sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Para David Harvey o modelo anti-capitalista é possível

Harvey diz que modelo anti-capitalista é possível

jornal Monitor Mercantil, 26 jan. 2010 - O neoliberalismo não acabou e a possível transição para um modelo anti-capitalista só acontecerá com mudanças na relação com a natureza, com as tecnologias, nas relações sociais, no sistema de produção, e com novos arranjos políticos e institucionais.

O diagnóstico é do geógrafo David Harvey, professor da City University, de Nova York, e nome conhecido do Fórum Social Mundial. Ele participou nesta terça-feira de debate sobre a conjuntura econômica mundial dez anos após a primeira edição do evento.

"As transformações revolucionárias ainda são possíveis e é imperativo que aconteçam", defendeu. Harvey fez duras críticas à desregulamentação da economia que, segundo ele, desencadeou não só a recente crise financeira internacional, mas outras pelas quais o mundo passou. "Nos últimos 30 anos vimos crises centradas no sistema financeiro, por causa da disjunção entre a quantidade de riqueza em papel e a quantidade de valor real, que é a que possibilita o construir".

O geógrafo apontou que o esgotamento do sistema financeiro é previsível por ser baseado na manutenção de níveis de crescimento insustentáveis. "Leva um pouco de tempo e a bolha vai estourar de novo. O capitalismo entrou numa fase em que sua tendência à destruição criativa tem cada vez mais a ver com destruição e menos com criação", criticou.

fonte: http://www.monitormercantil.com.br/mostranoticia.php?id=73856 

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Falta de terrenos afeta Minha Casa, Minha Vida

Uma prova que uma das duas questões chaves para o desenvolvimento brasileiro(o primeiro é a dependência econômica), a questão patrimonial, é a crise que se desenrola no programa Minha Casa, Minha Vida, instituída pelo Governo Federal para subsidiar moradias populares, que simplesmente empacou não devido a falta de recursos mas devido a falta de terrenos disponíveis nas grandes cidades.

Não que não falte terrenos livres, sim com preços acessíveis, à medida que todos tem um dono e são utilizados na especulação imobiliária. Enquanto isso, milhões de pessoas vivem em várzeas, morros, encostas, em péssimas condições e sem títulos de posse da sua moradia, ao sabor de viver em favelas e das enchentes e deslizamentos.

Enquanto no Brasil não enfrentar a questão patrimonial, seguiremos com graves problemas sociais.

Falta de terrenos afeta Minha Casa, Minha Vida

Gustavo Gantois, iG Brasília

O governo está lutando para destravar o principal programa social de sua pré-candidata à Presidência, a ministra Dilma Rousseff. Levantamento feito pelo iG aponta que o percentual de famílias com renda de até três salários mínimos contempladas pelo Minha Casa, Minha Vida está abaixo da metade do planejado em grandes regiões metropolitanas do Brasil.

Programa previa construir 1 milhão de casas

A insuficiente oferta de terrenos é um dos entraves ao programa de construção de habitações e não se restringe às capitais mais populosas, como São Paulo e Rio de Janeiro, estendendo-se a outras regiões metropolitanas, como Salvador e Fortaleza.

“Temos uma baixa execução ainda em Salvador, pois o preço dos terrenos é alto”, justifica Liana Viveiros, superintendente de Habitação do governo do Estado da Bahia. Este é um caso curioso dentro do mapa do programa. Enquanto o Estado teve uma procura de 86 mil famílias para as 32 mil casas oferecidas, a capital convive com apenas 4,3 mil contratos fechados dentro da meta de 14 mil, cerca de 30%.

Em Fortaleza a situação é ainda pior. Dos 20,6 mil empreendimentos que seriam colocados à disposição, apenas 1,3 mil foram contratados de fato até o momento. Isso significa que pouco mais de 6% das famílias que recebem até R$ 1,4 mil podem sonhar com a casa própria anunciada pelo governo federal.

Falta de espaço

A situação nas grandes metrópoles está quase no limite. Por conta da valorização dos terrenos, o governo do Estado de São Paulo calcula que o preço médio de um empreendimento popular na capital custe entre R$ 80 mil e R$ 90 mil. O limite de financiamento estipulado pelo programa, no entanto, é de R$ 52 mil. No Estado, o percentual de famílias atendidas é de 47%, enquanto na capital 48% dos inscritos no programa puderam enviaram suas propostas à Caixa Econômica Federal.

Para ler a íntegra clique aqui

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Haiti: Um tremor dessa magnitude no Japão não seria tão devastador

Entrevista com o ativista brasileiro José Luis Petrola, militante do MST, que vem atuando no Haiti. Na entrevista fica evidente que o impacto do terremoto só foi maior devido a situação peculiar que vive a sociedade haitiana.

Não é a geografia (entedida aqui como localização geográfica) que faz a tragédia de um povo e sim seu padrão de desenvolvimento econômico e social.


Um tremor dessa magnitude no Japão não seria tão devastador

Maria Mello

Desde janeiro de 2009, a Brigada Internacionalista Dessalines – composta por quatro militantes brasileiros da Via Campesina - atua no Haiti com as organizações camponesas do país para contribuir com o desenvolvimento de agricultura no país, buscando saídas coletivas para o povo, por meio da solidariedade internacional. Lá, os militantes brasileiros atuam em quatro frentes de cooperação: produção de sementes, reflorestamento e produção de mudas, captação de água da chuva e escolas técnicas de nível médio.

José Luis Patrola, militante do MST e integrante da Brigada, está no Brasil desde dezembro e se preparava para voltar ao Haiti na próxima semana. Ele acredita que “o descaso social, acompanhado das precárias condições econômicas vividas pela população e de um Estado que verdadeiramente abandonou seu povo oferecem condições favoráveis para desastres como o ocorrido”.

Segundo ele, os problemas estruturais do país caribenho - que já eram graves - se agravaram enormemente com o terremoto, e avalia a possibilidade de retorno rápido da Brigada para oferecer solidariedade e articular medidas para a reconstrução das áreas atingidas. “No curto e no médio prazo, o problema alimentar afetará gravemente a população, e deveremos buscar formas de ajudar nesse aspecto. Acreditamos ainda que deveremos reforçar a presença de recursos humanos no Haiti, prestando a solidariedade e ajudando a reconstruir um país que há muito necessita da solidariedade internacional que deverá ser construída junto àquele povo”, afirma.

Leia a entrevista.

Qual é a proposta e as atividades de cooperação desenvolvidas pela brigada internacionalista Dessalines no Haiti até agora? Há quanto tempo?

A Brigada se instalou no Haiti em janeiro de 2009. Neste primeiro ano de trabalho, os quatro membros se dedicaram a andar o país em articulação com as organizações camponesas na perspectiva de instalar as bases para o programa de cooperação. Nesse período de diagnóstico da realidade haitiana identificamos quatro áreas de ação. Estas seriam trabalhadas neste ano de 2010. Entre elas se encontram a produção de sementes, reflorestamento, construção de cisternas e construção de uma escola técnica.

Existe uma expectativa muito grande de que o programa de cooperação possa ajudar as frágeis organizações camponesas do Haiti. Nossa brigada se relaciona com todas as organizações camponesas.

Quais as características do meio rural haitiano? Em que aspectos ele pode ser comparado ao Brasil?

O meio rural haitiano é muito pobre. A população pobre daquele país é mais pobre do que todos os países do continente. 65% da população habita o meio rural fazendo com que parcela importante da economia do país dependa da agricultura. No entanto, os camponeses, dentro de seu nível de pobreza, conformam o grupo social mais abandonado da população se localizando em zonas montanhosas e de difícil acesso. Alem de tudo, recursos disponibilizados abundantemente em quase todo o Brasil como água e energia elétrica são raridades no interior do país.

Os camponeses haitianos comercializam seus produtos em grandes feiras instaladas na zona rural e urbana. Ao mesmo tempo, sofrem as dificuldades da abertura comercial que inundou o país de gêneros alimentícios importados. Caso prossiga essa política os problemas dos camponeses que já são terríveis tendem a se agravarem ainda mais.

