terça-feira, 5 de junho de 2012

PIB do primeiro trimestre confirma estagnação da economia

PIB do primeiro trimestre confirma estagnação da economia 

Crescimento nos três primeiros meses do ano aponta para PIB menor que o de 2011

Opinião Socialistas

DA REDAÇÃO


Indústria automobilística foi agraciada com novo pacote bilionário

• Dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas) nesse 1º de junho reafirmam a forte desaceleração da economia brasileira. Segundo o órgão, o PIB dos três primeiros meses do ano cresceu apenas 0,2% frente ao trimestre anterior. Em relação a 2011, o incremento foi de apenas 0,8%.

Esse resultado, o pior desde 2009, reafirma tendência de estagnação frente à desaceleração iniciada na metade de 2011. O forte crescimento econômico que alguns compararam ao “milagre econômico” (1967-1973) ficou para trás. O piso no freio da atividade econômica torna ainda mais distante a meta do governo de fechar 2012 com crescimento de pelo menos 3%. Os prognósticos mais otimistas do mercado dão conta de um PIB próximo ao que foi o do ano passado, de 2,7%.

Um dos sinais mais preocupantes entre os dados divulgados pelo IBGE é a redução da taxa de investimentos (a chamada ‘formação bruta de capital fixo’, ou seja, produção de máquinas, equipamentos, etc) que retrocedeu 2,1% em relação a 2011 e atingiu níveis similares a 2011.

Nesse último trimestre a indústria, que vinha tendo resultados negativos, contou com uma relativa recuperação, impulsionada pela série de subsídios e isenções oferecidas pelo governo, crescendo 1,7%. Em comparação com o mesmo período de 2011, porém, a indústria se mantém estagnada, crescendo apenas 0,1%.

O setor agropecuário, um dos mais dinâmicos dos últimos anos, por sua vez, despencou 7,3% nesse trimestre e 8,5% em relação ao primeiro trimestre de 2011, no que está sendo justificado como um ‘problema climático’ pelos produtores e autoridades.

Crise está se tornando realidade no Brasil
O resultado do PIB nesses três primeiros meses só não foi pior que o dos países europeus em crise. Revela a perda de fôlego da expansão relativamente alta dos últimos anos e desmistifica a tese do crescimento sustentado e da blindagem do país em relação à crise internacional. O recuo nos investimentos, a crise na indústria e o aumento da inadimplência (que mostra o limite do consumo através do crédito) explicitam a debilidade do crescimento do último período.



Já o modelo de especialização na produção de commodities (produtos primários para exportação), e a internacionalização da economia, com o setor financeiro e industrial nas mãos das multinacionais, expõem a forte dependência do país. A desaceleração da China, por exemplo, já afetou as exportações de minério de ferro (tanto em relação à quantidade quanto nos preços), afetando um dos principais setores responsáveis pelo desempenho do país na Balança Comercial na última década.

Ataques aos trabalhadores, isenções às empresas
Já o governo Dilma, a fim de enfrentar a desaceleração e a crise que se avizinha, aposta no mais do mesmo que já vinha fazendo desde o ano passado. Isso significa: cortes no Orçamento, um inédito ataque à poupança, aprofundamento da precarização no setor público e, por outro lado, isenções e subsídios às empresas e, no último período especificamente, à cambaleante indústria automobilística.

No dia 21 de maio o governo apresentou mais um pacote de estímulos às grandes montadoras, que inclui cortes de IPI e IOF às empresas. As indústrias também contarão com empréstimos subsidiados pelo BDNES para a compra de máquinas, com juros de 5,5% ao ano (para se ter uma ideia, a inflação em 2011 ficou em 6,5%). A previsão é que o governo gaste pelo menos R$ 2,7 bilhões com o pacote.

Enquanto isso setores como Saúde e Educação são cada vez mais precarizados. As universidades federais, por exemplo, que se encontram em uma situação extrema de penúria e descaso, enfrentam uma das maiores greves dos últimos anos, enquanto o funcionalismo público programa uma greve geral a partir do dia 11. A benevolência do governo , porém, restringe-se aos grandes empresários e aos bancos

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