quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Dívida pública sobe 8,15% em 2014, para R$ 2,29 trilhões

Principal fator que elevou dívida em 2014 foram os juros: R$ 243 bilhões. Ao mesmo tempo, governo também emitiu mais R$ 60 bilhões para BNDES.

A dívida pública federal, que inclui tudo o que o governo deve a credores dentro e fora do país, subiu 8,15% em 2014, para R$ 2,29 trilhões, novo recorde. As informações foram divulgadas nesta quarta-feira (28) pela Secretaria do Tesouro Nacional, do Ministério da Fazenda.

O crescimento da dívida pública no ano passado foi de R$ 173 bilhões. Em 2013, a dívida pública havia registrado crescimento menor, de 5,7%, ou R$ 115 bilhões, para R$ 2,12 trilhões.

A dívida pública é a contraída pelo Tesouro Nacional para financiar o déficit orçamentário do governo federal. Quando os pagamentos e recebimentos são realizados em real, a dívida é chamada de interna. Quando tais operações ocorrem em moeda estrangeira (dólar, normalmente), é classificada como externa.

Fatores para o crescimento

O crescimento da dívida pública no ano passado está relacionado, principalmente, com as despesas com juros, no valor de R$ 243 bilhões. Dados de alguns pesquisadores constatam que a cada elevação em meio ponto percentual (0,5) na taxa Selic (taxa básica juros) pelo Banco Central, com a justificativa de combater a inflação, eleva o gasto com a dívida em R$ 10 bilhões, que vão diretamente para as receitas de bancos e rentistas.


Também pesou no aumento da dívida a injeção de R$ 60 bilhões no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) em 2014. Nos últimos anos, o governo já injetou mais de R$ 400 bilhões no banco público para que a instituição financeira pudesse financiar os investimentos produtivos do setor privado à taxa de juros subsidiados, compensando o alto percentual cobrado pelos bancos comerciais. 

O subsídio à custa do Tesouro deve-se tanto porque a taxa Selic é a mais alta taxa básica juros real do mundo (12,5% ao ano), como porque se prática pelo mercado financeiro brasileiro o maior spread bancário, isto é, a diferença entre a taxa básica e o cobrado nos empréstimos. O juro em cheque especial já está em torno de 200% e de alguns cartões de crédito em até 600% ao ano.

A dívida só não cresceu mais no ano passado porque houve um resgate líquido (vencimento acima do volume de emissão de títulos públicos) no valor de R$ 69,2 bilhões no mercado financeiro.

Aumento nos últimos anos

Segundo os dados do Tesouro, nos últimos dez anos a dívida pública mais que dobrou: em 2004, o estoque de dívida estava em R$ 1,01 trilhão, subindo para R$ 2 trilhões no fechamento de 2012 e para R$ 2,29 trilhões no fim do ano passado.

Da expansão da dívida pública de cerca de R$ 1,11 trilhão nos últimos dez anos, cerca de R$ 400 bilhões referem-se a emissões de títulos públicos para capitalizar o BNDES, ou aproximadamente de 30% da alta total.

Para saber mais clique AQUI  para ler notícia do portal G1.

Nenhum comentário:

Postar um comentário