As consequências do terremoto podem ser consideradas um reflexo do descaso social e político com o povo haitiano? Se os riscos de terremoto sempre foram conhecidos, por que nenhuma providência foi tomada para evitar tantas mortes?

Terremotos ocorrem sem muita previsibilidade. A região onde o Haiti se encontra é suscetível a esses fenômenos. Seguramente, o descaso social, acompanhado das precárias condições econômicas vividas pela população e de um estado que verdadeiramente abandonou seu povo oferecem condições favoráveis para desastres como o ocorrido.

Assim que chegamos ao Haiti, constatamos a ausência de infra-estrutura e recursos básicos na maior cidade do país. Porto Príncipe, onde ocorreu o terremoto, possui em torno de dois milhões de habitantes e a absoluta maioria vive amontoada em bairros pobres. Um tremor dessa magnitude em Tóquio, no Japão, não seria tão devastador devido a preparação e as condições oferecidas pelo Estado à sua população.

Talvez agora, após a catástrofe anunciada, a comunidade internacional faça valer o quarto objetivo das Nações Unidas para aquele país: “formar o desenvolvimento institucional e econômico do Haiti”.

Como a Brigada pretende se mobilizar para ajudar na reconstrução do país e na solidariedade ao povo haitiano a partir de agora?

Após o terremoto, que surpreendeu a todos, teremos que reavaliar nossa estratégia para o médio e longo prazo já que o problema urbano se agravou. Existe, desde agora, um fluxo migratório da capital, afetada pelo tremor de terra, ao interior. Muitos problemas estruturais do Haiti já eram graves antes do terremoto. Agora a situação se agravou enormemente. No curto e no médio prazo, o problema alimentar afetará gravemente a população e deveremos buscar formas de ajudar nesse aspecto. Além disso, a falta de água potável é um grave problema no qual deveremos trabalhar. Ao mesmo tempo a população morre de enfermidades consideradas superadas em países desenvolvidos. Com os desastres naturais elas se agravarão e deveremos pensar com cuidado o aspecto da saúde do povo haitiano. Acreditamos ainda que deveremos reforçar a presença de recursos humanos no Haiti prestando a solidariedade e ajudando a reconstruir um país que há muito necessita da solidariedade internacional que deverá ser construída junto àquele povo.

Fonte: http://alainet.org/active/35573

Da Página do MST - 15 de janeiro de 2010 - http://www.mst.org.br/node/8942

Movimentos sociais do Rio de Janeiro organizam “Frente de Solidariedade com o povo do Haiti”

Eduardo Araujo, do Rio de Janeiro 
Blog Quilombo Raça e Classe da Conlutas
 
No último dia 18, representantes de vários movimentos socais realizaram, com a presença de cerca de 40 ativistas, uma reunião no Sindicato dos Petroleiros - SINDIPETRO-RJ, para a organização do comitê na cidade. 
Na reunião, verificou-se a necessidade de se realizar o quanto antes o lançamento da campanha, que foi realizada, com uma panfletagem, com faixas e carro de som, para a sexta dia 22-01.
O ato, que ocorreu na Cinelândia, em frente  à Câmara Municipal, contou com a presença de 80 ativistas, que distribuíram à população cerca de 3 mil panfletos e se revezaram nas intervenções, com a palavra de militantes de diversos movimentos populares, sindical, de mulheres, dos partidos e do movimento negro.
O Coletivo Quilombo Raça e Classe, da Conlutas, esteve presente, tendo uma participação importante desde a organização do comitê até a realização do ato.
Foi Como disse Júlio Condaque, militante da Secretaria de Negros e Negras do PSTU (Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado) e membro da Conlutas (Coordenação Nacional de Lutas).
"O Brasil vem cumprido a missão da Minustha-ONU, para treinar seus soldados nas ruas e favelas de Porto Príncipe, para depois aplicar nas favelas cariocas o que aprenderam, é a política de extermínio do Estado brasileiro ao povo negro, criminalizando os movimentos sociais que resistem a isso, como vem ocorrendo no Haiti e vemos frenquentemente nas ações de Sérgio Cabral no Rio de Janeiro", concluiu Júlio.
 
Solidariedade, sim. Invasão militar, não!
Desde a ocupação da Minustha ao Haiti em 2004 dezenas de trabalhadores e camponeses vem se organizando para que as tropas de ocupação da ONU saiam de seu país. O Brasil, com envio de forças militares àquele país, vem cumprindo um papel importante na sustentação da ocupação militar estrangeira, cumprindo a função de força auxiliar de países imperialistas como Estados Unidos e a França, no que tange a exploração do povo haitiano e das suas riquezas, através das chamadas maquilas (áreas em que empresas estrangeiras podem explorar a mão-de-obra mais barata das Américas, aplicando leis próprias, inclusive contratando empresas de "segurança" ou até mesmo contando com a ajuda das tropas de ocupação para reprimir qualquer organização sindical desses trabalhadores).
Com a ocorrência do terremoto do dia 12-01-10 o Haiti vem sofrendo bastante com esse golpe da natureza.
Só que agora está sofrendo outro duro golpe, desta vez dos Estados Unidos, com a conivência de Rene Preval, que enviaram mais de 10 mil soldados, podendo ser dobrado, até o final do mês de janeiro.
Perguntamos: por que não enviam médicos, enfermeiros, engenheiros, arquitetos, ou mesmo máquinas(!), ao contrário do que o Ministro da Defesa de Lula vem defendendo - a prorrogação do "acordo" de ocupação ao país caribenho por mais cinco anos.
Muitos relatos de militantes e ativistas no Haiti vem denunciando que as tropas militares não estariam ajudando na reconstrução, mas sim na segurança aos ricos do Haiti, iclusive se omitindo do salvamento das vítimas dos escombros dessa catástrofe. Estão sim sendo usadas pelo imperialismo para aprofundar a exploração e a repessão aos movimentos sociais haitianos que resitem à ocupação.
O imperialismo, contando com a ajuda do Brasil - pois até agora nenhum país assegurou o cancelamento total da "dívida" externa do Haiti sem impor condições - está mais uma vez disposto a transformar o Haiti em uma área livre para a exploração não só de seu povo, mas agora livre de impostos para a instalação de fábricas, como o empenho da Coteminas de José Alencar, ou como até mesmo disse o Presidente Lula, transformar o Haiti numa grande plantação de cana para produção do etanol, mostrando que o interesse no Haiti é garantir a exploração capitalista. 
A formação da FRENTE DE SOLIDARIEDADE COM O POVO DO HAITI, para desenvolver campanhas de solidariedade, contra a militarização e a retirada das tropas da Minustha, se forjou através de uma plenária que se realizou em São Paulo no dia 18-01, em que diversos setores dos movimentos populares e sindicatos, com cerca de 23 orgaizações, e que a Conlutas faz parte, junto com Jublieu Sul, Via Campesina, Comitê Pró-Haiti e Cáritas, entre outras.
Inclusive por já ter enviado diversos companheiros ao Haiti, a Conlutas vê como prioritária essa campanha, pois fica cada vez mais urgente que as organizações de trabalhadores brasileiros e haitianos e de todas as américas na Campanha pela retirada das tropas militares brasileiras e estrangeiras seja uma campanha de solidariedade de classe, pois a retirada da Minustha do Haiti significaria uma vitória do movimento social de todo o continente, pois a reconstrução do país passa prioritariamente coordenada pelos prórpios haitianos.
 
Multiplicar os comitês
Por isso é fundamental que cada companheiro, não só no Rio de Janeiro, como também ativistas e militantes de diversos Estados, estejam envolvidos nessa campanha, pois a história do país que realizou a primeira revolução de escravos vitoriosa nas Américas, que derrotou o exército de Napoleão, nos mostrou que é possivel transformar a realidade adversa através da organização e mobilização dos trabalhadores contra o imperialismo.
Organize em sua cidade um comitê de solidariedade, recolhendo bônus para a campanha financeira, organizando atos denunciando a ação das tropas brasileiras e estrangeiras no Haiti. Portanto fique atento no calendário proposto pela FRENTE DE SOLIDARIEDADE COM O POVO DO HAITI, veja o calendário, ou entre em contato com a Conlutas, o importante é participar.
DIA 23 DE FEVEREIRO - Próxima Reunião Nacional de Solidariedade ao Povo Haitiano
DIA 21 DE MARÇO - Mobilização Nacional - Dia Internacional para a eliminação da discriminação racial
DIA 22 DE MARÇO - Haiti Livre e Soberano

 
Fontes:
Resumo e Encaminhamento da Reunião Nacional - 18-01-10
Resumen de la Ponencia de PAPDA-Jubileo SUR
www.conlutas.org.br

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Haiti: Nota da principal entidade dos movimentos sociais

A principal entidade dos movimentos sociais haitianos, o Batay Ouvriye (Batalha Operária), divulgou uma nota pública chamando solidariedade dos trabalhadores do mundo inteiro ante ao fatal terremoto que sacudiu Porto Príncipe, Haiti, em 12 de janeiro de 2010.

