Ensaio sobre a Pós-Modernidade de Direita nº 4
por Almir Cezar Filho
por Almir Cezar Filho
Justamente por ser economista de formação e profissão tenho observado que, enquanto muitos usam seus perfis do Facebook para denunciar os males da conspiração do "Marxismo Cultural": eu denuncio que o maior perigo para a vida social contemporânea é o "Olavismo Cultural". Versão de direita do Pós-modernismo - ainda mais perigoso do que o de esquerda. Se na Esquerda o Pós-modernismo faz seu estrago, não seria diferente na Direita brasileira. E a Economia não ficaria imune.
Caracterizo o Olavismo Cultural pela rejeição ao Liberalismo Clássico e Neoclássico e ao Socialismo (falsamente ditos simétricos); cretinice anti-acadêmica, intelectual e cultural; paixão por um liberismo econômico radical (laissez-faire) e conservadorismo moral e político exacerbados; antirracionalismo metodológico; o discurso raivoso contra as minorias e segmentos que se opõe ao senso comum ou enfrentam o status quo; e rejeição ou ceticismo à Ciência convencional, especialmente às Ciências Sociais, supostamente dominada pelo tal "Marxismo Cultural", uma pseudoconspiração comunista, denunciada à maneira macartista(1) pelos olavistas culturais.
O Olavismo Cultural possui várias matizes no Brasil que não se resumem ao astrólogo e filósofo autodidata Olavo de Carvalho, talvez apenas o mais icônico. Outros nomes de figuras proeminentes talvez sejam mais conhecidos pelo grande público, como o ex-roqueiro Lobão, o ex-crítico de arte Diogo Mainardi, os colunistas Reinaldo Azevedo, Rodrigo Constantino, que fazem a "cabeça" de vários facebookianos. Todos esses com uma inserção na internet e nas mídias tradicionais empresarial. E com estilo retórico e lógico muito similares. Radical de forma, conservador de conteúdo. Raivoso, recheado de autorreferências e proclamador da legitimidade do senso comum como verdade.