terça-feira, 30 de abril de 2013

Capitalismo dependente e transição ao socialismo

CAPITALISMO DEPENDENTE E TRANSIÇÃO AO SOCIALISMO NO BRASIL


A crise do sistema capitalista tem colocado na ordem do dia a questão da transição ao socialismo. No Brasil, várias teorias têm apontado caminhos distintos (nem sempre revolucionários) para a classe trabalhadora, porém, o nosso próprio processo histórico, marcado pela dependência externa e por uma série de transições mal resolvidas, nos dá clara noção sobre a necessidade de uma ruptura profunda (e ainda inédita) com as classes dominantes nacionais e internacionais.

O elemento forasteiro como fator determinante nas transiçõesO desenvolvimento histórico brasileiro é marcado por uma série de rupturas políticas e econômicas limitadas no que concerne às transformações realizadas, no geral lentas e graduais. Uma característica em comum é a não participação efetiva das massas e a consequente falta de conquistas para as mesmas.

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Novo estudo aponta erros em 'base científica' das políticas de austeridade

NOVO ESTUDO APONTA ERROS EM 'BASE CIENTÍFICA' DAS POLÍTICAS DE AUSTERIDADE

Fonte: CARTA MAIOR

O influente estudo de Kenneth Rogoff e Carmen Reinhart sobre a relação negativa entre dívida pública e crescimento, publicado originalmente em 2010 na American Economic Review e com a versão preliminar no NBER, acaba de ser desbancado por economistas da Universidade de Massachusetts em Amherst.

O estudo de Rogoff e Reinhart foi base para o também livro best seller “This Time Is Different: Eight Centuries of Financial Folly”. O argumento dos autores é o de que há uma relação perniciosa entre alta dívida pública e crescimento do PIB, o que foi imediatamente encampado por políticos conservadores como justificativa científica para os programas de austeridade fiscal.

Mas outro recente estudo de Thomas Herndon, Michael Ash e Robert Pollin acaba de invalidar os achados estatísticos de Rogoff e Reinhart ao mostrarem que estes cometerem “erros” básicos de metodologia, além de “erros” ao utilizarem funções no Excel. Pior ainda, o “erro” de Rogoff e Reinhart no Excel alterou por completo a principal conclusão do estudo de que países com relação dívida pública sobre PIB acima dos 90% sofrem, em média, crescimento negativo.

A história é a seguinte. Kenneth Rogoff e Carmen Reinhart, professores de Harvard, queriam avaliar a relação entre crescimento do PIB e dívida pública. Mas como ambos pesquisadores tem um viés ideológico evidentemente conservador, lhes interessava encontrar uma correlação negativa entre a razão dívida pública sobre PIB e a taxa de crescimento médio do PIB. E este foi o resultado que eles de fato encontraram ao analisarem vários países em várias décadas.

sábado, 20 de abril de 2013

Como a ciência torna-se ciência

COMO A CIÊNCIA TORNA-SE CIÊNCIA?
Guilherme Hofmann em 10/11/2012 | http://misteriosdomundo.com

Astronomia, Física, Química, Botânica, Zoologia, Medicina, Geologia e os mais variados estudos são frutos da evolução científica. Mas, você sabe como os cientistas fazem ciência? Afinal, qual o limite entre a ciência e as crenças mais variadas?

Ciência é o conhecimento cuidadosamente testado e confirmado. Quando um cientista faz uma descoberta, ela é o resultado de muitas experiências, do registro de fatos e até mesmo da comparação com outras descobertas científicas. Todos os cientistas usam o mesmo método de observação, testes e experiências, até que tenham plena certeza de sua observações. Para entendermos isso, precisamos entender o Método Científico.

Como a ciência se inicia?
O principal objetivo da ciência é fornecer explicações para os fenômenos da natureza. Essas explicações são formuladas e testadas por meio de procedimentos rigorosos, ao qual iniciam-se sempre com uma pergunta simples: Por quê?

Suponhamos, por exemplo, que um cientista queira explicar o fenômeno da combustão. Diante de um problema, o cientista passa a imaginar possíveis explicações, ou hipóteses, capazes de solucioná-lo, como por exemplo: ela ocorre pela combinação do combustível com o oxigênio ou ela ocorre pela combinação do combustível com outro tipo de gás.

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Juros e persistência da inflação

 Flávio Fligenspan

Juros e persistência da inflação

Os jornais da terça feira, 9 de abril, noticiaram que a Presidente Dilma conversou no dia anterior com três economistas conhecidos no País (Belluzzo, Nakano e Delfim Netto) sobre a conjuntura econômica brasileira, mais especialmente sobre as perspectivas de crescimento e as pressões inflacionárias para 2013 e 2014.
 
A notícia tem importância não só porque a inflação medida em 12 meses está elevada, mas porque ela vem no calor de declarações da Presidente sobre o debate juros versus inflação ainda na semana anterior, quando Dilma disse que não cabia elevar os juros sem olhar o sacrifício que a medida impunha ao crescimento. Houve exageros na interpretação da declaração e o Governo teve que se explicar. O debate esquentou em função da reunião do COPOM de 16 e 17 de abril, pois paira uma grande expectativa sobre o início de um ciclo de elevação dos juros.
 
Há muitas dimensões para explicar a inflação atual no Brasil: há elementos de oferta, de demanda e os ainda presentes elementos de indexação. Em 2012 houve choque de preços agrícolas (internos e externos, com a quebra da safra americana), forte elevação do salário mínimo brasileiro e um movimento puxado pelo Governo de desvalorização do real, que inflacionou os preços dos produtos importados. Neste início de 2013 houve pressão dos preços dos hortigranjeiros, em função de condições climáticas. Sempre é bom lembrar que a alta dos juros repercute diretamente apenas sobre os elementos de demanda, o que exigiria elevações muito expressivas para se obterem resultados significativos de redução da inflação. Há instituições financeiras no País que chegam a projetar uma taxa básica de 9% no final do ano; tudo indica que seja um exagero.