Nota do Batay Ouvriye: chamado à solidariedade

Batay Ouvriye

O terremoto de 12 de janeiro que abalou Porto Príncipe feriu profundamente a nós, o povo haitiano.

Além dos edifícios públicos, os bairros populares foram os mais destruídos. Não é surpreendente, são os mais fragéis, os mais instáveis: o Estado nunca nos propiciou nenhum serviço, nenhuma consolidação, nenhuma atenção. Ao contrário, sempre querem nos expulsar, deslocar, desta forma não temos nem tempo nem capacidade para consolidar nossa situação tão precária.

Enquanto alguns capitalistas tratam de forçar os operários a voltarem ao trabalho em fábricas ainda danificadas, enquanto os donos dos grandes comércios se opõem em distribuir suas mercadorias e as vendem a alto preço, enquanto o Estado mostra e demonstra novamente, como sempre, sua ausência, sua incapacidade e incompetência (a única coisa que sabem fazer é roubar e manobrar, apoiando os proprietários, os burgueses e outras multinacionais); enquanto a polícia nacional brilha por sua ausência (a única coisa que sabem fazer é reprimir o povo); enquanto as forças imperialistas estão claramente aproveitando-se da ajuda que dão para estabelecer uma evidente e, em sua intenção, definitiva tutela... operários, trabalhadores de todo tipo, massas populares em geral sofrem, extremamente dependentes, nesta situação catastrófica.

Alguns órgãos de imprensa têm estimulado o desenvolvimento de aspectos progressivos ao permitirem, por suas emissoras, o mínimo de coordenação no terreno, vários comitês populares estão trabalhando sem descanso para fazer todo o possível, mas: não há meios, não há capacidade de intervenção! Na verdade, este terremoto, além de ter nos massacrado, física e moralmente, supera em muito nossas capacidades populares de intervenção.

No Batay Ouvriye (Batalha Operária), apesar de seus quadros estarem em sua maioria vivos, muitos perderam familiares, casas, os escassos bens... muitos estão feridos, estropiados, enquanto temos que enterrar nossos mortos, sobreviver enquanto já é quase impossível.

Na medida do possível, recusamos passar pelas vias oficiais e governamentais de subministros. No entanto, a situação chega a ser impossível de se sustentar! Por isso, hoje, lançamos um CHAMADO DE SOLIDARIEDADE a todos os operários, todos os trabalhadores, todos os progressistas conseqüentes em todo o mundo para ajudar-nos a sair desta tão catastrófica situação.

De acordo com um inventário feito até agora, estas são as nossas necessidades:

Casas destruídas: US$ 50,000.00
Perda de bens: US$20,000.00
Feridos: US$10,000.00
Para sobreviver hoje: US$30,000.00
Gastos com mortos: US$10,000.00

Total US$120,000.00

A este total se deve acrescentar cerca de 40% devido à inflação galopante e que até agora não se sabe pra onde vai. Com isso, o total fica em aproximadamente US$170.000,00.

Depois da última grande mobilização em torno do salário mínimo, desenvolvemos vários contatos novos de camaradas operários valentes e coerentes. Vivem em bairros distantes, às vezes longes um do outro. Temos também que chegar a eles com nossa solidariedade ativa. Isso aumentará substancialmente os gastos. Por outro lado, nas zonas onde vivem os nossos militantes, algumas ações comunitárias de solidariedade popular têm ocorrido. Temos que nos envolver mais nelas para atrair aí nossas energias organizativas e, com isso, as orientações necessárias. Assim que seja possível (e, justamente, tendo à mão certa capacidade de intervenção mais concreta) oferecer novas iniciativas que serão em si (e no possível) resistência às formas de reconstrução que as classes dominantes se propõem realizar. Isso também vai requerer dinheiro. Considerando esses distintos tipos de ações e solidariedade, podemos dizer que o que necessitamos agora mesmo é, como total mesmo, uma soma de US$ 300.000,00.

Isso é o que nos permitirá sobreviver por agora, ajudar outros trabalhadores combatentes e conscientes a resolverem alguma coisa de sua vida concreta, e construir uma direção política na luta de classes que segue por cima dos escombros. Este último aspecto deve se desenvolver, se possível, rapidamente para conseguirmos reunir um máximo de força possível contra a um outro tipo de catástrofe que nos espera: a que os imperialistas, as classes dominantes e seu Estado reacionário estão nos preparando.

Agradecemos antecipadamente todos aqueles que se propõem em contribuir. O momento pede esta SOLIDARIEDADE internacional de classe. Se possível, ela, então, ajudará a aproximar, ainda mais ou inicialmente, avançando em nossa luta comum.

Para quem pensa mandar essa ajuda em espécie (medicamentos, água, comida, roupa, camas, cadeiras... ) o endereço de nossa sede em Porto Príncipe é: Batay Ouvrie, Delmas 16, #13 bis.

Para quem preferem mandar dinheiro, nossa conta bancária é:

Banco: City National Bank de Nova Jersey
Endereço: 900 Broad Street, Newark, NJ 07102
Número ABA: 0212-0163-9 Cidade de Newark, NJ
Para o crédito de:
Número da Conta: 01 000 98 45
Nome da Conta: Batay Ouvriye
Conta Endereço: Avenida João Paulo II, # 7


Naturalmente, deixaremos público a todos e cada um, a soma de dinheiro que recebermos em cada momento, e igualmente quanto custará cada atividade ou ação empenhada.

Batay Ouvriye

Porto Príncipe, 20 de janeiro de 2010

(versão traduzida - fonte: Jornal Opinião Socialista)

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

PIB dos 7 emergentes superará G7 em 2020

PIB dos 7 emergentes superará G7 em 2020, diz consultoria

O Produto Interno Bruto (PIB) total dos sete maiores países emergentes (E7) superará em 2020 o do grupo dos sete países mais industrializados (G7), impulsionado principalmente pela China, que tirará o lugar dos Estados Unidos como primeira economia mundial, afirmou nesta quinta-feira a consultora PricewaterhouseCoopers (PwC).

"O motor do fortalecimento do E7 é o rápido crescimento da China. Apesar de esperarmos que este crescimento se desacelere progressivamente nos próximos 20 anos, a China provavelmente destronará os Estados Unidos e ocupará o lugar de primeira economia mundial por volta de 2020", explica o estudo da PwC.

O peso relativo do E7 (China, Índia, Brasil, Rússia, México, Indonésia e Turquia) na economia mundial provavelmente deve superar também em 2020 o do G7 (integrado por Estados Unidos, Japão, Alemanha, França, Grã-Bretanha, Itália e Canadá).

A PwC assinala que, em 2000, o PIB do G7 era o dobro do PIB do E7. Mas, durante a última década, os emergentes se aproximaram dos desenvolvidos e o processo se acelerou com a crise econômica. A distância entre o G7 e o E7 se reduzirá a 35% este ano e desaparecerá totalmente no final da década, segundo os cálculos da consultora.

