Segundo o professor Ricardo Bergamini, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), o déficit anual médio da conta de serviços no balanço de pagamentos do Brasil saltou de US$ 19 bilhões, entre 1995 e 2002, para US$ 50 bilhões, no período 2003-2010. Já o déficit acumulado de 1990 a 1994, saiu de US$ 70,1 bilhões para US$ 341,2 bilhões.
O economista Rodrigo Ávila, da Auditoria Cidadã da Dívida, destaca que, além dos déficits crônicos e estruturais, como no segmento de seguros, setores como transporte marítimo internacional não pararam regredir desde a desativação do Lloyds e a derrubada da reserva de mercado.
"As remessas de lucros, juros e royalties devidos ao capital estrangeiro também dispararam. Essa tendência se tornou estrutural após as privatizações e se mantém crescente na medida que avança a desnacionalização da economia brasileira", alerta Ávila, lembrando que essa tendência já fora observada por Raul Prebisch, economista argentino, ao analisar os resultados do liberalismo imperial britânico na América Latina, ao longo do século XIX até 1930: "Daí formulou sua tese sobre a deterioração dos termos de intercâmbio e o déficit estrutural do balanço de pagamentos, gerador de dívida externa e, consequentemente, dependência econômica."
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