quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Dívida pública sobe 8,15% em 2014, para R$ 2,29 trilhões

Principal fator que elevou dívida em 2014 foram os juros: R$ 243 bilhões. Ao mesmo tempo, governo também emitiu mais R$ 60 bilhões para BNDES.

A dívida pública federal, que inclui tudo o que o governo deve a credores dentro e fora do país, subiu 8,15% em 2014, para R$ 2,29 trilhões, novo recorde. As informações foram divulgadas nesta quarta-feira (28) pela Secretaria do Tesouro Nacional, do Ministério da Fazenda.

O crescimento da dívida pública no ano passado foi de R$ 173 bilhões. Em 2013, a dívida pública havia registrado crescimento menor, de 5,7%, ou R$ 115 bilhões, para R$ 2,12 trilhões.

A dívida pública é a contraída pelo Tesouro Nacional para financiar o déficit orçamentário do governo federal. Quando os pagamentos e recebimentos são realizados em real, a dívida é chamada de interna. Quando tais operações ocorrem em moeda estrangeira (dólar, normalmente), é classificada como externa.

Fatores para o crescimento

O crescimento da dívida pública no ano passado está relacionado, principalmente, com as despesas com juros, no valor de R$ 243 bilhões. Dados de alguns pesquisadores constatam que a cada elevação em meio ponto percentual (0,5) na taxa Selic (taxa básica juros) pelo Banco Central, com a justificativa de combater a inflação, eleva o gasto com a dívida em R$ 10 bilhões, que vão diretamente para as receitas de bancos e rentistas.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

'Nem que a vaca tussa': contra 'mexidas' de Dilma-Levy nos direitos sociais centrais sindicais protestam

Cartaz conjunto das centrais sindicais que anuncia
 a campanha e ironiza a frase de Dilma durante
a eleição de que não mexeria em direitos sociais.
Hoje, 28 de janeiro, quarta-feira, vão ocorrer manifestações em diversas partes do país exigindo a revogação das Medidas Provisórias (MPs) 664 e 665, baixadas pela presidente Dilma Rousseff no final do ano passado. O “Dia Nacional de Lutas por emprego e direitos” foi uma iniciativa proposta pelas centrais sindicais brasileiras CUT, FS, CTB, NCST, UGT, CSB e CSP-Conlutas e está tendo a adesão de entidades sindicais e movimentos populares participando das manifestações e somam ao esforço de unidade para barrar essas medidas adotadas pelo governo e que prejudicam os trabalhadores.

As MPs são, na verdade, uma minirreforma trabalhista e da previdência. Atacam e reduzem direitos, com a desculpa de aumentar o controle e a fiscalização do governo, tais como o seguro-desemprego, o auxílio-doença, a pensão por morte e o abono salarial do PIS-Pasep. 

Ao mesmo tempo, o governo Dilma vem impondo um forte arrocho fiscal e monetário, cortando o orçamento de áreas sociais, aumentando ou reeditando impostos como a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE) da gasolina e o Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguros (IOF) dos empréstimos bancários, ao mesmo tempo em que aumenta a defasagem da tabela do imposto de renda, trazendo mais perdas para os assalariados.

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

População sufocada: Dupla Dilma-Levy agora ataca com aumento de impostos

Depois de editar  as Medidas Provisórias (MPs) 664 e 665, com cortes no seguro-desemprego, auxílio-doença, PIS e pensões, anunciadas em dezembro, o governo Dilma Rousseff (PT) decidiu engrossar a carga de impostos que afeta a população. É mais uma péssima notícia para os trabalhadores e aposentados brasileiros.

Na segunda-feira passada (19), o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, anunciou a elevação do PIS e da Cofins sobre os combustíveis e o retorno da Cide da gasolina (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico). O aumento conjunto dos tributos corresponderá a R$ 0,22 por litro da gasolina e R$ 0,15 por litro do diesel, valores que a Petrobras já anunciou que repassará integralmente aos consumidores.

O ministro de Dilma anunciou também os aumentos do IPI sobre os atacadistas de cosméticos, do PIS e da Cofins sobre os produtos importados e do IOF (Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguros) no crédito para pessoas físicas.