A tendência continuará durante a década seguinte, e se espera que, em 2030, a classificação das dez maiores economias mundiais eja ocupada na seguinte ordem: China, Estados Unidos, Índia, Japão, Brasil, Rússia, Alemanha, México, França e Grã-Bretanha.

http://economia.terra.com.br/noticias/noticia.aspx?idNoticia=201001211045_AFP_238270

sábado, 23 de janeiro de 2010

Haiti: ajuda a bancos foi 4 mil vezes superior a doações

Adriana Diniz, Jornal do Brasil

PORTO PRÍNCIPE - A União Europeia anunciou segunda-feira que enviará um total de 429 milhões de euros (o equivalente a mais de US$ 600 milhões) em ajuda de curto e longo prazo ao Haiti, enquanto os Estados Unidos doarão US$ 100 milhões. Porém, o aporte financeiro dado pelos países europeus e americanos a bancos durante a crise financeira mundial foi 4 mil vezes maior. O socorro aos banqueiros na Europa chegou a US$ 2,28 trilhões e nos Estados Unidos, a US$ 700 bilhões. Só para a seguradora AIG (America International Grupo), o governo americano disponibilizou US$ 180 milhões – quase o dobro do valor doado ao Haiti.

Da doação da União Europeia, 122 milhões de euros serão gastos em ajuda humanitária urgente, 107 milhões de euros serão destinados à reparação imediata da infraestrutura básica do país e outros 200 milhões de euros serão colocados “à disposição” do governo haitiano para a reconstrução do país a longo prazo.

Para analistas, a ajuda em dinheiro, nesse momento, tem efeito muito mais simbólico que prático e pode não cumprir seu verdadeiro papel: de ajudar os haitianos a reconstruir o país.

– A mensagem que os países ricos estão enviando ao mundo é: “olha, não socorremos só os bancos, mas também os países pobres” – afirma o especialista em economia internacional, Ernesto Lozardo. – Estão querendo evitar uma crítica mundial. É positivo, mas tenho dúvidas se isso vai resultar num bem econômico e social real para o país.

O total da ajuda financeira já disponibilizada para o Haiti ultrapassa US$ 1,5 bilhão. Significa uma ajuda de 13% do PIB (Produto Interno Bruto - soma das riquezas geradas pelo país) registrado em 2008 – US$ 11,53 bilhões – e muito mais que o orçamento do governo no mesmo ano – que era de US$ 967 milhões, de acordo com agência americana.

Se o montante fosse dividido igualmente entre a população, cada haitiano teria direito a US$ 166 (ou R$ 292). “É muito para o Haiti, que é um país de milhões de miseráveis, mas muito é pouco para esses países ricos”, acrescenta Lozardo.

– A situação no Haiti, até anterior ao terremoto, é de um Estado falido, portanto é preciso primeiro reconstruir o Estado. Tem que redesenhar todo o país, criar novas instituições. O problema maior do Haiti hoje é de organização – destaca o economista Roberto Teixeira da Costa, ex-presidente do Conselho de Empresas da América Latina.

JB online, 18 jan. 2010

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Crescimento do investimento externo em 2010 pode gerar crise por aqui

As previsões para 2010 é que o Brasil possa vir a ter uma crise nas contas externas, isto é, com mais recursos saindo do que entrando. A raiz dessa crise é que o país prossegue uma economia dependente, com indústrias e empresas controladas pelo grande capital internacional, que apesar de investir aqui, remetem lucros e dividendos para o exterior.

Com a crise internacional de 2008/2009 as filiais das empresas transnacionais se viram forçadas ainda mais a remeter divisas para cobrir prejuízos em suas matrizes, mesmo que, tenham sido atraidas a investir ainda mais no Brasil durante o mesmo período devido a queda da rentabilidade lá fora. Porém, essa situação de possível crise da conta corrente apesar do aumento do investimento externo não é conjuntural em consequência da crise mundial, mas estrutural da economia brasileira.

O que acontece historicamente é que toda vez que aumenta a entrada de capitais aqui, aumenta na sequência, a pressão para saída. Em sucessivas rodadas. O aumento de investimento externo, por um lado, desnacionaliza a economia devido a compra de grandes empresas nacionais, privatizações das estatais e quebra das pequenas. E por outro, enfraquece a balanço comercial pois as empresas transnacionais são em geral grandes importadoras de insumos e peças de suas matrizes ou de outras filiais, aumentando a saída de recursos.

Para piorar, esse círculo vicioso é reforçado pelo governo, à medida que com a ameaça de crise no Conta Corrente se vê forçado a aumentar a atratividade de capitais para compensar a saída de lucros, atrair mais investimento externo mesmo aquele do tipo especulativo, através de taxa de juros altas. O que, por sua vez, fragilizam as empresas nacionais, beneficiando ainda mais as transnacionais que aqui entram.

Então toda vez, que o país se torna mais atrativo para o capital internacional, o país ao invés de se beneficiar, entra em rota de crise. A questão-chave do desenvolvimento brasileiro é a questão da dependência econômica.

Veja duas matérias abaixo que confirmam o cenário de crise de contas externas devido a remessas de lucros recorde:

***

Remessa de lucro pode ser recorde em 2010

Conjuntura: Com real valorizado, envio de dinheiro para as matrizes de multinacionais pode atingir até US$ 38 bi

Sergio Lamucci - Valor Economico - As remessas de lucros e dividendos ao exterior voltaram a crescer no fim de 2009, trajetória que deve se acentuar ao longo deste ano, segundo analistas. Em novembro, as despesas com essas remessas superaram as receitas em US$ 2,012 bilhões, o maior valor mensal do segundo semestre do ano passado, mas ainda abaixo dos US$ 3,028 bilhões de junho de 2009 ou do recorde de US$ 4,345 bilhões de março de 2008. Com a expectativa de crescimento mais forte da economia em 2010, na casa de 6%, os ganhos das empresas devem aumentar, ao mesmo tempo em que as companhias tendem a aproveitar o câmbio valorizado para enviar mais dinheiro para as matrizes, a maioria delas localizadas em países ainda em retração econômica. Com a moeda fortalecida, os reais obtidos nos negócios no Brasil compram mais dólares.
(...)
No entanto, ainda que um ou outro segmento reinvista mais ganhos no Brasil, a aposta generalizada é na aceleração das remessas em 2010. A combinação de crescimento mais forte dos lucros, num cenário de expansão acelerada do Produto Interno Bruto (PIB), e de um câmbio ainda valorizado é um poderoso incentivo nessa direção. ( clique aqui para ler a íntegra )

***

Envio de recursos ao exterior vai afetar saldo em conta corrente neste ano

Luís Afonso Lima, presidente da Sobeet: remessas elevadas mostram que investir no país gera boa rentabilidade

Valor Econômico - Seg, 18 de Janeiro de 2010 - Entre janeiro e setembro de 2008, período em que imperou a combinação de crescimento forte e câmbio valorizado, as remessas de lucros e dividendos atingiram patamares recordes. No segundo trimestre daquele ano, um grupo de 301 empresas abertas teve lucro de R$ 34,971 bilhões, 16% superior ao registrado no trimestre anterior, segundo levantamento do ValorData, com base em números da Economática. O dólar médio, por sua vez, caiu 4,71% do primeiro para o segundo trimestre daquele ano, ficando em R$ 1,656 no período de abril a junho. O resultado foi um envio de US$ 10,3 bilhões ao exterior. A maior parte das filiais de multinacionais não tem capital aberto, mas os números elaborados pelo ValorData servem como um termômetro do desempenho das companhias no Brasil.
(...)
Lima diz que a pressão das remessas de lucros e dividendos sobre as contas externas é uma contrapartida do maior estoque de investimentos estrangeiros diretos no Brasil. De 1999 a 2008, o saldo de inversões externas em atividades produtivas cresceu de 181%, para US$ 287,7 bilhões, segundo a Sobeet. É um capital que veio para o Brasil e quer ser remunerado. As remessas elevadas, reflexo de lucros expressivos, mostram que investir no país gera uma boa rentabilidade, o que é importante para continuar a atrair volumes expressivos de investimentos estrangeiros diretos, diz Lima., que projeta fluxo de US$ 45 bilhões neste ano, bem acima dos US$ 25 bilhões estimados para 2009. ( clique aqui para ler a íntegra )

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Tumbas dão 'pista' sobre pirâmides do Egito

Tumbas dão 'pista' sobre pirâmides do Egito

Cientistas apresentaram no Egito tumbas cuja localização, próxima das pirâmides, reforça a teoria de que esses grandes monumentos foram construídos por trabalhadores livres, e não por escravos. Essa prova confirma uma velha proposição do Marxismo, que a sociedade faraônica era uma sociedade de modo de produção asiática.

