quinta-feira, 29 de outubro de 2015

BC reconhece que problema da alta inflação não é combatível com juros altos

Mas insiste em desculpa da incerteza da meta fiscal, que a alta dos juros ajuda a complicar.
Governo muda novamente meta fiscal apesar do arrocho. Recessão só aumenta.

por Almir Cezar

Em reunião fechada com deputados federais hoje (29/10), presidente do Banco Central (BC) Alexandre Tombini reconhece que, mesmo com a alta da taxa básica de juros, a Selic, a inflação sobe devido ao forte impacto do aumento de preços administrados, como energia elétrica, e à alta do dólar. Para tentar levar a inflação ao centro da meta em 2016, o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a taxa básica de juros, a Selic, por sete vezes. Porém, na ata do seu Copom também divulgada hoje, pôs a culpa na não convergência da taxa de inflação ao centro da meta de inflação (4,5% ao ano) nas indefinições e alterações significativas na meta fiscal, que estariam impactando as "expectativas para a inflação e criam uma percepção negativa sobre o ambiente econômico".

O curioso é que a meta fiscal não é cumprida justamente por grande contribuição da alta da taxa básica de juros Selic, que deprime a atividade econômica, reduzindo a arrecadação de impostos, enquanto simultaneamente, eleva as despesas, com a elevação no pagamento de juros da dívida pública, reajustada pela taxa Selic.

sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Coalizão da Rússia na Síria, um prólogo de algo pior por vir

por Almir Cezar

Três semanas de ataques aéreos e por mísseis na Síria deram aos governos e aos militares do Ocidente uma apreciação mais profunda da transformação da estratégia  de política externa e militar da Rússia do presidente Vladimir Putin. A ação militar da coalizão liderada pela Rússia com Irã, Iraque e Hezbollah, e até China, sobre a Síria contra o Estado Islâmico (ISIS).  Interesses entre-imperialistas em jogo. Tendo de tudo para ser uma espécie de prólogo da Terceira Guerra Mundial.

Os ministros das Relações Exteriores dos Estados Unidos, Arábia Saudita, Turquia e Rússia participarão nesta sexta-feira (23/10) em Viena de conversações inéditas sobre a guerra na Síria, com posições antagônicas sobre o futuro do regime de Damasco. Estados Unidos, Arábia Saudita, Turquia e Rússia estão em lado oposto ao de Moscou, no conflito sírio.

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Dilma insiste na volta da CPMF. Além de ruim ao contribuinte, não resolve o problema

 por Almir Cezar

Dilma, em vista à Suécia, falou em defesa da volta da CPMF
(Foto: Agência Brasil)
A presidente Dilma Rousseff, no domingo passado (dia 18), durante evento na Suécia, fez a defesa da volta da CPMF, extinta há oito anos. A medida integrou o anúncio no mês passado de R$ 64,9 bilhões de aumento de arrecadação para equilibrar as contas públicas em 2016 para retomar a "confiança" do mercado financeiro, visando que o país volte a crescer. Mas nem todo mundo se lembra como a CPMF funciona. "Antipática", não era um imposto cobrado sobre os preços de produtos e serviços, nem na renda ou patrimônio - ela aparece no extrato bancário do contribuinte. De fato era ruim, e não resolve o problema do país, muito pelo contrário.

A Contribuição Provisória sobre Movimentações Financeiras (CPMF) foi um imposto que existiu até 2007 para cobrir gastos do governo federal com projetos de saúde. Agora, o governo propõe cobrar uma alíquota de 0,2% sobre todas as transações bancárias de pessoas físicas e empresas para ajudar a cobrir o rombo da Previdência Social. A proposta ainda precisa ser enviada ao Congresso Nacional para votação.

