), ele trabalhou por anos na vida acadêmica, lecionando em diversas universidades, cursos preparatórios e colégios.

Seu prazer em dar aulas transparecia na proximidade com os alunos, que o chamavam carinhosamente de “Maneco”. Um deles, o jornalista Paulo Henrique Amorim, revela em depoimento que teve Manoel Maurício como mestre desde a infância até a faculdade. Neste tempo, foi apresentado a autores como Capistrano de Abreu e Gilberto Freyre, além de personagens históricos como Simon Bolívar.

Com o AI-5, foi preso, torturado e impedido de voltar ao meio acadêmico. Porém, mesmo cerceado, não parou de disseminar suas idéias e escreveu sua principal obra Pequena História da Formação Social Brasileira, publicada apenas 1981. Manoel Maurício também é coautor do Altas Histórico Escolar.

Com passagens pela UFRJ, PUC-RJ, Instituto Rio Branco, IBGE, entre muitas outras instituições, Maneco conseguiu angariar simpatia o suficiente para que seu trabalho permanecesse vivo mesmo após sua morte. Assim, em sua homenagem, ex-alunos criaram Centro de Estudos Manoel Maurício de Albuquerque (CEMMA), o Centro Acadêmico Manoel Maurício de Albuquerque (CAMMA/UFRJ) e organizaram sua obra póstuma Mestre-Escola Bem-Amado, Historiador Maldito.

Sua coleção particular de documentos está guardada no Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro. No acervo, pode-se encontrar desde diários de classes até roteiros cinematográficos ou peças teatrais do autor, passando por panfletos anti-comunistas, entrevistas e fotografias.

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