quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Inicia-se um ciclo de estatização na economia mundial

Matéria coletada do site do Paulo Henrique Amorim (http://www2.paulohenriqueamorim.com.br/?p=2282)

<< O pacote de socorro à indústria automobilística que está em discussão nos Estados Unidos obrigará as três grandes montadoras americanas, General Motors, Ford e Chrysler, a aceitar um grau inédito de interferência do governo nos seus negócios em troca da ajuda financeira que elas precisam obter para enfrentar a crise que engolfou o setor.Conforme o rascunho do projeto em discussão no Congresso, as empresas terão que rever as políticas de remuneração dos seus executivos, suspender o pagamento de dividendos aos acionistas e submeter seus investimentos à aprovação de um funcionário do governo que terá a missão de monitorar as empresas beneficiadas pelo plano.Qualquer transação cujo valor seja superior a US$ 25 milhões terá que ser submetida à avaliação desse funcionário e poderá ser simplesmente vetada por ele. De acordo com o projeto, a restrição se aplica a vendas de ativos, investimentos, contratos e qualquer outro tipo de compromisso assumido pelas empresas. >>

comentário:
por Almir Cezar

A economia mundial, com a ajudinha da crise econômica, caminha para acelerar seu processo de transformação em Capitalismo de Estado. Há um ciclo de estatização acelerando-se na economia. O socorro promovido pelos países da Europa as grandes empresas passa pela estatização parcial ou mesmo integral, quando não há transferência de propriedade acionária, como vêm acontecendo mesmo nos EUA (caso das seguradoras e bancos hipotecários), passa pelo controle executivo, como deve ser o caso do socorro das 3 grandes montadoras de automóveis dos EUA (Crysller, GM e Ford).
Mas a transformação da economia mundial em Capitalismo de Estado é visto também em outros fenômenos atuais não ligados ao socorro de grandes empresas e bancos. Com a crise e a desvalorização de ativos de várias empresas o ranking das maiores empresas do mundo mudou rapidamente, mas o viés já se via nos últimos 5 anos. Das 10 maiores empresas do mundo, 6 são estatais. Sendo que antigamente as estatais eram de atuação nacional e agora atuam internacionalmente (p.ex. a Petrobras) e empresas com forte participação acionária pública (p.ex. a Vale do Rio Doce). Ponto novo na história econômica.

Nos EUA não caminha para a estatização, apesar da rejeição das massas as empresas privadas e a gestão dos executivos de altíssimos salários (o plano financeiro de salvamento de empresas incluía limitação ao gasto com executivos).
Tal novo cenário abre ao potencial para intervenção às políticas diplomáticas na política internacional.

Mas abre também para os interesses diplomáticos cada vez mais se confunda com os interesses empresariais e vice-versa. As trombadas entre empresas transnacionais e entre empresa e governos serão cada vez mais trombada entre governos nacionais. E sabemos como acaba essa história de trombada entre governos nacionais: em guerra. Prognóstico que não podemos descatar.

A Primeira Guerra Mundial foi possível com entrada da Europa na era do Capitalismo de Estado, se esse tipo de capitalismo se reforça agora...é possível um revival de 1914.

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