sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Palmares (poesia)

Mais um poesia da série Palavras que escorrem pelo dedos. Uma poesia em comemoração ao feriado de Zumbi e Dia Nacional da Consciência Negra.


Palmares

“Sacerdotes lá na mata!”
Os tambores são tocados,
E sua história era contada

Que o barro que amassa
Formava a panela e a cabaça
E o milho e a mandioca que amassa
Criava o pão para alimentar toda a nação

Zumbi, sim!
Guerreiro dos guerreiros de Palmares
Estes heróis da igualdade
Cantados em terras e mares
Grito de liberdade ecoado pelo povão
Zumbi, sim!
O líder de Palmares

“Sacerdotes lá na mata!”
A “sá” vida foi cantada
Nos atabaques louvando os deuses
Espíritos da liberdade desde África
Representado “a vida” do nosso chão

Das palmeiras que protegiam
Tróia Negra que não tomba
Ah! Estes homens de Palmares
Ah! Estas mulheres de Palmares

Negros, crioulos,
Mulatos, brancos,
Mestiços, índios, caboclos

- Grito de liberdade ecoando em pleno ar!

Zumbi! Guerreiro da liberdade
Os homens que te prenderam
Nunca poderão te destruir
Pois viraste mártir
Tu que amaste e guerreaste
Pela liberdade e a humanidade

Pois a lei do branco vale nada
Nem sua justiça pode nada
Só seu ódio que consegue
“Os homens julgam nossas ações
Mas só Deus julga os corações”

Oiê! Ganga Zumba. Ogá Orulá
O Aquiles da raça!

Das Acrópoles da Barriga
Paliçada que protegiam
Vale fértil que circunda
Terras, matas, rios bons que alimentam
Fundição e fornos que utensílios e armas fecunda

Utopia realizada!
Escondida em plena mata!

Vários mocambos (polés) estendidos
Pela Serra da Barriga
Amaro, Arotine
Tabocas, Zumbi,
Dandraga, Andalaquituche,
Subira, Aqualtene
E sua grande capital Macacos.

Palmares sendo Quilombo constituído
E a União presidida
Pelo Conselho de chefes e anciãos reunido
Assembléia do povo a escolhia
E eles escolhiam o Ganga
O Augusto palmarino
Este acima dos homens abaixo dos deuses
O Zumbi foi um deles

Ah! Dandara, pérola negra!
Grande mulher! Grande guerreira!
Oxalá! Mãe Sabina! A Éneas palmarina.
Tu és nossa mãe, tu és nossa rainha!

“Sacerdotes lá na mata!”
Nos atabaques chamando sempre
O Axé para sua gente
Louvando o céu, as caças, as águas e as matas!

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