segunda-feira, 4 de junho de 2012

A economia brasileira patina no primeiro trimestre

PIB cresce 0,2% no primeiro trimestre do ano, diz IBGE. A estratégia do Governo de incentivar o consumo interno, porém mantendo o aperto fiscal é uma bomba relógio. Por sua vez, o aumento da competitividade de indústria não puxa a economia. A indústria estagnada (0,1%) e a agropecuária em queda livre, de 8,5%, foram as notas negativas. O esgotamento do avanço via consumo das famílias, paralelamente ao declínio do investimento, que já se repete há três semestres.

PIB cresce 0,2% no primeiro trimestre do ano, diz IBGE

www.srzd.com | 01/06/2012

A economia brasileira apresentou alta de 0,2% no primeiro trimestre do ano, em comparação com o quarto trimestre de 2011. De acordo com informações, divulgadas nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a soma das riquezas produzidas pela economia foi de R$ 1,03 trilhão, entre os meses de janeiro e março.

A indústria mostrou crescimento de 1,7%, sendo o maior destaque da pesquisa, seguido de serviços, que mostrou alta de 0,6%. O pior desempenho, que sofreu queda de 7,3%, foi o da agropecuária.

Em comparação aos três primeiros meses de 2011, a economia brasileira mostrou alta de 0,8%, sendo o melhor desempenho do setor de serviços, que cresceu 1,6%. A agropecuária mostrou recuo de 8,5%.

No acumulado de quatro trimestres, que terminou em março de 2012, o crescimento da economia foi de 1,9%, em comparação com os quatro trimestres anteriores.

Não é recessão, mas país estagnou

02/06/2012

OPÇÃO POR APERTO FISCAL FAZ PIB CRESCER APENAS 0,2% NO 1º TRIMESTRE

Não é recessão, mas é estagnação. Assim reagiu o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento da Indústria (Iedi) ao resultado do PIB do primeiro trimestre, que cresceu 0,8% em relação ao mesmo período de 2011.


Sobre o quarto trimestre de 2011, o avanço ficou em apenas 0,2%, já considerado o ajuste sazonal. Em 2012, o PIB acumula alta de 1,9%. Com relação ao primeiro trimestre de 2011, destacou-se favoravelmente o setor de serviços (1,6%). A indústria estagnada (0,1%) e a agropecuária em queda livre, de 8,5%, foram as notas negativas.


Em relação ao final do ano passado, a indústria cresceu 1,7%, seguida de serviços (0,6%) e da agropecuária, que, também nesta comparação, apresentou queda acentuada (7,3%). 


"Os dados que o IBGE divulgou deixam claros os delineamentos da economia brasileira desde meados do ano passado. Nenhum deles, a propósito, favoráveis. Primeiro, são três trimestres de desempenho pífio do PIB global. Depois, se na formação desse quadro a crise industrial teve preponderante papel, atualmente não há macrossetor econômico brasileiro que não passe por dificuldades refletidas, seja em crescimento negativo, ou forte desaceleração", critica o Iedi.


Um terceiro ponto destacado pelo instituto se refere ao esgotamento do avanço via consumo das famílias, paralelamente ao declínio do investimento, que já se repete há três semestres.


"O inevitável encolhimento das inversões industriais diante do quadro de forte declínio da produção da indústria, que seguidamente perdeu mercado para o produto importado, é fator decisivo para a redução dos investimentos totais realizados na economia", acrescenta o Iedi.


Já Reinaldo Gonçalves, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), avalia que o PIB do primeiro trimestre é mais um capítulo do modelo "liberal periférico" que, segundo ele, o Brasil abraçou: "Neste cenário, os resultados só se agravam, com destaque (negativo) para a indústria de transformação", finaliza Gonçalves.

Mais consumo com aperto fiscal é uma bomba relógio

Monitor Mercantil, 31/05/2012 

Para economista, sem flexiblizar arrocho fiscal e meta de inflação país não decola

"A estratégia de enfrentar a crise com base no estimulo à demanda doméstica, baixando juros, mas mantendo o arrocho fiscal é uma bomba relógio." A avaliação foi feita pelo economista Daniel Conceição, da Associação Desenvolvimentista Brasileira (ADB) ao analisar o boletim Mercado de Trabalho Conjuntura e Análise, divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

Segundo o Ipea, após registrar, no primeiro trimestre, aumento dos rendimentos reais e do emprego com carteira assinada, o mercado de trabalho no país deve manter essa trajetória. De acordo com o instituto, isso ocorreria por causa do estímulo ao consumo interno.

Para Daniel, porém, para isso ocorrer é necessário flexibilizar as metas para o superávit primário (desvio de recursos da economia para pagar juros) e para a inflação.

O técnico de planejamento e pesquisa do Ipea Carlos Henrique Corseuil, também, ressalvou que o cumprimento dos compromissos macroeconômicos assumidos pelo país, como as metas de superávit primário e de inflação, impõem o limite à atuação do governo para estimular o crescimento do PIB via incentivos ao consumo.

"Enquanto o governo tiver orçamento para bancar esses estímulos, eles serão bem-vindos para o mercado de trabalho", destacou Corseuil.

Segundo o Ipea, o desemprego e a informalidade recuaram e a perspectiva é de continuidade deste quadro nos próximos meses. A população ocupada cresceu 1,8%, em média, no primeiro trimestre, sobre igual período de 2011.

Já os empregos com carteira assinada evoluíram 4,4%, equivalente a cerca de 482 mil novos contratos formais.

Em relação ao rendimento médio do trabalhador, o boletim registrou ganho de 4,2% no período pesquisado, para R$ 1.703,60. Em março, foi apurado o maior valor desde o início da pesquisa, em 2002: R$ 1.728,40.

Mais competitividade não puxa economia

Monitor Mercantil, 31/05/2012 

Para o economista Daniel Conceição, da Associação Desenvolvimentista Brasileira (ADB), ampliarr a competitividade externa não vai reativar a economia: "Pois continua colocando o nosso destino econômico nas mãos do comportamento de outras economias e das políticas monetárias e fiscais de outros governos."

A avaliação foi feita ao comentar nova queda do Brasil no Índice de Competitividade Mundial 2012 (World Competitiveness Yearbook - WCY), do International Institute for Management Development (IMD), divulgada na véspera.

Segundo a pesquisa, o Brasil caiu do 44º para o 46º lugar. O recuo do país ocorre desde 2010, quando estava em 38º lugar. Publicado desde 1989, o WCY avalia 59 países a partir de critérios amigáveis ao mercado financeiro.

Já Rodrigo Medeiros, da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), aponta outra barreira à competitividade do Brasil no exterior: o câmbio valorizado. "Se o real desvalorizar mais não será surpresa. Veremos se essa desvalorização cambial necessária se faz de forma organizada ou pelo pânico do mercado", disse Medeiros, para quem, a crise externa já chegou ao Brasil: "A economia quase parou neste primeiro trimestre. O governo tomou um susto e agora já admite crescimento em torno de 3% para 2012. Há projeções apontando pouco menos e investimentos privados estão sendo adiados".

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