sábado, 26 de setembro de 2009

Militares brasileiros são acusados de tortura no Haiti

(matéria atualizada em 08/09/2011)
Charge do cartunista brasileiro Latuff 
denunciando a impressão por parte da 
população haitiana com relação as tropas
 do Minustah da ONU lideradas pelo Brasil.

A violência e a repressão brutal das tropas de paz do Brasil no Haiti a cada dia são mais graves. Com uma simples consulta ao Google ou Bing veremos várias denúncias na mídia internacional de casos de abusos de autoridade realizado por tropas da Missão de Paz. Os líderes dos movimentos sociais estão entre aqueles que mais sofrem. Contudo, as denúncias finalmente foram escutadas pela ONU.

Devemos destacar que o papel do Minustah é garantir a ordem no Haiti e não garantir as condições sociais básicas para a população. O problema que há ordem possível no Haiti é conduzida pelos fuzis e tanques. E como toda ordem está serviço de alguém ou algo, e essa ordem está a serviço das multinacionais e da elite econômica local. É muito triste, mas vem sendo isso que acontece no Haiti. E é dever da imprensa alternativa e progressista denunciar tal situação e exigir mudanças, a começar pela saída das tropas do Brasil daquele país.

As denúncias contra o Minustah
A Missão de Paz foi criada pela ONU em 2004. O contingente militar, liderado pelo Brasil, é integrado por 7.060 soldados e oficiais de diversos países. Cerca de 1,2 mil militares brasileiros estão no Haiti.O comandante da tropa da ONU é o general Floriano Peixoto Vieira Neto.

A Organização das Nações Unidas(ONU) criou uma comissão de investigação para apurar uma grave acusação contra soldados brasileiros que participam da Missão de Paz no Haiti. A comissão foi criada após a denúncia de um líder comunitário, que afirmou ter sido torturado pelos militares do Brasil.

O líder comunitário haitiano Franki afirmou ter sido torturado, no último dia 10, por soldados brasileiros que integravam uma patrulha. De acordo com a denúncia, os militares invadiram a casa de Franki e o levaram para um local ermo de Porto Príncipe, capital do Haiti, onde o torturaram. As causas da suposta agressão não estão claras. Nenhum brasileiro integra a comissão formada para apurar o caso.

Presidente do Uruguai pede desculpas ao Haiti
Em meio ao escândalo e à indignação provocados pelo caso no Uruguai, o presidente José Mujica pediu ontem desculpas ao Haiti pela suposta violação de um jovem haitiano por militares uruguaios da força de paz da Organização das Nações Unidas (ONU) no país do Caribe (vide Portal do Itamaraty | 08/09/2011). Coincidentemente, os ministros da Defesa e os chanceleres dos países sul-americanos que enviaram tropas ao Haiti se reúnem hoje em Montevidéu para definir os rumos da missão.

Tropas de paz ou estabilização?
A responsabilidade daqui do blog é com os trabalhadores e oprimidos, e não com os opressores ou àqueles que lhe servem de instrumentos, mesmo que inconsciente. E vem sendo isso que está acontecendo com os soldados brasileiros do Minustah, são instrumentos manipulados. A presente matéria é resultado do relatório da ONU e das denúncias que vêm chegando à imprensa operária, sindical, popular e alternativa sobre ações brutais dos soldados.

A cada dia está ficando muito claro que o papel da ocupação não é mais a estabilização, mas sim a defesa da ordem, ordem social favorável aos grandes empresário, em especial, os multinacionais que veem este país pobre, destruído pelo subdesenvolvimento, guerra civil, ditaduras e terremoto, como oportunidade de negócio. O mínimo de bom senso, seria trazer de volta nossos rapazes do Haiti, devolvendo o poder ao povo trabalhador daquele país.