quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Brasil tem maior desigualdade salarial


Brasil tem maior desigualdade salarial
Monitor Mercantil, 11/09/2012 

Segundo o estudo Olhar sobre a Educação 2012, que a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) divulgou nesta terça-feira, em Paris, na França, o Brasil é o país com a maior diferença salarial entre pessoas com diploma universitário e as com grau de instrução inferior.

De acordo com o secretário-geral da organização, Angel Gurría, a diferença salarial existente no Brasil entre pessoas com ensino superior e as demais representa "o triplo da média dos países da OCDE". A vantagem salarial média nos 34 países da OCDE entre pessoas que cursaram o terceiro grau e as com nível de instrução menor é de 67% no caso dos homens e de 59% entre as mulheres.

A mesma pesquisa apontou que em um grupo de 29 países, o Brasil ocupa o 23º lugar no ranking de investimentos no ensino superior. O estudo mostra que foi investido apenas 0,8% do Produto Interno Bruto (PIB) nessa etapa de ensino. A pesquisa se refere a números até 2009. De acordo com a organização, o Brasil está "gradualmente se aproximando" dos países que integram o G20 (grupo das nações mais ricas do mundo).

No entanto, o estudo alerta sobre o baixo investimento em educação quando há a comparação com o Produto Interno Bruto (PIB). Segundo os dados, os investimentos brasileiros em ensino em geral atingiram 5,55% do PIB, enquanto a meta para os países da OCDE é 6,23%.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Para a Crítica da "Economia Solidária"



http://candidoneto.blogspot.com.br/ 

Apoiando-se no método marxista, Henrique Wellen analisou a função social da “economia solidária” nas suas relações com as determinações do capitalismo brasileiro atual. Além de expor seus principais pressupostos teóricos e metodológicos, o autor pesquisou diversos tipos de empreendimentos a partir de suas conexões com outros projetos sociais atualmente relevantes, como o “terceiro setor”. 

Foram examinadas as condições de trabalho dentro dessas organizações, assim como suas relações com o mercado capitalista e, no que concerne à transformação social, Wellen demonstrou que a “economia solidária” representa um retrocesso na luta dos trabalhadores contra os imperativos do capital. Além de contribuir para o debate sobre esse projeto social, "Para a Crítica da Economia Solidária" conduz a uma importante reflexão na luta coletiva pela construção de uma sociedade emancipada. 

O livro de Henrique Wellen acaba de ser lançado pela editora Outras Expressões e pode ser comprado AQUI ao valor de R$ 20,00 mais os custos de frete.

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

China assusta: crise do setor industrial e protestos manipulados contra o Japão


Duas notícias de hoje sobre a China assustam: sondagem aponta que o setor industrial chinês encolhe pelo 11º mês seguido em setembro, de acordo com a pesquisa Índice de Gerentes de Compra (PMI), indicando que a segunda maior economia do mundo permanece no caminho de um sétimo trimestre de crescimento lento. Isso acontece em meio a uma onda de hostilidades contra diplomatas americanos em países árabes e em meio a hostilidades entre a China e o Japão por conta da compra, por Tóquio, de ilhas pertencentes a um milionário que ficam na divisa entre os dois países. Por sua vez, dissidente chinês afirma que recentes protestos contra Japão não foram espontâneos. Possivelmente a ditadura chinesa deve estar usando o nacionalismo, e a velha rixa contra o Japão, como instrumento para desviar a atenção da população da crise econômica. Como o marxismo bem revela, o nacionalismo  (e o "orgulho nacional ferido") é a velha arma do bonapartismo para alienar as massas, e manter a coesão social necessária.

Setor industrial chinês encolhe pelo 11º mês, aponta sondagem

DA REUTERS, EM PEQUIM - 20/09/2012
O setor industrial da China sofreu contração pelo 11º mês seguido em setembro, de acordo com a pesquisa Índice de Gerentes de Compra (PMI), indicando que a segunda maior economia do mundo permanece no caminho de um sétimo trimestre de crescimento lento.


O PMI do HSBC mostrou que a atividade se estabilizou em setembro após atingir uma mínima de nove meses em agosto, com o indicador subindo para 47,8 ante 47,6 no mês passado.

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

A crise e a indústria agrocanavieira

http://candidoneto.blogspot.com.br/ 

“A Agroindústria Canavieira e a Crise Econômica Mundial” traz informações sobreas tendências mais recentes na produção de etanol no Brasil e sua relação com a criseeconômica mundial. É destacado o papel docapital financeiro, entrelaçado com a expansão territorial do agronegócio, e seus impactos nas relações de trabalho e nas disputas por terras indígenas e camponesas.

