quarta-feira, 9 de janeiro de 2019

Eleição da extrema direita não é onda reacionária da população

Polarização política e Contraofensiva conservadora

A despeito da vitória eleitoral da extrema direita, a opinião pública não concorda com suas pautas reacionárias. A pesquisa confirma quando dizíamos que a vitória era produto da polarização política, da ruptura das massas com o PT e cansaço com a corrupção e falta de integridade da classe política, e não de uma "onda" conservadora e/reacionária.

O que há sim é uma intensa polarização política do país. Em que a população, tradicionalmente despolitizada e apática, passou a se engajar, ao menos na tomada de opinião, sobre temas políticas e candentes da realidade. Uma parte vai às teses da Esquerda. Enquanto outra às teses da Direita.


 Em muitos casos até em reação à crise geral e ao caos que esse traz consigo, como também inclusive em reação ao deslocamento da outra parcela que foi à esquerda.

Por sua vez, os setores organizados da direita estão com forte campanha política, constituindo assim uma Contraofensiva Conservadora, em base a erupção de um movimento social pós-moderno de direita.

Inclusive a fim de preservar o controle de certos valores sobre o conjunto da sociedade, como dar continuidade o status quo política, cultural e econômico de séculos no país, e que ao seu ver, está ameaçado diante novas circunstâncias sociais que vive nossa sociedade.

A esquerda pós-moderna, o centrismo e o reformismo não têm paciência e não sabem dialogar. Preferem logo estigmatizar, tal como fazem com a caracterização de suas próprias derrotas políticas eleitorais, de que há uma "onda conservadora", que houve um "golpe" contra Dilma, etc.

Essa esquerda por ter sua própria origem na classe média, e atuar politicamente nela, tem com parâmetro apenas o que ela (a classe média) pensa, enviesando a análise sobre a consciência geral da população brasileira.

Por fim, a atual "campanha de caça" aos direitos sociais e fundamentais praticada pelos políticos e incentivada por organizações de direita, com vasto exibicionismo de um conservadorismo extremo e moralista, na verdade, não tem respaldado na maioria da opinião pública.

Pesquisas de opinião sobre temas morais e polêmicos apontam que mesmo no eleitorado evangélico não tem a mesma opinião e votações dos políticos da dita "bancada da bíblia". Essa dicotomia se sustenta porque essa contraofensiva política é bem organizada.

Falta à Esquerda brasileira entender a realidade social atual, ter coragem e se organizar para disputar a hegemonia da população. Não reeditando, portanto, o que a população rejeitou, e contribuiu à queda da Dilma e do PT, principal motivo para o descolamento político entre as massas e a vanguarda de esquerda.

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