quarta-feira, 12 de abril de 2017

Saúde pública desafia mercado

Fatos & Comentários / 11 abr 2017

Em geral, os sistemas públicos de saúde – inspirados no pioneiro National Health Service (NHS), do Reino Unido – demonstram maior eficiência do que os dos países que conservam o modelo tradicional centrado no mercado, sustenta a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco). “Diversos estudos recentes têm comparado custos e resultados do NHS com o sistema dos EUA e apontam ampla vantagem para a política de saúde britânica, cujo gasto per capita com atenção em saúde é metade daquele dos EUA”. Segundo a entidade, as grandes inovações organizacionais e em gestão na saúde vêm sendo desenvolvidas nos sistemas públicos de saúde. “Foi na área pública que se inventou e experimentou a atenção primária, o acesso racional e regulado aos especialistas, exames diagnóstico, fármacos e serviços de alta complexidade. Foram os sistemas públicos que lograram integrar clínica e saúde pública, assistência e promoção à saúde. São nos sistemas públicos onde se vêm desenvolvendo o cuidado interprofissional, o trabalho em equipes, o apoio matricial e valorização do vínculo e responsabilidade com os usuários”, prossegue a Abrasco.

A Associação estende os elogios ao SUS, que garante ser mais eficiente e mais efetivo do que a Saúde Suplementar. O setor privado brasileiro, em 2014, para atender a 25% da população, dispendeu 54% do gasto total em saúde no país. “O SUS para atender aos 75% que não possuem planos ou seguros privados, com uma oferta de serviços bem mais ampla (medicamentos gratuitos, insulina, vacinas, cuidado multiprofissional e não somente médico etc.) e que também atende aos 45 milhões que pagam planos de saúde, principalmente, quando estes não garantem a assistência em casos de urgência e acesso a serviços de alta complexidade, utilizou apenas 46% do gasto total em saúde”, contabiliza a Abrasco.

Tudo bem que a entidade não leva em conta a demora e as condições precárias de boa parte dos locais que atendem ao SUS. Mas é fato que grande parte dos tratamentos mais delicados, como câncer, acabam sendo atendidos pelo sistema público.

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