Tradicionalmente, as autoridades do Egito refutam a teoria de que as pirâmides foram construídas por escravos, alegando que essa hipótese - um "mito", em suas palavras - ignora as habilidades necessárias na construção e a sofisticação da civilização egípcia.

Evidências colhidas no sítio arqueológico indicam que 21 vacas e 23 cordeiros eram enviados diariamente para alimentar cerca de 10 mil pessoas que trabalharam na construção das pirâmides.

Segundo Hawass, é possível que os fornecedores da carne, fazendeiros no Delta do Rio Nilo e no sul do Egito, não estivessem pagando impostos ao governo, e sim fazendo parceiras com o governo nesses grandes projetos nacionais da época

Leia a matéria da BBC Brasil e UOL Notícias, que ainda incluí um vídeo.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Relatos diretos comprovam a farsa sobre a tragédia do Haiti

Dois incríveis relatos de testemunhas oculares brasileiras dos terríveis eventos em Porto Princípe, Haiti. Um do estudante da Unicamp Otávio Calegari e outro do presidente da ong Viva Rio Rubém César. Ambos contradizem em muito a que a grande imprensa vem noticiando sobre a tragédia naquele nosso país irmão latino-americano.

A mensagem do estudante da Unicamp, Otávio Calegari, além de mais uma vez comprovar a farsa "humanitária" da Minustah, ausente até o momento nas ruas da cidade, também confirma o assassinato momentos antes do tremor, do professor Université d État, Jean Anil Juste, conhecido intelectual e lutador haitiano. E ainda nega que haja um explosão de violência, como a mídia brasileira e internacional vem tentando mostrar. A solidariedade e organização espontânea dos trabalhadores haitianos vêm sendo os principais meios de resistência e reação diante da catástrofe.

Já outra testemunha ocular, o sociólogo Rubém César, presidente do Viva Rio, em entrevista apresenta um relato que segue uma linha parecida, obviamente "puxando a sardinha" para sua ong. Porém, bate na tese apresentada pela mídia do suposto "surto de violência" e ainda afirma que o Brasil ajudou até o momento bem menos do que a República Dominicana, o pobre vizinho do Haiti.

Clique e leia esse artigo no portal da Conlutas e clique aqui e leia a entrevista de Rubém Cesar para o site Terra Magazine.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

O verdadeiro terremoto do Haiti foi a sua própria história

O verdadeiro sofrimento do povo haitiano não foi o terremoto, que só foi mais destrutivo devido as condições sociais e políticas existentes no país. Condições que resultam de séculos do imperialismo sobre a ilha.

Haiti, uma história de paradoxos e excessos

Régis Bonvicino, especial para o Último Segundo

O verdadeiro terremoto do Haiti foi a sua própria história, agora, evidenciada mundialmente pelo sinistro geológico. Porto Príncipe, a capital do Haiti situa-se no departamento de Quest, um dos dez do país, que tem cerca de nove milhões de habitantes e faz fronteira, na ilha Hispaniola, com a República Dominicana. (...)

Sob o governo do Minustah, deu-se o terremoto físico, há tanto experimentado continuamente na vida social. Como observa Aznárez, com pertinência, a história do Haiti é excessiva, desde o chicote colonial francês até os dias de hoje. (...)

O Haiti é o produto mais cruel desses processos coloniais europeus (e americanos), sob a etiqueta “globalização”: ela não incluiu, como aduz Depestre, a totalidade dos valores das diversas civilizações e culturas, mas, ao contrário, impôs um padrão único, causando o jihadismo, o terrorismo, a pobreza etc.

O Haiti é a vítima da hora. Ele, apesar da comoção mundial que provoca, será ainda palco de disputa geopolítica áspera, onde o que menos importa é sua população, confirmando a Lei de Murphy.

Clique aqui para ler a íntegra

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Haiti: Reforço de construções poderia salvar vidas, dizem especialistas


O que matou as pessoas no Haiti não foi o terremoto, foi a pobreza e a mesquinharia.


"Reforço de construções poderia salvar vidas, dizem especialistas"

Regras mais rígidas para a construção civil e prédios adaptados para terremotos podem evitar muitas das mortes em terremotos como o de terça-feira, no Haiti, de acordo com especialistas entrevistados pela BBC Brasil.

Medidas "relativamente baratas", como o uso de concreto armado reforçado com aço e a construção de cinturões externos para conter desabamentos poderiam evitar mortes e possibilitar o tratamento de feridos após o tremor.

Um exemplo claro da diferença que a construção pode fazer foi dado por Douglas Given, coordenador do sistema de alarme da agência de pesquisas geológicas dos Estados Unidos (USGS, na sigla em inglês)
Em 1994, um terremoto de 6,4 pontos na escala Richter na Califórnia causou 60 mortes. No ano seguinte, um tremor de potência semelhante matou 640 pessoas nas proximidades de Osaka, no Japão.


Em ambos os casos, a população da região beirava os 2 milhões de habitantes. O que fez essa diferença, segundo Given, foi a qualidade das construções.


clique aqui para ler a íntegra dessa matéria (fonte: Último Segundo e BBC Brasil)

domingo, 17 de janeiro de 2010

100 anos sem Joaquim Nabuco


“acabar com a escravidão não nos basta, é preciso destruir a obra da escravidão.”

Hoje marca o centenário da morte de Joaquim Nabuco.

Está programada em homenagem a ocasião uma missa especial na Igreja da Candelária (RJ), por iniciativa da Academia Brasileira de Letras (ABL) e, simultaneamente, haverá o lançamento da campanha publicitária e incursões na mídia sobre o Ano Nacional Joaquim Nabuco, sob a responsabilidade da Companhia Editora de Pernambuco (Cepe), Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), Assembléia Legislativa do Estado de Pernambuco (Alepe) e Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

É a oportunidade de colocar em debate a importância histórica de Joaquim Nabuco e a atualidade das suas ideias, considerando a abrangência, a profundidade e a multiplicidade da sua atuação política e da sua produção intelectual nas esferas da ação parlamentar, da mobilização civil, do jornalismo, da diplomacia, da historiografia e da literatura.

Revelando o alcance social do seu pensamento, Joaquim Nabuco, que foi um dos principais mentores do abolicionismo, advertia, quatro anos antes abolição da escravatura no Brasil, para a necessidade de associar “a emancipação dos escravos e a democratização do solo”, acrescentando que “acabar com a escravidão não nos basta, é preciso destruir a obra da escravidão.”

sábado, 16 de janeiro de 2010

Marx e as Crises, por Daniel Bensaid

Para Marx, a crise de 1857 coloca em evidência o divórcio entre o valor de uso do produto e o valor de troca expresso no dinheiro. Este texto constitui a primeira parte da introdução de Daniel Bensaïd à recolha de textos de Marx sobre as crises publicada por Demopolis: ‘Karl Marx, As Crises do Capitalismo’, Demopolis, Paris, Junho de 2009.


"Marx e as crises" (por Daniel Bensaïd)

21 de Agosto de 2009

Este texto constitui a primeira parte da introdução de Daniel Bensaïd à recolha de textos de Marx sobre as crises publicada por Demopolis: ‘Karl Marx, As Crises do Capitalismo', Demopolis, Paris, Junho de 2009.

A proeza de Marx, contemporâneo da primeira grande expansão bancária dos anos vitorianos e do Segundo Império, é ter atravessado as aparências, a superfície confusa das coisas, para procurar no coração do sistema as razões da ausência de razões, a lógica do ilógico.