 “Observa-se no campo brasileiro a permanência de um processo de expansão de monocultivos para a produção de agrocombustíveis, principalmente do etanol gerado a partir da cana-de-açúcar – tido como a principal fonte agroenergética brasileira, considerando o volume de produção, o total de área ocupada pela lavoura canavieira, bem como a massa de investimentos aplicados na ampliação do parque fabril sucroenergético”.  A publicação da Rede Social de Justiça e Direitos Humanos pode ser baixada e lida AQUI.

sábado, 15 de setembro de 2012

Governo Dilma anuncia mais um pacote de bondades aos empresários com novas desonerações em folha de pagamento


14/09/2012 - www.cspconlutas.org.br

Nesta quinta-feira (13), o Governo Federal anunciou outro pacote de incentivos fiscais às empresas. Mais 25 setores estão contemplados com a chamada desoneração da folha de pagamento. Somado às isenções anteriores, já são 40 setores beneficiados. Agora, essas empresas não contribuirão mais com o INSS, na base de 20% da folha de pagamento e passarão a recolher de 1 a 2% do faturamento bruto conforme o setor.

Mais uma vez, quem pagará por essa conta serão os trabalhadores, pois a diferença de arrecadação será paga pelos cofres públicos. Estima-se que até 2016 o governo gastará mais de R$ 60 bilhões, segundo dados do próprio Ministério da Fazenda.

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

A quarta fase da dependência econômica do Brasil e o renascimento da Teoria Marxista da Dependência

por Almir Cezar
Economista pela Universidade Fed. Fluminense (UFF) e mestre pela Univ. F. de Uberlândia (UFU)

Atualmente vem ocorrendo na intelectualidade crítica da América Latina da área de Economia e Estudos Sociais um renascimento da Teoria Marxista da Dependência, que na década de 1980 e 90 foi considerada morta. Como desdobramento surge uma interpretação da fase atual da trajetória de desenvolvimento sócio-econômico iniciada na década de 1990, associando-a os estudos sobre o capitalismo nacional desses países à globalização, ao neoliberalismo e à financeirização, entendendo a fase atual como uma quarta fase na dependência econômica.

Toda uma vertente de autores sobre desenvolvimento econômico, divergindo da linha mais tradicional da Economia, defendem a ideia que o subdesenvolvimento da maioria dos países do mundo é fruto da subordinação das economias nacionais aos dos países ditos "desenvolvidos" e uma contrapartida ao desenvolvimento desse punhado de países, uma espécie de relação de dependência do país subdesenvolvido a um país desenvolvido. Desse ponto de vista, portanto, a superação do subdesenvolvimento teria de ser buscada em outros métodos à evolução desses países avançados, abandonando portanto a ideia de um processo  econômico-histórico evolutivo que levaria naturalmente "do subdesenvolvimento ao desenvolvimento", mas apenas por meio do fim dos elementos estruturais que condicionam internamente o país a sua conformação enquanto dependente, logo subdesenvolvido. É o que proporá geração teórica da Teoria da Dependência.

A Teoria Marxista da Dependência, ou simplesmente, teoria da dependência, é uma formulação teórica desenvolvida por intelectuais como Ruy Mauro Marini, André Gunder Frank, Theotonio dos Santos, Vania Bambirra, Orlando Caputo, Roberto Pizarro e outros, aparecida na década de 1960, que consistia em uma leitura crítica e marxista não-dogmática dos processos de reprodução do subdesenvolvimento na "periferia" do capitalismo mundial (América Latina e Caribe, África e Ásia), em contraposição tanto às posições marxistas convencionais dos partidos comunistas (PCs), como à visão estabelecida pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL).

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Um Brasil imperialista, por Carlos Tautz


O caso denunciado em 2 de agosto pelo jornal O Estado de São Paulo é emblemático de como as empresas brasileiras vão se expandindo mundo afora, repetindo lá os mesmos padrões de desrespeito e até de violações de direitos humanos que muitas multinacionais dos EUA e da Europa já praticaram aqui mesmo no Brasil.