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Política contracíclica do governo falhou não por excesso, mas por falta. Agora é excesso, em cima do trabalhador

por Almir Cezar

A política contracíclica do governo praticada no 1º governo Dilma falhou não por excesso, ao contrário do que falam os neoliberais e a grande imprensa, mas por falta. Por basear-se somente na ampliação do crédito e consumo, sem atacar com a devida energia a falta de investimentos. E o ajuste fiscal e monetário do 2º governo Dilma asfixia a economia pelo excesso, que derruba a atividade produtiva e a arrecadação [1], e penaliza os trabalhadores.

O aumento da dívida pública nos últimos anos (que a nova equipe econômica deseja combater) não foi provocado por aumento de "custeio da máquina pública" ou por gastos sociais. Foi provocado pelo aumento do crédito para as grandes empresas pelo BNDES, indústria imobiliária e construção civil pela Caixa Econômica Federal e agronegócio pelo Banco do Brasil, cujo subsídio (diferença entre a taxa de juros de mercado e praticada) foi bancado pelo Tesouro Nacional, por meio da emissão de títulos da dívida pública. Tudo porque a taxa de juros básica Selic fixada pelo Banco Central é enorme, sob justificativa de combater a inflação. 

sábado, 17 de outubro de 2015

Maioria das “pedaladas” foi para grandes empresas e agronegócio

O Globo | 16/10/2015 - Dyelle Menezes, Contas Abertas

As “pedaladas fiscais”, como mencionou o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, serviram para subsidiar os pagamentos de benefícios sociais, como o Bolsa Família e o Minha Casa, Minha Vida. No entanto, a maior parcela dos recursos oriundos das manobras foi destinada ao subsídio para as grandes empresas, por meio do Programa de Sustentação do Investimento (PSI) do BNDES, e empréstimos para empresas do agronegócio, por meio do Banco do Brasil.

De acordo com o relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) a “omissão dos passivos da União decorrentes de atrasos nos repasses de recursos federais impactaram as contas da dívida pública em cerca de R$ 40 bilhões no exercício de 2014”. O TCU apontou que o Bacen não computou, no cálculo da Dívida Líquida do Setor Público, passivos da União junto ao Banco do Brasil, ao BNDES e ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS).

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

O fundo do poço não tem fim... Atividade econômica brasileira cai 0,76% em agosto

Atividade econômica brasileira cai 0,76% em agosto, aponta Banco Central
Por Agência Brasil | 16/10/2015 

Dados revisados em julho mostram que comparado ao mês anterior, a atividade econômica ficou praticamente estável

Os dados do IBC-Br foram divulgados hoje (16) pelo Banco Central

O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) apresentou queda de 0,76% em agosto, na comparação com julho. Esse dado é dessazonalizado (ajustado para o período). O IBC-Br foi divulgado nesta sexta-feira (16) pelo Banco Central (BC).

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Crise econômica afeta capacidade de honrar dívidas das famílias. Taxa de juros em empréstimos dispara.

40% dos brasileiros estão na ‘lista negra’. Inadimplência cresce em setembro e já atinge 57 milhões de brasileiros, diz SPC. Compromissos com água e luz lideram crescimento. Sudeste lidera participação no número de inadimplentes. Famílias lideram renegociação de dívidas. Taxa de juros em empréstimos é a maior desde junho de 2009, diz Anefac

40% dos brasileiros estão na ‘lista negra’
09/10/2015 

Mais 2,4 milhões de consumidores tiveram os nomes incluídos em cadastro de devedores, entre janeiro e setembro, deste ano, de acordo com dados da Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) Brasil, divulgados nesta sexta-feira. No final de setembro, havia 57 milhões de consumidores registrados em cadastro de devedores. Esse total equivale a 38,9% da população adulta do país (faixa de 18 a 94 anos).

terça-feira, 13 de outubro de 2015

Seminário da Auditoria Cidadã da Dívida

Nos dias 30 e 31 de outubro o movimento Auditoria Cidadã da Dívida realizará um seminário em São Paulo para debater o sistema da dívida, a corrupção e a crise, resultado destas duas combinações.