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Superinflação dos alimentos no país da super-safra



Superinflação dos alimentos no país da super-safra 



jornal Opinião socialista online
 


 
 
  Preço do tomate vem causando indignação

• Os trabalhadores estão vendo que ir à feira ou ao mercado está cada vez mais caro, o dinheiro acaba e o carrinho de compras não enche. Nos últimos 12 meses, o tomate aumentou 122,13% e a farinha de mandioca 151,39%. Só no mês passado o preço da cebola aumentou 21,43%, do açaí 18,31%, da cenoura 14,96% e do feijão 9,08%. O tomate, que tem causado (com razão) muitas reclamações entre os trabalhadores, 6,14%(dados do IBGE).

O que causa estranheza é o fato de que esta superinflação veio acompanhada por outra realidade do campo: a super-safra de grãos, que alcançou a produção de 184 milhões de toneladas (10% superior ao ano passado), a maior colheita já registrada no Brasil. Toda esta produção das chamadas commodities agrícolas (mercadorias produzidas em larga escala com vista à exportação, como a soja e o milho) tem aumentado imensamente o lucro do grande agronegócio brasileiro e sufocado o pequeno produtor rural. Segundo dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a área plantada de soja registrou no último ano um crescimento de 2,67 milhões de hectares. Os milionários do agronegócio estão rindo à toa.

Outro dado marcante deste ano é o crescimento do “mercado dos artigos de luxo” no interior do Brasil. Estas informações mostram como no campo brasileiro uma ínfima minoria tem faturado muito com a política agropecuária brasileira de privilégio ao agronegócio. De acordo com pesquisas da MCF, uma consultoria em produtos para a “classe A” no Brasil, “o luxo no Brasil tem sido descentralizado, embora ainda tenha maior representação no sudeste. Regiões do agronegócio, no entanto, têm registrado cada vez mais pessoas da classe A, e é por elas que marcas de luxo procuram”. Numa entrevista com o diretor da Land Rover no Brasil, este cita que um dos carros mais procurados pelos produtores rurais em ascensão trata-se de um esportivo de auto-luxo que custa mais de R$400 mil.

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Dica cultural: o MHAERJ-Museu do Ingá, um espaço de cultura, preservação e pesquisa

Visite-o, inclusive para forçar sua recuperação

por Emir Cláudio Zar

Vista da entrada do MHAERJ-Museu do Ingá. (Wikipedia)
Em Niterói há um dos mais importantes centros de história e arte do Rio de Janeiro, um ótimo passeio e pesquisa, a espera de público e de valorização pelos governos.

Os fluminenses, apesar de seu Estado abrigar as mais importantes instituições para preservação histórica e artística do Brasil, como o Museu Nacional, o Histórico Nacional, o Nacional de Belas Artes, etc, todos na cidade do Rio, porém não conhecem, do outro lado da Baía de Guanabara, talvez tão importante quanto estes em acervo e pesquisa, mas muito menos badalado, uma grande instituição, e com importante acervo, especializada a sua própria história e arte: o  Museu de História e Arte do Rio de Janeiro (MHAERJ), ou "Museu do Ingá", como é popularmente chamado. 

Localizado em Niterói, no bairro do Ingá, apesar de ser bem próximo ao Museu de Arte Contemporânea-MAC, internacionalmente conhecida joia do arquiteto Oscar Niemeyer, passa despercebido por turistas e público em geral. Esse desconhecimento é em grande parte pelo descaso das autoridades sobre o museu, subutilizando-o à cultura, lazer e turismo, e ainda coloca em risco a memória histórica, a pesquisa científica e a preservação do patrimônio do povo do Rio de Janeiro.  Mas, muito mais que os governos, o que o  realçará ao seu devido valor, é a presença dos visitantes e a atuação da comunidade local e acadêmica.

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Dieese sugere imposto sobre fortunas e bens supérfluos


O caderno sugere ainda desoneração da cesta básica e correção da tabela do Imposto de Renda

 O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), em parceria com o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Sindifisco Nacional), elaborou uma cartilha com dez propostas de revisão do sistema tributário com a intenção de "torná-lo mais justo". A publicação pede que a maior carga de impostos incida sobre quem tem mais condições de pagá-la.

Entre as propostas do Dieese estão a tributação de bens supérfluos de luxo - como bebidas alcoólicas e cigarros, alcançando itens como joias e perfumes - e a cobrança do Imposto de Propriedade de Veículo Automotor (IPVA) de aeronaves e embarcações, já que, segundo o Dieese, "quem é dono de um iate ou de um jatinho, nada recolhe".

Outro ponto pedido pelo Dieese é a criação de um imposto sobre grandes fortunas, dando o exemplo da França, onde famílias com patrimônio líquido acima de 790 mil euros pagam este tipo de imposto. O departamento ainda afirma que "no Brasil, há dispositivos seguros para se determinar o conceito de 'grande fortuna' e quem nele se insere".

A cartilha ainda pede o aperfeiçoamento do sistema de tributação como a correção da tabela do Imposto de Renda de forma a melhorar sua progressividade, já que "o peso maior dos tributos recai sobre o assalariado de menor renda", e também o aumento dos impostos sobre propriedades da terra. O caderno sugere também a desoneração permanentemente da cesta básica.