Segundo o Estadão, “disputas trabalhistas e políticas envolvem Vale em massacre na África”, provocaram a morte de seis manifestantes em protestos contra a política de contratações da mineradora brasileira na Guiné. O massacre de seis civis em 4 de agosto teria a ver com disputas em torno de uma jazida de minério naquele país da costa oeste da África.

domingo, 2 de setembro de 2012

Orçamento 2013: Privilégio para juros, migalhas para servidores públicos e salário mínimo

DIA 30/08, o governo federal divulgou a proposta orçamentária para 2013, na qual detalha a previsão de gastos para o próximo ano.
Conforme apresentação da Ministra do Planejamento Miriam Belchior (páginas 20 a 22), o valor previsto para atender às reivindicações dos servidores – apresentadas durante as greves realizadas por cerca de 40 categorias nos últimos meses – é de R$ 10,289 bilhões. Tal valor representa apenas 5,5% do valor previsto para a folha de pagamento total deste ano (R$ 187,6 bilhões).

sábado, 1 de setembro de 2012

Queda da taxa de juros básicas não chega ao clientes dos bancos

O levantamento, divulgado na véspera do anúncio da redução da taxa básica de juros (Selic), pela Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), mostrando que, enquanto nos últimos 12 meses, o Banco Central reduziu a em 40%, os bancos reduziram seus juros aos clientes, em média, em apenas 15%, pode ser considerado conservador. 

É que a Anefac considera a taxa média cobrada dos correntistas, muito influenciada pelo relacionamento do cliente com o banco - leia-se quanto contribuem para as metas determinadas para as agências. A defasagem para a queda da Selic seria ainda mais escandalosa se a comparação fosse com a moda, o valor que se repete com mais frequência.

Modelo baseado só no consumo está esgotado. Cultura rentista trava investimento industrial

PIB avança só 0,5% no 2º semestre e põe em xeque o crescimento via crédito Segundo o IBGE, o PIB cresceu 0,5% no segundo trimestre, na comparação com o mesmo período de 2011, para R$ 1,1 trilhão.
 Para FGV, se trata mais de "indisposição" do que de incapacidade para investir.  O recuo da indústria no segundo trimestre é fruto da baixa taxa de investimento, ligada a uma cultura rentista do empresariado. Nesse período, a atividade industrial medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) recuou 2,5%, sobre o mesmo período de 2011.

Modelo baseado só no consumo está esgotado
Monitor Mercantil, 31/08/2012 

PIB avança só 0,5% no 2º semestre e põe em xeque o crescimento via crédito Segundo o IBGE, o PIB cresceu 0,5% no segundo trimestre, na comparação com o mesmo período de 2011, para R$ 1,1 trilhão. Na comparação com o primeiro trimestre, a alta ficou em 0,4%. No primeiro semestre, o PIB brasileiro acumula avanço de apenas 0,6%, sobre os seis primeiros meses de 2011. Nos últimos quatro trimestres, o crescimento alcançou 1,2%. "O resultado não surpreende e confirma o esgotamento do modelo baseado no consumo e no crédito", criticou o economista Roberto Messenberg, do Instituto de Política Econômica Aplicada (Ipea), em entrevista exclusiva ao MM. 

Montadoras lucram mais no Brasil do que em qualquer outro lugar e ainda pedem desoneração

Levantamento mostra que montadoras lucram mais no Brasil do que em qualquer outro lugar 

Empresas reivindicam a prorrogação da isenção do IPI, que vence dia 31 de agosto


DA REDAÇÃO, jornal opinião socialista


Multinacionais lucram mais no Brasil

• Levantamento realizado pelo jornal O Globo e pela consultoria IHS Automotive mostra que os carros vendidos no Brasil custam muito mais que em outros países. A diferença nos preços pode chegar a 106%, como no caso do Honda Fit, que é vendido no Brasil por R$ 57.480, enquanto que na França o modelo equivalente sai por R$ 27.898.

A comparação foi realizada entre Brasil, EUA, Argentina, França e Japão e mostra que, ao contrário do que se pensa, os custos (mão de obra, matérias-primas, logística) assim como os impostos, não explicam os altos preços dos veículos no mercado brasileiro, mas sim a alta margem de lucro das empresas automobilísticas.

Margem de lucro estratosférica
Os custos de um carro produzido no Brasil equivalem a 58% de seu preço na venda, enquanto que nos EUA eles vão de 88% a 91%. Nos outros países os custos chegam a 79% do preço do veículo. Já os impostos no Brasil são proporcionalmente mais altos, formando 32% do preço, enquanto nos EUA vão de 6% a 9% e nos outros países ficam em 16%. Mas é a margem de lucro que explica os altos preços. Aqui, ela chega a 10%, contra 3% nos EUA e 5% nos outros países.