Ensaio sobre a Pós-Modernidade de Direita nº 6
Por Almir Cezar Filho
Por Almir Cezar Filho
Um dos aspectos mais curiosos da ascensão, ou melhor dizendo, da consolidação da Pós-Modernidade na Direita sob a forma radical de Olavismo Cultural é a manifestação crescente de um discurso raivoso [de direita], muito popular na classe média tradicional, a velha classe "A" e parcelas da classe "B". Nem todos à Direita são adeptos do Olavismo Cultural, mas é um sinal comum dessa vertente a pouca diplomacia e gentileza nos debates da parte deles - embora tenham uma hipersensibilidade a críticas a suas próprias opiniões.
Outro traço contraditório é o álibi recorrentemente empregado por eles do direito à liberdade de expressão e opinião para garantir, mesmo que forçosamente, o espaço à sua fala em ambiente e temas que não lhe atém. Porém, sem primeiramente a mesma garantia da parte deles de reconhecer o direito do outrem à crítica à sua opinião ou ao conteúdo da sua expressão. Em suma, querem direito à opinião, mas não estão abertos a opinião dos outros, muito menos que esse outro alvo de crítica possa criticar essa crítica.
Ainda também há a antiliberal imposição que sua opinião seja tolerada mesmo que excite ao ódio ao outro ou à opinião desse outro. Isto é, exigem tolerância ao discurso seu intolerante sob o subterfúgio da tolerância. E acusam de intolerantes todos aqueles que lhe são contrários ao seu discurso.