segunda-feira, 4 de junho de 2018

Economia é Fácil, de 21 de maio de 2018

Olá ouvintes,

Aqui é Almir Cezar Filho. com o quadro Economia é Fácil, falando da redação da Agência de Notícias Alternativas-ANOTA.

A recuperação da economia brasileira não é somente lenta, como também não configura um processo contínuo, isto é, resulta muito mais de um ou outro período de melhora concentrada do que de um movimento de aumento progressivo de dinamismo. É uma recuperação modesta que segue com alguns solavancos. 

A passagem de 2017 para 2018 ilustra bem essa descontinuidade. Depois de um trimestre particularmente favorável no final do ano passado, em que a indústria e o comércio varejista atingiram taxas de crescimento das mais elevadas desde que começaram a se recuperar e em que os serviços ensaiavam voltar ao azul, a economia perdeu o passo no primeiro trimestre de 2018

Em relação ao último quarto do ano passado, já descontados os efeitos sazonais, os primeiros três meses de 2018 trouxeram nova queda para o setor de serviços e estagnação para a indústria. O varejo foi o único a conseguir crescer alguma coisa (menos de 1% positivo), mas é preciso dizer que o setor já viveu dias melhores em 2017.

É possível que o PIB tenha ficado estável ou mesmo declinado no primeiro trimestre do ano, como sugere o indicador IBC-Br do Banco Central, que, apesar de uma metodologia distinta, funciona como uma proxy do PIB.

A perda de dinamismo econômico também se verifica se tomarmos como referência as comparações interanuais. Neste caso, o crescimento da indústria perdeu força na entrada de 2018 , interrompendo pela primeira vez, desde o segundo trimestre do ano passado, uma sequência de resultados cada vez mais robustos. Os serviços, que praticamente nunca deixaram o terreno negativo, voltaram a submergir 

A exceção novamente coube ao comércio varejista, cuja desaceleração do aumento das vendas reais existiu, mas foi muito modesta.Neste caso, além da manutenção da inflação em patamares baixos e do retorno do crédito às famílias com juros um pouco menores, um fator explicativo importante é o efeito calendário, já que a Páscoa, que é uma data comemorativa relevante para o setor, ocorreu no mês de abril em 2017, mas no mês de março em 2018. Não fosse isso, o varejo e a recuperação da economia como um todo teria perdido ainda mais força."

Alguns poucos setores conseguiram remar contra a maré. Na indústria, apenas os bens de capital preservara seu dinamismo. Isto pode estar refletindo na evolução do investimento. "A tomar pelo indicador mensal do Ipea para a formação bruta de capital fixo, não houve grande perda de intensidade do crescimento do investimento na passagem do ano. 

No comércio varejista, 70% dos segmentos acompanhados pelo IBGE perderam dinamismo, com alguns deles registrando novamente resultados negativos. As exceções foram aqueles segmentos cujas vendas reais são mais diretamente influenciadas pelo efeito calendário, como supermercados, alimentos, bebidas e fumo e outros artigos de uso pessoal e doméstico, além de veículos e autopeças, que ainda têm muito o que recuperar e são beneficiados pela queda dos juros.

Enquanto não houver uma mudança na política econômica praticada pelo governo Temer, baseada em um severo ajuste fiscal e privatizações, apesar de propagandeada pela grande mídia e que vários pré-candidato se propõe a continuar, a situação do país não mudará.

Por ora é só. Dúvida, críticas e sugestões envie um e-mail para economiaefacil@gmail.com, tudo junto e sem acento. Ou deixe um recado nas páginas do Facebook do programa ou da ANOTA. Tchau!

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