Mas insiste em desculpa da incerteza da meta fiscal, que a alta dos juros ajuda a complicar.
Governo muda novamente meta fiscal apesar do arrocho. Recessão só aumenta.
por Almir Cezar
Em reunião fechada com deputados federais hoje (29/10), presidente do Banco Central (BC) Alexandre Tombini reconhece que, mesmo com a alta da taxa básica de juros, a Selic, a inflação sobe devido ao forte impacto do aumento de preços administrados, como energia elétrica, e à alta do dólar. Para tentar levar a inflação ao centro da meta em 2016, o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a taxa básica de juros, a Selic, por sete vezes. Porém, na ata do seu Copom também divulgada hoje, pôs a culpa na não convergência da taxa de inflação ao centro da meta de inflação (4,5% ao ano) nas indefinições e alterações significativas na meta fiscal, que estariam impactando as "expectativas para a inflação e criam uma percepção negativa sobre o ambiente econômico".
O curioso é que a meta fiscal não é cumprida justamente por grande contribuição da alta da taxa básica de juros Selic, que deprime a atividade econômica, reduzindo a arrecadação de impostos, enquanto simultaneamente, eleva as despesas, com a elevação no pagamento de juros da dívida pública, reajustada pela taxa Selic.