Quando, no início dos anos 50, ele se dedica ao grande estaleiro da crítica da economia política, falta-lhe, no entanto, recuo histórico para apreender plenamente os ritmos da economia e desmontar os seus mecanismos. O próprio Ricardo, escrevendo sobre as crises de 1815, "não sabia, no fundo, nada sobre as crises". Os seus sucessores já não tinham as mesmas desculpas: "Os fenómenos posteriores, em particular a periodicidade quase regular das crises do mercado mundial, já não lhes permitem negar os factos ou interpretá-los como acidentais".

clique aqui para ler a íntegra no Portal Esquerda.net.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Trabalhador Haitiano solicitando ajuda


fonte:http://www.pbagora.com.br/ew3press/conteudo/20100113164145.jpg

As sempre lágrimas haitianas

AS SEMPRE LÁGRIMAS HAITIANAS

João Luis Duboc Pinaud - janeiro 2009

Estranho mencionar negatividades a respeito de um povo especialíssimo, dotado força libertária e criativa, que se expande em mil modalidades de alegria, cor, música eexpansiva beleza, embora ainda mantido preso nas tantas grades dos interesses externos. Esta cena de inviabilidade política, nocurso do século 21 revela inaceitável condenação a morrer previsto, metódico,frio, crudelíssimo e sem apelos. Inaceitável absurdo resvala para airracionalidade, pois esta insanidade política atinge povo em plena expansão daprópria vitalidade, rara explosão dos cantos, traduzindo força, alegria, dança esperançase possibilidades imediatas de afirmação. E a insanidade desta situação emanifesta posto que este povo, como palavra e realidade, detém em si mesmo,qual tesouro mal pressentido, a energia toda que uma Nação consegue magicamentedeter. No curso do anode 2005, o JUBILEU SUL promoveu, com o Prêmio Nobel da Paz Adolfo Perez Esquivel e Nora Cortines (Madres da Praça de Maio), congregando ainda representantesde valiosas instituições (PACS, CONIC, MST, VIA CAMPESINA), a MissãoInternacional que esteve no Haiti verificando circunstância política do povo haitiano, seu contextohistórico-social, a luta pela autodeterminação e a legitimidade da presença(bélica) de outro tipo de missão humanitária da ONU. Não pretendemos repetir o Relatório elaborado pela já referida e verdadeira Missão promovidapelo JUBILEU SUL, mas apenas registrar aspectos que merecem ser conhecidos pelacomunidade internacional: I. A ajuda efetiva ao Haiti tem vindo da sociedadecivil de vários países; II. A“Missão Humanitária” mantida pela ONU (o Brasil figura como seu chefe) significourepressão aos movimentos sociais haitianos nas suas legítimas reivindicaçõespor condições mínimas de sobrevivência e dignidade; Este ponto exige– para mostrar claramente a gravidade do problema – algumas informações, asaber: a) Existem atualmente 18 (dezoito) zonas francas nesta pequena ilhamontanhosa (14 existentes no ano de 2005, onde estão instaladas as chamadas“indústrias da agulha” (têxteis); b) tais indústrias não prescindem do esforço humanoe o remuneram com salários vis (30 dólares mensais) para manter altas taxas delucro e competitividade no mercado mundializado. Não pagam nenhum imposto aogoverno haitiano. São fortemente guardadas por seguranças armadas; c) qualquer movimentaçãopor melhores salários é violentamente reprimida; d) no dia 1º de maio de 2009,manifestação popular registrou mortes de trabalhadores e) 80 % da população haitiana está desempregada e viveabaixo da linha da pobreza. Qualquer movimento partindo dessas massasdesesperadas e criminalizadas provoca violenta repressão apoiada pela MINUSTAH. Permanecendo tais condições imorais nas indústriasdas zonas francas, sob guarda da MINUSTAH, o povo haitiano não conseguirá obternenhum avanço em direção a uma vidadigna, direito do qual todo ser humano deve ser portador. O terremoto recente tornouvisíveis as precariedades das condições, imoralmente mantidas do viverhaitiano. Espera- se que, pela gravidade revelada, ingresse finalmente, napauta internacional das urgências, o apoio imediato ao Haiti.

http://quilomboracaeclasse.blogspot.com

Campanha de Solidariedade organizada pela Conlutas

A Conlutas divulgou uma nota no seu portal solidarizando-se com os trabalhadores e o povo haitiano e chamando a solidariedade de classe. A entidade esta ainda tentando contato com as organizações de trabalhadores com quem tem relações no Haiti, mas até este momento as comunicações estão muito difíceis.

A Conlutas já está encaminhando formas concretas de solidariedade para ajudar os trabalhadores do país. Dadas as condições e a dificuldade de transporte de víveres e mesmo de remédio até o Haiti, a entidade acredita que a melhor forma é reunir recursos em dinheiro que possam ser enviados às organizações de trabalhadores daquele país com quem a Conlutas estabeleceu relações neste período na luta pela retirada das tropas estrangeiras que ocupam o Haiti.

A Conlutas está pedindo aos sindicatos e movimentos sociais que discutam em suas instâncias que tipo de ajuda podem disponibilizar neste momento. Uma das propostas da Conlutas é que os sindicatos organizem uma coleta de dinheiro na própria categoria. A contribuição de um trabalhador brasileiro para ajudar seus irmãos haitianos tem uma importância educativa que vai além do valor financeiro envolvido.

Também, na nota a Conlutas diz que continuará a cobrar do governo brasileiro o fim da ocupação militar do Haiti, e que os recursos utilizados para sustentar a tropa de ocupação sejam revertidos imediatamente em ajuda humanitária, tão necessária neste momento.

Abaixo segue a conta bancária da Conlutas para os depósitos de Solidariedade ao Povo do Haiti.

Banco do Brasil
Associação Coordenação Nacional de Lutas
AG: 4223-4
C/C – 8908 – 7

Morre o intelectual e revolucionário francês Daniel Bensaïd

por Marco Aurélio Weissheimer - blog RS Urgente

Gravemente enfermo há vários meses, morreu nesta terça-feira (12), em Paris, Daniel Bensaïd. Militante de esquerda desde a adolescência, Bensaïd foi um dos fundadores da Jeunesse Communiste Révolutionnaire (JCR), em 1966, e participou ativamente do movimento de Maio de 68, antes de participar da criação da Ligue Communiste (LCR), em 1969. Durante muitos anos, foi dirigente da LCR e da Quarta Internacional. Em 2009, engajou-se na criação de um novo partido de esquerda na França, o NPA (Novo Partido Anti-Capitalista).

Professor de Filosofia na Universidade de Paris VIII, Bensaid publicou diversos livros de filosofia e debate político, ajudou a construir as revistas Critique Communiste e ContreTemps e participou ativamente da criação da Fundação Louise Michel, defendendo nestes espaços um marxismo aberto e não dogmático. Daniel Bensaïd esteve diversas vezes em Porto Alegre e foi um participante ativo das edições do Fórum Social Mundial na capital gaúcha. Vai fazer falta.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Nota da Conlutas: Solidariedade ao Haiti!

Solidariedade Urgente!
O Haiti é devastado por terremoto; estima-se centenas de mortos e feridos

A solidariedade de classe é uma necessidade e tarefa urgente

Na terça-feira (12) o povo haitiano sofreu com a destruição que arrasou a capital do país


Um terremoto de nível 7 da escala Richter, devastou o Haiti. A magnitude pode ser vista em fotos divulgadas na grande imprensa. De acordo com Centro de Estudos Geológicos dos EUA (USGS), o tremor ocorreu às 16h53 horário local, 18h53 horário de Brasília. Devastou a capital de Porto Príncipe uma das principais cidades atingidas. Até o momento não se sabe com precisão o numero de vítimas. Segundo informações da Cruz Vermelha até 3 milhões de pessoas foram atingidas pelo terremoto. De acordo com especialistas, este é o maior tremor que atingiu o país nos últimos 200 anos.

A situação nos bairros mais pobres é grave. As comunicações foram em grande parte interrompidas. Não há luz elétrica em algumas cidades. Os haitianos estão à procura de refugio nas embaixadas também devastadas. Há escombros por toda a parte da Capital de Porto Príncipe o que impede a circulação de veículos. A maioria dos prédios veio abaixo. Barracos e casas que já são construídas de forma precária não resistiram ao tremor. O principal hospital da cidade também foi comprometido, tornando o atendimento às vítimas ainda mais complicado. O tremor também causou incêndios em algumas localidades, a universidade da capital de Porto Príncipe foi atingida pelo tremor, há indícios de pessoas soterradas no local.

O maior problema é a logística, a dificuldade de chegar ao local. A devastação tomou conta do país que já sofre com a pobreza e não tem condições para lidar com grandes desastres. As imagens veiculadas na imprensa mostram pessoas nas ruas desesperadas e feridas.

