segunda-feira, 18 de maio de 2015

Apesar da crise, lucros dos bancos crescem no Brasil

Lucro das empresas da Bolsa cai R$ 18,2 bi, mas bancos crescem 42% 
Alta da Selic, spread e concentração do mercado explicam rentabilidade na crise

De acordo com levantamento de uma consultoria, as 317 empresas com ações negociadas na BM&F Bovespa lucraram um total de R$ 25,7 bilhões no primeiro trimestre de 2015. O montante representa uma queda de R$ 18,2 bilhões, ou 41,4%, em relação ao mesmo período do ano passado.

Os resultados do setor bancário se apresentaram na direção contrária - os ganhos das 25 empresas do setor somaram R$ 17,7 bilhões de janeiro a março, um crescimento de 42,8% frente ao ganho de R$ 12,4 bilhões nos mesmos meses do ano passado o maior lucro entre os 24 setores presentes na Bolsa.

sexta-feira, 15 de maio de 2015

Do Ensaio Desenvolvimentista à austeridade: uma leitura Kaleckiana

por Almir Cezar

Segue um artigo analítico da virada da política econômica do governo Dilma sob uma abordagem kaleckiana. Não sou kaleckiano, mas sempre tive uma simpatia pelas contribuições do economista polonês Michael Kalecki enquanto marxista para compreensão macroeconômica do capitalismo.

Do Ensaio Desenvolvimentista à austeridade: uma leitura Kaleckiana

A austeridade bloqueia o avanço das demandas por redução das desigualdades e restabelece o mecanismo de controle dos capitalistas sobre o governo

 por Fernando Rugitskyda Carta Maior

Michael Kalecki
A virada da política econômica sob o mote da austeridade, iniciada nos últimos meses no Brasil, tem sido impressionante. A polêmica em torno da política de desonerações da folha de pagamentos é ilustrativa. Iniciada em 2012 e expandida nos dois anos seguintes, tal política foi classificada pelo atual ministro da Fazenda como “grosseira”, uma “brincadeira que nos custa R$ 25 bilhões por ano”. Um estrangeiro que não acompanha os embates políticos e econômicos do Brasil poderia ficar incrédulo se fosse informado que, na eleição ocorrida no ano passado, a presidenta foi reeleita e que o atual governo é de continuidade.


No entanto, apesar de aparentemente abrupta, tal virada é apenas o desfecho de um conflito subjacente que ganhou força no início do primeiro mandato de Dilma Rousseff, quando se iniciou o que André Singer chama de “ensaio desenvolvimentista”. Dessa maneira, compreender a opção atual pela austeridade requer examinar, ainda que brevemente, a política econômica do primeiro mandato, suas tensões e seus limites. E entender como seus resultados abriram espaço para que certos grupos adotassem uma estratégia surpreendentemente bem sucedida de pautar o debate público com a necessidade de um ajuste fiscal e de rejeição das opções de política realizadas entre 2011 e 2014.

quarta-feira, 13 de maio de 2015

13 de Maio: vamos falar sobre Manuel Querino, um intelectual negro brasileiro

Rememorando o dia de hoje, 13 de maio, que se celebra mais um aniversário da Abolição da Escravatura no Brasil, republicamos o artigo sobre Manuel Raimundo Querino, importante intelectual negro. Contudo, como tantos outros, pouco conhecido na AcademiaA data não é comemorada pelo movimento negro, não é por menos, após a Lei Áurea faltou ao Estado e às elites criarem as condições para que a população negra pudesse ter um tipo de inserção mais digna na sociedade.

Depois do fim da escravidão, de acordo com o sociólogo Florestan Fernandes (1920-1995), em sua obra A integração do negro na sociedade de classes, de 1964, "as classes dominantes não contribuíram para a inserção dos ex-escravos no novo formato de trabalho". Pelo contrário, no período subsequente o pensamento hegemônico, mesmo na Academia, tentou "esconder", ou mesmo demonizar, de todas as formas, e por todos os argumentos, os negros e sua contribuição ao Brasil - aproveitando-se de um ambiente em que se manteve o racismo cultural e o latifúndio agroexportador e se difundiu a imigração de europeus e esteve ausente qualquer reparação aos ex-escravos e seus descentes.

