À DESINDUSTRIALIZAÇÃO SE SOMA A DESNACIONALIZAÇÃO 
Nos primeiros cincos meses de 2011, o  crescimento industrial não chegou a 2%, muito longe da taxa alcançada  no mesmo período do ano passado (17,3%) ou de 2010 como um todo (10,5%).  O Instituto para o Desenvolvimento da Indústria (Iedi) pondera que  mesmo esse desempenho foi favorecido pela base fraca do ano anterior e  alerta para o "encolhimento generalizado" da produção. 
"É claro que esses últimos índices  têm correspondência em um processo de recuperação de nossa economia à  crise internacional. Mas, se retrocedermos ao período pré-crise, a  comparação também faz sobressair o magro desempenho de 2011: no ano  cheio de 2007, a expansão industrial foi de 6%, e de 6,3% no período  janeiro/maio de 2008", diz o Iedi. 
Para o instituto, a indústria  brasileira vive "flagrante perda de dinamismo ou mesmo retração  absoluta". Já o economista Paulo Passarinho, do Conselho Regional de  Economia (Corecon-RJ) avalia que o país não vive um processo de  desindustrialização. "Ele já está desindustrializado", salienta o  conselheiro do Corecon-RJ, enfatizando que a retração absoluta da  indústria evidencia o caráter subdesenvolvido do país. 
"Subdesenvolvimento não é crescer a  taxas baixas, mas crescer a reboque da economia mundial. No Brasil, quem  puxa a indústria é o setor automotivo, totalmente internacional", diz,  acrescentando que os demais setores vivem expressivo processo de  desnacionalização. "O arranjo macroeconômico já matou a indústria. Somos  uma economia neocolonial." 
Na opinião de Passarinho, a elite  industrial brasileira não se incomoda com essa regressão. "Os  empresários do país têm forte interação com o modelo rentista, que não  tributa convenientemente suas fortunas. Se o dólar está barato,  simplesmente passam a montar seus produtos aqui com componentes  importados e até aumentam a lucratividade", resumiu o economista.
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