A Conlutas manifesta sua solidariedade ao povo haitiano frente ao desastre acontecido no dia 12. Por outro lado não pode deixar de cobrar o fim imediato da ocupação por militares estrangeiros que também vitimam o povo haitiano. Cobramos do governo Lula que cancele imediatamente o esforço de guerra desenvolvido pelo Brasil para chefiar a ocupação do Haiti e redirecione todos os recursos gastos com força de ocupação para a ajuda humanitária tão necessária neste momento.

A Conlutas entrou em contato com a BATAY OUVRIYE e com e outras organizações no Haiti para saber quais medidas concretas podem ser tomadas para ajudar o povo haitiano. Estamos convocando os sindicatos e organizações dos trabalhadores do nosso país a se mobilizarem para arrecadar recursos que possam se enviados à organizações de trabalhadores do Haiti, num exercício concreto de solidariedade de classe.

Secretaria Executiva Nacional da Conlutas

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Terremoto pode ter matado milhares no Haiti; 4 brasileiros morrem

por Joseph Guyler Delva PORTO PRÍNCIPE (Reuters) - Um forte terremoto abalou o Haiti, possivelmente matando milhares de pessoas, entre elas ao menos quatro militares brasileiros que servem na força de paz da ONU no país, e provocando o desabamento do palácio presidencial e de favelas da cidade. O Brasil lidera as tropas de paz da ONU no Haiti e participa da Minustah com 1.266 militares. O contingente total da missão é de 9.065 pessoas, sendo 7.031 militares, segundo dados de novembro. Nesta quarta-feira, o Exército brasileiro informou que os quatro militares mortos são do 5o Batalhão de Infantaria Leve sediado em Lorena, interior de São Paulo. Ao menos outros cinco militares brasileiros ficaram feridos. O general Carlos Alberto Neiva Barcellos, chefe do setor de comunicação social do Exército, disse a jornalistas que há grande número de militares brasileiros desaparecidos após o terremoto. O Itamaraty informou na terça-feira que o ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim, conversou com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que expressou "preocupação" com os brasileiros no Haiti e manifestou sua solidariedade ao povo local. A chancelaria brasileira disse à Reuters que o contato telefônico com representantes na capital haitiana está "muito difícil", mas que "vai tomar providências no sentido de verificar se há brasileiros (entre os mortos e feridos)." Um prédio de cinco andares usado pela Organização das Nações Unidas (ONU) desabou na terça-feira por causa do terremoto de magnitude 7, o mais forte a atingir o Haiti em mais de 200 anos, segundo o Centro Geológico dos Estados Unidos. Imagens da Reuters Television na capital haitiana, Porto Príncipe, mostraram cenas de caos nas ruas e pessoas soluçando em meio aos escombros. - Zilda Arns morre em terremoto no Haiti SÃO PAULO (Reuters) - A fundadora da Pastoral da Criança Zilda Arns, de 73 anos, é uma das vítimas do terremoto de terça-feira no Haiti, confirmou nesta quarta-feira o gabinete do senador Flávio José Arns (PSDB-PR), sobrinho da médica pediatra e sanitarista. "Realmente ela estava (em Porto Príncipe)", disse Maria José Camargo, assessora do gabinete do senador. "Ela estava caminhando com um militar na rua... Teve o terremoto e os escombros a pegaram", afirmou acrescentando que o militar também morreu. (Reportagem de Silvio Cascione) fonte: Agência Reuteus e Agência Brasil

Haiti: Forte tremores causam danos e vítimas


Fortes tremores no Haiti causam danos e vítimas

Quarta-feira, 13 Jan. 2010 - Um forte terremoto atingiu o Haiti nesta terça-feira, derrubando prédios, soterrando moradores e deixando muitos mortos e feridos na capital Porto Príncipe, disseram testemunhas na cidade.

As notícias das agências de notícias informam devastação nas principais cidades do país. Parece que há brasileiros entre as vítimas.

Nossa solidariedade ao povo pobre do Haiti!

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Até ex-ministro de FHC pede mudanças nos rumos da política econômica

Bresser pede correção de rumos

Bresser: crítica a crescimento medíocre desde FH

PARA EX-MINISTRO, SE POLÍTICA ECONÔMICA NÃO MUDAR, EXPECTATIVA "É PÉSSIMA" E MUITO DISTANTE DE CHINA E ÍNDIA

jornal Monitor Mercantil (11 jan. 2010) - Destoando das previsões róseas que apontam crescimento de até 6% para este ano, o ex-ministro da Fazenda Luiz Carlos Bresser Pereira diz ter "expectativa péssima" sobre o futuro próximo do país. Ele justifica esse sentimento, observando que o crescimento do Brasil é "medíocre" na comparação com o de China e Índia nos últimos quatro anos. (clique aqui para ler a íntegra)

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Governo Lula cortou pela metade recursos contra enchentes


Governo Lula corta pela metade recursos contra enchentes

Apenas 21% do orçamento de 2009 foi gasto, cortes no ano passado passaram dos R$ 91 milhões

Jornal Opinião Socialista - As tragédias causadas pelas chuvas durante a passagem do ano expõem de forma dramática o problema do déficit habitacional crônico no país. A falta de moradias dignas empurra um contingente cada vez maior de famílias para os morros, encostas e várzeas, onde são obrigadas a arriscarem suas vidas nessas áreas de risco. Esse é o principal motivo de tantas mortes.

Já ocorrido os acidentes, porém, um outro aspecto vem à tona. O Estado que já havia se omitido na questão habitacional, omite-se novamente no socorro às vítimas e na realização de obras preventivas anti-enchentes. É o que revela levantamento realizado pela ONG Contas Abertas, que mostra que o orçamento para obras de prevenção a enchentes se reduziu pela metade de 2009 para 2010.

Leia toda a matéria aqui, que incluí a tabela com cortes orçamentários, com dados do "Contas Abertas".

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Boris Casoy e seu ódio de Classe: "Isto é uma vergonha!"


O portal Yahoo! divulgou que a personalidade mais buscada nesta semana foi o jornalista Boris Casoy e seu polêmico vídeo onde ofende em "off" dois garis, reproduzimos artigo de Ademar Lourenço postado no portal da Conlutas, em que discute as possíveis razões sociais por trás das infelizes declarações.


Boris Casoy e seu ódio de Classe: Isto é uma vergonha!

Ademar Lourenço

Quem está acostumado a ver o jornalista Boris Casoy dar suas “lições de moral” na televisão se espantou com as barbaridades que ele falou no último dia 31. Depois de ver a cena de dois garis dando uma mensagem de final de ano no Jornal da Band, em que é âncora, Boris deu uma demonstração extrema de seu ódio de classe. Para quem conhece a trajetória do jornalista, o fato não impressionou.
(...)
Boris é a cara da mídia burguesa: Quando está on, é demagoga, quando está off, mostra quem é.

Leia a íntegra no portal da CONLUTAS

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Um caso de racismo dentro da USP


A estudante Luanda denunciou sofrer de racismo dentro da USP ocorrido no último dia 11 de novembro e que pode ser lido aqui e aqui.

A aluna do curso de história Luanda Dessana Ferreira dos Santos, 26, registrou um boletim de ocorrência na Decradi (Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância) acusando um rapaz e uma menina de ofendê-la.

O episódio ocorreu numa reunião convocada por diretores da Amorcrusp (Associação de Moradores do Crusp) para discutir um furto no caixa da entidade, no dia 11.  Luanda, atual tesoureira da associação, teria sido acusada pelo crime. Segundo a universitária, um bate-boca começou e o rapaz, que não é estudante da USP, ofendeu-a com palavras de caráter racista.Ao ser acusado de preconceito, o jovem reafirmou que era racista. Luanda também foi ameaçada de agressão pela namorada do jovem, que é integrante da associação.
O programa Manhã Maior da RedeTV! debateu o caso de racismo. O programa contou com a participação dela, de Wilson,  e a presença do fundador no núcleo de consciência negra da USP e coordenador do Movimento Quilombo Raça e Classe.