Manuel Querino foi uma daquelas figuras espalhadas pelo país no final do século XIX e começo do século XX, anos que se seguiram ao fim da escravidão, na luta contra o racismo a partir da desenvolvimento de uma análise sociológica e antropológica da contribuição dos negros e africanos à cultura e sociedade brasileira em geral, elaborada a partir dos próprios negros.

terça-feira, 12 de maio de 2015

Promessa de Levy que ajuste traria volta do crescimento se revela ilusão

Dados de inflação, emprego, confiança da indústria e déficit público mostram deterioração do cenário econômico provocada pelo pacote de medidas de ajuste, que prometia evitá-la

por Almir Cezar

Revelou-se ilusão a previsão do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, de que a união de uma política de ajuste fiscal com a nova escalada da taxa básica de juros (Selic), agora para 13,25% ao ano, ajudaria na retomada dos investimentos, por restabelecer a confiança do empresariado, não se sustenta. Os dados de inflação (medida e a esperada pelo mercado), nível de emprego, déficit público dos estados e, especialmente, confiança da indústria mostram deterioração do cenário econômico provocada pelo pacote de medidas de ajuste, que prometia evitá-la.

O cenário contracionista, no conjunto das políticas macroeconômicas fiscal, cambial, monetária e creditícia faz com que a confiança do empresário se reduza, diante da expectativa de nova queda no Produto Interno Bruto (PIB) e na demanda, ao contrário do prometido. Mercado estima inflação em 8,26% e Selic em 13,5% no final do ano. Já os Estados têm déficit recorde para março. O resultado é que a confiança da indústria volta a cair e atinge o menor nível dos últimos nove anos e ainda mais grave para o trabalhador, à medida que o arrocho fiscal coloca 1,5 milhão na rua no primeiro trimestre, aumento do desemprego em 23%, passando para 7,9% da população economicamente ativa.

quinta-feira, 7 de maio de 2015

Economia cresce 0,1% em 2014, pior resultado em 5 anos


Em final de março foi divulgado o dado oficial do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro em 2014 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O PIB em 2014 somou R$ 5,521 trilhões, fechando o ano em leve alta de 0,1%. Os dados consideram a metodologia atualizada do cálculo.

Foi o pior resultado para a economia desde a queda de 0,2% em 2009, auge da crise crise econômica mundial. Entre os setores produtivos do PIB, a indústria teve o pior desempenho, caindo 1,2% no ano. O setor agropecuário teve avanço de 0,4%, e os serviços subiram 0,7%.


O PIB é a soma de tudo o que é produzido no país, e foi divulgado em 27 de março pelo IBGE. Essa soma foi de R$ 5,521 trilhões no ano passado. O PIB per capita ficou em R$ 27.229, uma queda de 0,7% (em volume) em relação a 2013.

segunda-feira, 4 de maio de 2015

Professores brasileiros recebem piores salários

Ranking internacional mostra descaso com que a educação é tratada no país

Tropa de choque da PM do Paraná, governada por Beto
Richa (PSDB), ataca professores e servidores públicos 
em frente a Assembleia Legislativa. Mais de 170 feridos.
Alvos de agressão da polícia do governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), e da intransigência em São Paulo do governador Geraldo Alckmin, também tucano – estado em que estão em greve desde 13 março – os professores brasileiros estão na lanterna de um ranking internacional sobre salários de educadores.

O país amarga um dos últimos lugares em um ranking que compara a eficiência dos sistemas educacionais de vários países, considerando itens como salários dos professores, condições de trabalho na escola e desempenho dos alunos.

Segundo estudo da consultoria Gems Education Solutinos, os professores brasileiros recebem o equivalente a US$ 14,8 mil por ano (cerca de R$ 44,4 mil). O valor é calculado por uma média de 15 anos e usa o critério de paridade de poder de compra.