quarta-feira, 20 de novembro de 2019

Sobre a condenação ao Comunismo (e ao Marxismo)

Ou porque não pode ser condenado pelos horrores do stalinismo

Por Almir Cezar Filho


Não confunda os horrores do regime stalinista com o Comunismo ou mesmo com a revolução socialista. Porque, se fosse assim, também teríamos que condenar a Revolução Inglesa por ter dado origem a Ditadura de Cromwell ou a Revolução Francesa pela Ditadura de Bonaparte.


A afirmação "ninguém que viveu sob o comunismo o quer de volta" não é verdadeira. Basta ver as pesquisas de opinião junto à população desses países. Isso apesar dos crimes das ditaduras stalinistas.

E repito, não se deve rejeitar o sucesso e as conquistas das revoluções socialistas do século XX a partir do fato que os regimes evoluíram pras sinistras ditaduras stalinistas.


O "fracasso" do Comunismo pode inclusive ser um momentânea fase de restauração. Todas as revoluções, seja Inglesa e Francesa também a vivenciaram em um momento, respectivamente, seja com a Restauração dos Stuart, seja a Restauração Bourbon ou Santa Aliança.

A despeito da instauração do Marxismo como "ideologia de estado" - algo impensável pra Marx, Engels, e mesmo pra Lênin - o positivismo não é uma característica do Marxismo. Foi sendo sorreteiramente implantada pela ação do stalinismo sobre a Academia e o programa partidário.

Além do mais, o milenarismo, o salvacionismo, o maniqueísmo também não são marxistas, nem mesmo presentes no conjunto do pensamento socialista. São heranças do cristianismo e das confusões que uma processo revolucionário traz em si mesmo. Pode se ver que apareceu o mesmo na Revolução Francesa e Inglesa.

Sugestão de leitura:

a) sobre a experiência socialista do século XX indico:
  • "A revolução desfigurada", de Leon Trótski.
  • "A ditadura revolucionária do proletariado", de Nahuel Moreno e 
  • "O veredito da História: Rússia, China e Cuba, a revolução socialista à restauração do capitalismo" de Martín Hernandez.
  • "China x Vietnã, de Ernest Mandel, Enio Bucchioni, Elisabeth Marie.
  • "Revolução chinesa e indochinesa", Nahuel Moreno
b) sobre a Revolução Francesa e ditadura de Napoleão Bonaparte:
  • "Pureza Fatal. Robespierre e a Revolução Francesa", de Ruth Scurr.
  • "Napoleão e seus colaboradores. A construção de um ditadura", de Isser Woloch.
c) visão geral das revoluções sociais:
  • Anatomia das revoluções, de Crane Brinton.
  • "Socialismo", de Paul M. Sweezy.
e) Revolução inglesa, Guerra Civil e Revolução Gloriosa:
  • "História de Inglaterra", de André Maurois.
f) As consequências da revolução francesa e das guerras napoleônicas no Brasil:
  • "Versalhes Tropical. Império, monarquia e corte real portuguesa no Rio de Janeiro, 1808-1821", de Kirsten Schutz

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