Os agressores não podem ficar impunes. Nossa total solidariedade à Luanda.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

É o capital externo usado para cobrir déficit externo que gera esse déficit


É o atual grande fluxo de capital internacional, puxado pelos investimentos diretos, que vem financiando o déficit externo da conta corrente no balanço de pagamentos do Brasil. Contudo, é justamente o capital externo que gera o déficit da conta corrente, à medida que gera posteriormente a pressão pela remessa de lucros e dividendos das empresas de capital internacional para suas matrizes.


Leia a matéria abaixo e perceba isso, está implícito, apesar de que a autora estivesse mirando isso originalmente quando perguntou aos dois especialistas mencionados:


Capital externo financia déficit

PALAVRAS DE ESPECIALISTAS Cássia Almeida - O Globo - 05 janeiro de 2010

Paulo Levy • Economista do Ipea / Luís Afonso Lima • Presidente da Sobeet

Capital externo financia déficit Cássia Almeida Depois de registrar em 2009 o pior saldo comercial em sete anos, o Brasil deve amargar em 2010 novo tombo no superávit da balança.

Depois de registrar em 2009 o pior saldo comercial em sete anos, o Brasil deve amargar em 2010 novo tombo no superávit da balança. As melhores previsões são de uma redução de 50% no saldo comercial. Isso fará dobrar o déficit em transações correntes (contas com o resto do mundo) do país. Porém, mesmo com o déficit nesse campo estimado em mais de US$ 50 bilhões, analistas não veem risco. A entrada de capital estrangeiro, seja via investimento direto para produção ou por meio de compra de ações e títulos do governo, financiará com sobra esse negativo nas transações correntes.

O economista Paulo Levy, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), lembra que o déficit na conta corrente, agora, terá perfil bem diferente do observado nos anos 90. Naquela época, para financiar o déficit, o governo era obrigado a endividar o país e conter o consumo das famílias para diminuir as importações.

- Agora, o déficit será financiado por investimento externo. A contrapartida, que é a remessa de lucros e dividendos (por parte das empresas estrangeiras que investem no país) age de maneira pró-cíclica. Nos períodos de crise, a remessa diminui, favorecendo o balanço de pagamentos.

Luís Afonso Lima, presidente da Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transacionais e da Globalização Econômica (Sobeet), concorda com Levy: não há risco com a subida do déficit comercial. Porém, na sua opinião, a composição da nossa pauta de exportações tem piorado.

- Estamos virando um exportador de produtos primários. Historicamente, esses itens respondiam por 40% da pauta. Hoje, está em mais de 50%. Será isso que queremos?

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

O Brasil em 2022


Voltou a baila discutir desenvolvimento nacional, como também planejamento econômico. O novo ministro de Assuntos Estratégicos do Brasil está elaborando um plano que se chama "Brasil 2022". Um caderno de metas e indicadores para os próximos 12 anos, isto é, os 4 mandatos presidenciais - uma referência de planejamento público para o desenvolvimento econômico brasileiro.

Contudo, é preciso discutir o Brasil que teremos e que queremos para a próxima década. Não basta prever que o Brasil tornará a 5a maior economia do mundo, campeão nas energias limpas, torne-se celeiro do mundo, exportador de petróleo com o pré-sal, etc, etc. É preciso dizer, como ficará a renda per capita, a desigualdade social, o meio ambiente, etc. Um Brasil potência para os ricos não muda em nada e não serve ao povo trabalhador.

Como a proposta oficial de elaboração do plano será aberta as entidades da sociedade civil, está em tese aberta uma oportunidade para que os trabalhadores e movimentos sociais se façam ouvidos e pautem sua visão de Brasil e mundo que desejam para os próximos anos.

Veja a matéria abaixo do jornal Valor Econômico que brevemente apresenta a proposta e seus debates iniciais.


O Plano Brasil 2022

O ministro de Assuntos Estratégicos, Samuel Pinheiro Guimarães, trabalha em ritmo acelerado para entregar ao presidente Lula, até 30 de junho, o plano "Brasil 2022". O tempo é curto, mas o embaixador está confiante no cumprimento do prazo. Ele já conversou com cada um dos mais de 30 ministros e criou grupos de trabalho para cada área. O plano será submetido, por meio de seminário, a especialistas de quatro grandes áreas (de infraestrutura, social, econômica e institucional) e debatido com entidades da sociedade civil.

clique aqui para ler a matéria

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Brasil saiu da recessão pois diminuiu superávit primário


O Brasil conseguiu passar razoavelmente bem pela recessão mundial (apesar de muitos pesares...) e isso pode ser visto a olho nu, e os indicadores divulgados no fim do ano comprovam. Um dos principais fatores que contribuíram para isso foi que o governo Lula resolveu diminuir o garrote fiscal (marca do seu governo e do seu antecessor FHC) reduzindo o superávit primário desviado para a gastança com pagamento de juros da dívida pública. 

Com isso foram revertidos importantes recursos orçamentários para o setor produtivo, via investimentos públicos (PAC, etc) e incentivos fiscais (isenções de IPI, renúncia fiscal, etc). Contudo, o setor público em 2009 continuou dando aos banqueiros uma soma de mais de R$64 bilhões, que poderiam ter sido revertidos em saúde, educação, segurança pública e infra-estrutura. Essa situação não se limita a União, mas também assola estados e municípios. 

Imagine se ao longo de 2009 esse montante tivesse sido usado também no setor produtivo (não teríamos, p.ex. um PIB positivo de 0,5% em 2009), e mais do que isso, imagine se o fosse nos muitos anos anteriores. Com isso, podemos verificar, que uma das questões chaves da atual trajetória de desenvolvimento nacional brasileiro é a questão da dívida pública, e a consequente transferência de recursos públicos para os bancos subtraído das legítimas  funções do Estado e necessidades do povo trabalhador.

Veja a matéria do jornal Monitor Mercantil com os dados fornecidos pelo Banco Central.



LULA FLEXIBILIZOU GARROTE PARA PAÍS SAIR DA RECESSÃO

Aperto fiscal 50% menor
Embora metade do de 2008, desvio de recursos para pagar juro já soma R$ 64 bi


Jornal Monitor Mercantil (30 de dezembro 2009) - Para tirar o país da recessão mais intensa dos últimos 20 anos, o governo reduziu o desvio de recursos do setor produtivo para a gastança com pagamento de juros (superávit primário). Mesmo assim, segundo o Banco Central (BC), até novembro, o superávit primário do setor público consolidado (governo federal, estados, municípios e empresas estatais) somou R$ 64,242 bilhões, ou 2,25% do Produto Interno Bruto (PIB).

No acumulado de 12 meses encerrados em novembro, a drenagem alcançou R$ 43,581 bilhões.

Embora equivalente a praticamente o orçamento anual da Saúde para 2010, de cerca de R$ 66 bilhões, o aperto fiscal nos primeiros 11 meses de 2009 foi menos da metade do registrado entre janeiro a novembro. Naquele período, foram retirados da economia R$ 134,83 bilhões, ou 5,08% do PIB, para gastar com pagamento de juros.

No mesmo intervalo de 2007, a drenagem de recursos para gastança financeira atingira R$ 113,387 bilhões, ou 4,78% do PIB.

Apesar da redução do garrote na economia, em novembro, o setor público voltou a passar por forte aperto. Mês passado, o setor público consolidado desvio de R$ 12,711 bilhões da economia para torrar com juros.

O superávit primário do mês passado nas contas públicas foi obtido com saldo primário positivo de R$ 10,712 bilhões das contas do governo central (Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência Social).

Os governos regionais apresentaram superávit primário de R$ 898 milhões, sendo R$ 735 milhões dos governos estaduais e R$ 162 milhões dos governos municipais. As empresas estatais apresentaram superávit primário de R$ 1,101 bilhão.

De acordo com o BC, as empresas estaduais registraram saldo positivo de R$ 454 milhões e as municipais, R$ 28 milhões.

sábado, 2 de janeiro de 2010

A verdadeira face da Direita Brasileira

Sabemos que os setores reacionários no Brasil constumam se esconder, mas às vezes aparecem.

SEU BORIS CASOY, POR BORIS CASOY

É UMA VERGONHA!!!
http://www.youtube.com/watch?v=f_E4j7vi3js