Por Almir Cezar Filho
Presidentes do Irã, China e Rússia | oposicionistas
aos EUA.
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Meus amigos sabem que desde 2015 falo abertamente, mas com certa discrição, que prevejo como altamente provável a deflagração de uma Terceira Guerra Mundial.
Atualmente, restam duas potências não subordinadas plenamente ao imperialismo (um condomínio composto EUA, como sócio majoritário, seguido por UE e Japão), que são China e Rússia, capazes de propiciar uma situação na balança do poder mundial. Sem esse equilíbrio, não há como país algum no mundo desenvolver-se.
Mas a China vem ganhando poder em vastos campos, e a Rússia reafirma-se, a partir de seu espólio ex-URSS, como potência nuclear e balística de grande porte. Isso lhes dá a cada autonomia nas decisões políticas e econômicas, e limita um pouco a tirania exercida pelo imperialismo, se não em âmbito global, ao menos em seu próprio país e área de influência. Se tivessem mantido abertos à influência do império, não teriam alcançado o status de potências mundiais. Porém, para tanto, precisaram de regime centralizado e fechado - ditaduras altamente belicosas.
Por outro lado, o imperialismo desde o começo deste século XXI perdeu qualquer freio, qualquer tipo de ressalva em sua ações beligerantes na defesa dos respectivos interesses do seu grande capital, assumindo com W. Bush e agora com Trump sua "cara feia".
A guerra civil da Síria e a endêmica instabilidade do Iraque, é um campo relacionado, profundamente, com o controle de extraordinária importância geoestratégica e geopolítica na região do Grande Oriente Médio no que diz respeito as fontes energéticas e os itinerários de transporte de petróleo e gás natural.
É um campo, cujo controle, muito oportunamente, sob a denominação Eurasia, o Zbigniew Brzezinski, desde o final da década de 1990, havia caracterizado “crítico” para a conservação da “pantocracia” dos EUA, considerando que, somente assim poderiam controlar o desenvolvimento e o fortalecimento de outras pretensas forças adversárias, como são a Rússia e a China.
É um campo, no qual, definem-se interesses de alcance mundial, a possibilidade de controle de mercados e países, e a consolidação do poderio.
A escalada de conflito entre os EUA e Irã só evoluiria a uma guerra se contar com apoio de seus respectivos aliados. E transcederia a uma Guerra Mundial se esse mesmos aliados se perfilarem nas ações beligerantes.
A guerra civil na Síria e a montagem de duas coalizões rivais (mas não conflituosas), entre EUA e Arábia Saudita de um lado, e Rússia e Irã (com apoio da China) do outro, mostra ser altamente possível.
A impopularidade eleitoral de Trump alimenta esse cenário - o nacionalismo sempre foi nos EUA uma fonte de voto. E a atual fragilidade do sistema multilateral mundial, motivada principalmente pela própria ingerência dos EUA, não refreará a elevação da tensão.
O ponto-chave da deflagração de uma guerra portanto, será não a eficiência da burocracia da diplomacia internacional ou do cálculo das autoridades, mas o tamanho das mobilizações populares contra (ou a favor) da escalada militar.
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