segunda-feira, 22 de junho de 2015

Com Levy, desemprego na indústria pode superar até a taxa do auge da crise em 2009

COM JURO ALTO E AJUSTE FISCAL SETOR JÁ FECHOU 15O MIL VAGAS

Vítima da política econômica recessiva do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, a indústria de São Paulo deve fechar 2015 com cerca de 150 mil empregos a menos, queda de 6% sobre o ano anterior. Com isso, este será o pior ano da série histórica da pesquisa da Federação e do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp/Ciesp), iniciada em 2005, com possibilidade de atingir novo recorde na eliminação de vagas na indústria. 

A avaliação é do diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon) da Fiesp/Ciesp), Paulo Francini: “É a maior perda de empregos absolutos, superando até a queda no ano da crise”, destaca Francini, se referindo ao saldo negativo de empregos de 110 mil, em 2009.

A pesquisa do Depecon apurou o fechamento de 17 mil postos de trabalho em maio, queda de 0,86% na comparação com o mês anterior, na leitura com ajuste sazonal. No acumulado do ano, a indústria paulista já demitiu 35 mil trabalhadores.


Segundo Francini, esse resultado é “muito ruim, e no segundo semestre há de aprofundar a crise na indústria de transformação e na economia brasileira”. O Depecon estima que a economia brasileira deve encolher 1,7%, e com viés de baixa. Francini destaca que o ajuste fiscal não consegue conviver com o crescimento econômico.

A indústria de transformação respondeu pela demissão de 19.051 trabalhadores somente em maio. A a criação de 2.051 vagas no setor de açúcar e álcool, nas usinas, ajudou a reduzir o impacto do desemprego, que fechou 17 mil postos de trabalho.

A queda de 0,86% do emprego industrial em maio foi a pior da série história da pesquisa para esse mês. Já nos últimos 12 meses encerrados em maio, a indústria registra perda de 181 mil empregos, o equivalente a uma queda de 6,86%.

No acumulado do ano, a indústria fechou 35 mil vagas, 1,41% menos do que no mesmo período do ano passado. O número também é a pior da série histórica da pesquisa, com exceção de 2009, ano da crise em que houve uma queda de 1,42%.

Dos 22 setores avaliados pelo Depecon, 18 registraram demissões, dois ficaram estáveis e dois informaram contratações.

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