Para debater o tema, representantes de movimentos sociais, da comunicação e especialistas trarão à mesa questões como moradia, empoderamento popular, orçamento público e uma discussão que explique a implementação da auditoria da dívida.

Para participar é necessária a inscrição prévia, que pode ser feita AQUI. Confira a programação no cartaz.

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Apesar da alta do desemprego, inflação não recua. Política econômica só faz piorar a economia

por Almir Cezar

A taxa de desemprego no trimestre encerrado em julho de 2015 foi estimada em 8,6%, ficando acima da taxa medida no mesmo período do ano anterior (6,9%) e superando também a taxa do trimestre encerrado em abril de 2015 (8%). Esta é a maior taxa da série histórica do indicador, iniciada em 2012. Apenas neste ano, o número de pessoas desocupadas subiu 1,8 milhão.

Os burocratas da equipe econômica do Governo estão contentes com o desemprego com isso, pois ade acordo com a cartilha que eles seguem se atingiria a meta de inflação mais rapidamente, à medida que forte queda no percentual de emprego pressiona para baixo os preços devido a queda nos salários (logo, dos custos), da demanda agregada e do poder de compra. Assim, os preços tenderiam a baixar, convergindo para a meta - meta esta que eles mesmos definiram no Conselho Monetário Nacional (CMN).

As projeções para a inflação estão acima do centro da meta, 4,5%. E no caso de 2015, a estimativa supera também o teto da meta, 6,5%. Para tentar levar a inflação ao centro da meta em 2016, o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a taxa básica de juros, a Selic, por sete vezes consecutivas. Na reunião de setembro, o Copom optou por manter a Selic em 14,25% ao ano. Porém, não é isso que esta acontecendo.

terça-feira, 6 de outubro de 2015

Projeção da economia é de queda ainda maior. Indústria no maior tombo desde 2003, mas bancos surfam

Projeção de queda da economia tem 12ª piora seguida
Agência Brasil 05/10/2015

A economia brasileira deve encolher 2,85%, este ano, de acordo com a projeção de instituições financeiras consultadas pelo Banco Central. Essa foi a 12ª piora consecutiva na estimativa para a queda do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país. Na semana passada, a estimativa estava em 2,8%. No próximo ano, a retração deve ser menor: 1%, a mesma projeção anterior.

Na avaliação do mercado financeiro, a produção industrial deve ter uma queda de 6,50%, este ano. A estimativa anterior era 6,65% de queda. Para 2016, a projeção de retração passou de 0,60% para 0,29%.

A projeção para o dólar ao final do ano chegou a R$ 4, contra R$ 3,95 previstos na semana passada. Para o fim de 2016, a estimativa para a cotação do dólar também é R$ 4.

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

É a crise econômica que está gerando a crise fiscal e não o contrário

Real fraco, juros e inflação elevam encargos e Dívida Pública

por Almir Cezar

Governo Dilma assustado com a disparada do dólar. Mas a alta
do câmbio força aumento na dívida pública. Porém, segundo 
o mercado financeiro não é alta da dívida que pressiona o dólar?
Ao contrário do que a maioria pensa e o noticiário econômico da grande imprensa faz pensar, não é o crescimento explosivo do déficit e da dívida pública que faz corroer o cenário econômico, mas na verdade, a crise econômica (disparada do dólar, da taxa de juros e da inflação ao mesmo tempo) que aumentou os custos para o governo se financiar no mercado financeiro ao maior nível em 6 anos e elevou a Dívida Pública Federal (DPF) ao seu maior patamar histórico.

Além da dificuldade na venda de título da dívida pública com o cenário, que faz com que o mercado exija juros maiores para comprar os títulos, a taxa de câmbio e a inflação corrigem diretamente os encargos (percentual de juros) de parte dos títulos, também influenciando no aumento do custo.  O principal fator para o aumento do custo em agosto foi a alta de 7,45% do dólar em relação ao real.