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

O economista do 'Charlie'

O ataque terrorista contra o jornal satírico francês Charlie Hebdo privou o mundo não apenas de brilhantes jornalistas e chargistas, mas também do economista Bernard Maris. Irônico, irreverente, Bernard Maris avançava contra as cidadelas da economia dita científica, controlada pelos apologistas do capital e do rentismo.

por Luiz Gonzaga Belluzzo — Carta Capital, 20/01/2015

Irônico, irreverente, Bernard Maris avançava contra as
cidadelas da economia dita científica
Bernard Maris estava na reunião do Charlie Hebdo quando os assassinos subjugaram e mataram os participantes. Maris participava intensamente do debate público na França. Em suas intervenções pela Rádio France Inter ou em seus livros e opúsculos, lançava irreverências e gargalhadas contra as cidadelas da economia dita científica. Assinava seus textos no Hebdo como Oncle Bernard.

Entre seus escritos mais deliciosamente venenosos estão o Manual de Antieconomia em 2 volumes e a Carta Aberta aos Gurus da Economia Que nos Tomam por Imbecis. Economista do Charlie Hebdo, Maris apoiava suas irreverências e gargalhadas nos “fundamentos” do projeto Iluminista da liberdade e da igualdade. O leitor de CartaCapital, tenho certeza, leria com prazer o livro de Oncle Bernard, Keynes, O Economista Cidadão. (Clique AQUI para ler a íntegra)

quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Salário mínimo de 2015 é 4 vezes menor do que o necessário. E só a cesta básica consome metade disso

por Almir Cezar

O reajuste do salário mínimo, que passou de R$ 724 para R$ 788 para 2015. Um aumento de R$ 64 (ou 8,8%). Também aumenta o valor de benefícios e serviços que usam o piso como referência. Foi publicado nesta terça-feira (30) no "Diário Oficial da União" decreto presidencial que reajusta o salário mínimo a partir do dia 1º de janeiro de 2015. Tomando apenas como referência a pesquisa do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) de maio de 2014, esse salário mínimo é mais de 3,9 vezes menor do que a determinação constitucional, e a cesta básica dependendo da cidade pode consumir 46% do seu valor.

Salário mínimo em 2014 deveria ter sido de R$ 3.079,31, afirma Dieese

O salário mínimo para a família brasileira em 2014 deveria ter sido de R$ 3.079,31, ou seja, 4,25 vezes o mínimo em vigor, de R$ 724, de acordo com o Dieese. O cálculo é feito com base no custo apurado para a cesta básica da cidade de São Paulo e levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência.  Em abril, o mínimo necessário era menor, equivalendo a R$ 3.019,07, ou 4,17 vezes o piso vigente. Em maio de 2013, o valor necessário para atender às despesas de uma família chegava a R$ 2.873,56, o que representava 4,24 vezes o mínimo de então (R$ 678).

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Opção preferencial do governo Dilma ou a "vaca tossiu". Sobre as novas medidas de restrição de benefícios previdenciários e trabalhistas

por Almir Cezar

Diferente do que Dilma disse na campanha
eleitoral,  a 'vaca tossiu' . E está sendo ordenhada.
Durante a campanha eleitoral a então candidata à reeleição Dilma Roussef afirmara que não mudaria direitos sociais "nem que a vaca tussa", acusando seus dois principais rivais, Marina Silva e Aécio Neves, que caso eleitos viriam a adotar medidas neoliberais.  Mas não foi isso que aconteceu tão logo se passou a eleição: o governo federal anunciou na semana passada, a última do ano, uma série de medidas de restrição ao acesso aos benefícios previdenciários e trabalhistas (veja a lista de mudanças ao final do artigo). A economia prevista por ano com os cortes é de R$ 18 bilhões (0,3% do PIB), valor equivale apenas 25% da meta de superavit primário de 2015.

As medidas, embora também fechem algumas brechas para abusos, sinalizam que, em seu segundo mandato, a presidente Dilma vai insistir, na melhor das hipóteses, em medidas cosméticas, deixando intocáveis as verdadeiras causas do não crescimento do país e do rombo aos cofres públicos: a salgada conta de juros que engordam um pequeno grupo de poucos votos, mas grande financiador de campanhas e com alta influência na mídia.  A gastança financeira, entre janeiro e novembro, custou ao Erário R$ 283,8 bilhões (o  equivalente a 6,06% do PIB do país).

Diferente do que Dilma disse na campanha eleitoral, a 'vaca tossiu' . E está sendo ordenhada em detrimento dos trabalhadores em benefício dos banqueiros e rentistas. Esperemos que em 2015, com a expectativa de mais ajuste fiscal pela nova equipe econômica do governo apesar da previsão de crescimento zero do PIB para o ano, a "vaca não vá pro brejo".