segunda-feira, 26 de maio de 2014

Financeirização e desnacionalização do Brasil atual - veja os dados da indústria no 1º trimestre desse ano

O atual modelo de desenvolvimento capitalista brasileira alguns características/tendências vêm se acentuando. O primeiro é de uma grande crescimento do peso dos bancos (principal beneficiário da política de juros altos) desproporcionalmente aos demais setores da economia (numa relação é de 16,5% a 6,5%),viu seu lucro aumentar 16,52% no primeiro trimestre. A segunda é da desnacionalização patrimonial da indústria e a alta presença de importados no consumo (de 22,5%, o é maior desde 2007), elevando vulnerabilidade do país. Veja os dados do primeiro trimestre desse ano.

Banco cresce 2,5 vezes mais que economia real
Monitor Mercantil, 16/05/2014

Relação é de 16,5% a 6,5%. Elétricas têm 2º maior ganho, apesar das reclamações

Principal beneficiário da política de juros altos, o setor financeiro viu seu lucro aumentar 16,52% no primeiro trimestre. O crescimento é 2,5 vezes maior do que os 6,5% das 320 empresas brasileiras de capital aberto listadas na Bolsa, no mesmo período.

terça-feira, 20 de maio de 2014

País das commodities

As exportações da Região Sul somaram US$ 4,219 bilhões, em abril, mais 2,47% sobre o mesmo mês de 2013 (US$ 4,117 bilhões), segundo o Ministério do Desenvolvimento. O total representa 21,39% das vendas externas brasileiras no período (US$ 19,723 bilhões).

Como a região fez importações de US$ 3,904 bilhões, teve superávit comercial de US$ 314 milhões, em abril. O Paraná foi o maior exportador e importador da região, US$ 1,671 bilhão e US$ 1,425 bilhão, respectivamente, gerando saldo de US$ 246 milhões, 78,3% do total regional.

Já as exportações da Região Centro-Oeste avançaram de US$ 3,212 bilhões, em abril de 2013, para US$ 3,243 bilhões, no mesmo mês deste ano, crescimento de 0,95% e 16,44% das vendas externas totais brasileiras. As importações somaram US$ 1,065 bilhão, o que resultou num superávit de US$ 2,178 bilhões, o maior entre as regiões brasileiras. O maior exportador da região foi Mato Grosso (US$ 1,951 bilhão), sendo Mato Grosso do Sul o maior importador do período (US$ 429 milhões).

Fonte: Jornal Monitor Mercantil

segunda-feira, 5 de maio de 2014

Mercado diz ao BC que inflação alcançará teto da meta e crescimento será baixo

Instituições financeiras ouvidas pelo BC estimam crescimento de 1,63% para o PIB em 2014 e que inflação deve alcançar 6,5% em 2014

Inflação deve alcançar 6,5% em 2014 e atingir o teto da meta, aponta BC
Kelly Oliveira - Agência Brasil 05.05.2014 Edição:  Denise Griesinger

As instituições financeiras consultadas semanalmente pelo Banco Central (BC) reforçaram a estimativa de que a inflação, este ano, vai ficar no teto da meta (6,5%). Para 2015, a projeção para a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), também foi mantida, em 6%.

As estimativas estão bem distantes do centro da meta (4,5%). É função do BC fazer com que a inflação fique dentro da meta e, para isso, usa alguns instrumentos. Um dos instrumentos usados para influenciar a atividade econômica e, consequentemente, a inflação, é a taxa básica de juros, a Selic.

Essa taxa é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve de referência para as demais taxas de juros da economia. Quando o Comitê de Política Monetária (Copom) aumenta a Selic, o objetivo é conter a demanda aquecida, e isso gera reflexos nos preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Já quando o Copom reduz os juros básicos, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, mas a medida alivia o controle sobre a inflação.

O BC tem que encontrar equilíbrio ao tomar decisões sobre a taxa básica de juros, de modo a fazer com que a inflação fique dentro da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional.

sexta-feira, 2 de maio de 2014

O Capital Fictício no Século XXI

Pedro Rossi | Jornal do Brasil

Thomas Piketty e o seu tão comentado livro -
suscita a análise de outros aspectos da
configuração atual do capital
O livro de Thomas Piketty sobre a concentração de renda e riqueza já dispensa apresentações. As inúmeras resenhas, elogios e críticas que circulam na internet esmiúçam as virtudes e defeitos da obra. Este artigo não pretende se somar a essas, mas, sim, apontar uma lacuna importante na discussão. Trata-se do papel das finanças no capitalismo contemporâneo e das formas de gestão da riqueza social, que podem ser discutidas por meio do conceito, também ausente no livro, de capital fictício.

Capital, em Marx, é um relação social (e não apenas um fator de produção ou uma soma de ativos). Em uma análise lógica, Marx desenvolve categorias e formas sociais que se desdobram em formas mais complexas, como o capital a juros e o capital fictício. Esse desdobramento das formas universaliza o modo de produção capitalista e difunde a sede de acumulação de riqueza abstrata. Nesse contexto, o capitalismo não é um sistema cujo objetivo é satisfazer necessidades de consumo, mas um modo de produção cuja a finalidade é a acumulação da riqueza em dinheiro e outras formas financeiras.

O conceito de capital fictício é pouco e, por vezes, mal tratado na literatura, mas pode ser simplificadamente definido como “direitos contratuais sobre um fluxo de renda futuro”. Para ser mais preciso, pode-se definir o capital fictício com base em três propriedades; (1) é um ativo que está associado a uma renda futura, portanto seu valor depende da capitalização de recebimentos futuros trazidos a valor presente por uma taxa de juros; (2) é um ativo transferível, portanto depende da existência de um mercado secundário onde ele pode expressar o seu valor; (3) ele não existe como capital efetivo, ou é duplicado. Esta última propriedade, um tanto fantasmagórica, destaca a natureza financeira do capital, que não existe como capital real.