Bom dia companheirada,
Venho aqui compartilhar um pouquinho do que vi e vivi no Pinheirinho. É um relato bem superficial, de quem não esteve presente nos trabalhos de base ou nos grandes acontecimentos, mas foi hoje buscar uma forma de ajudar e participar desta luta. Estive nos alojamentos e pude ver que a situação está bem precária:
- Todos falam baixinho sobre a morte da tal menina, de 4 anos, que eles viram ser morta pela Polícia. Quando chegam com uma câmera perto, ninguém fala mais nada sobre o assunto. Dizem que outras seis pessoas também podem ter morrido, pois não estão listadas entre feridos e, misteriosamente, não estão em nenhum hospital da área do Vale do Paraíba (São José, Taubaté, Jacareí, etc). Dizem que os mortos foram levados para São Paulo, e lá foram enterrados como indigentes, não sendo consideradas baixas de uma guerra suja. A incipiente equipe de comunicação ainda busca formas de encontrar as pessoas e divulgar ao mundo o massacre.
- O clima é de tensão na região. Passei pela área onde a Polícia havia montado a barreira, e lá ainda se parece com uma zona de guerra: vidros no chão, marcas dos carros queimados, alguns cartuchos de balas de borracha e uma população amedrontada nas redondezas (Vale do Sol, Jardim Morumbi, Campão e etc)