por Almir Cezar Filho
No meu quadro "Economia é Fácil" de 13/03/2017, do Programa Censura Livre, que vai ao ar todo sábado das 18 às 20h, pela rádio Difusora Aliança FM 98,7, para São Gonçalo (RJ), também transmitido online pelo aplicativo iRadio, e pelo site www.radioaliancafm.org, falo da divulgação dos novos números PIB pelo IBGE, com resultado bem negativo, e contradizendo o discurso do governo Temer de que haveria em curso uma recuperação. Leia a seguir o que falei:
Olá ouvintes do Censura Livre! Olá pessoal do estúdio!
A notícia a comentar hoje foi à divulgação do resultado do PIB de 2016 pelo IBGE, com números piores do que se esperava. E a projeção de que em 2017, ao contrário de que muitos previam, também será de recessão.
A maior constatação dos dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na última terça-feira dia 07, e que fazem parte da Pesquisa Trimestral de Contas Nacionais, nega o que discursava a mídia e propagandeava a equipe do governo Temer: que haveria uma recuperação da economia.
O Produto Interno Bruto (PIB) fechou 2016 com queda de 3,6%. Em dois anos, a redução foi de 7,2%. O PIB per capita desabou 9,1% desde 2014. Analisando na margem (comparação de um trimestre com o imediatamente anterior), houve uma piora do PIB ao longo de 2016. A queda se aprofundou do segundo para o último trimestre. Ou seja, a recessão se acentuou ao longo do ano. Ao contrário do que propagandeava os analistas econômicos selecionados pela grande mídia que recomendavam o impeachment de Dilma e depois o que discursava o próprio governo Temer.
A promessa era que, com uma política econômica “austera e responsável”, a confiança voltaria – e com ela os investimentos. Mas o resultado apurado foi justamente o inverso. A participação de investimentos no PIB do Brasil atingiu o menor patamar da série histórica iniciada em 1996 pelo IBGE. A taxa de investimentos chegou a 16,4% do PIB em 2016, após três anos seguidos de queda. Em 2013, a taxa era de 20,9%; em 2015, 18,1%, quando começou a crise aqui no Brasil.
Segundo o IBGE, o resultado negativo foi generalizado. Por exemplo, a construção civil, que pesa mais de 50% do investimento, é uma das atividades econômicas que mais sofreram com toda a crise que a gente está tendo. Além disso, a produção de máquinas e equipamentos caiu, e a importação também.
O anunciado pelo IBGE nega a afirmação do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, dias antes, de que a recessão acabou e que o país entrou na rota do crescimento econômico. Depois do anúncio voltou a mostrar que está de olhos fechados para a realidade ao declarar que “o PIB que foi divulgado hoje (terça-feira) se refere ao ano passado. É o espelho retrovisor”, e que o Brasil “voltou à normalidade e a economia já começou a crescer”.
Porém, não é isso que deve acontecer. O PIB até deve melhorar esse ano, mas ainda fechar com retração de meio porcento. O setor que mais pode ajudar a melhorar é a agricultura. Outro bom sinal é que o salário real deixou de cair e que o Brasil voltou a exportar minério para a China. Por outro lado, estamos com poucos investimentos e uma taxa de desemprego bem alta. E uma última pesquisa revelou que as famílias, apesar de uma série de muitos meses que vinha de queda, voltaram a se endividar.
Se for verdade que a tal “confiança” dos empresários vem aumentando, como vem revelando pesquisas mensais divulgadas pelas entidades do comércio e indústria; confiança nunca foi condição por si só para empresas investirem e contratarem. É preciso no mínimo melhorar o crédito às empresas e famílias e reduzir a taxa de juros e, ao contrário dos ideólogos neoliberais, aumentar o gasto público em itens sociais e de infraestrutura para reaquecer a economia.
Aqui é Almir Cezar Filho, direto da redação da Agência de Notícias Alternativas (ANOTA).
Dúvidas, críticas e sugestões envie um e-mail para almircezarfilho@gmail.com. Cezar com “z” e tudo junto. Ou deixe mensagem nos sites ou nas páginas do Facebook do Censura Livre ou da ANOTA.
Boa noite!
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