sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Desigualdade e diminuição do crescimento

Dados de desigualdade por país dentro do grupo da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a organização que reúne alguns países ricos e poucos emergentes, revelam que alguns países "vendidos" como exemplo econômico neoliberais são campeões de desigualdade social e que a concentração de renda afeta negativamente o crescimento.

Leia a nota abaixo que comenta os dados:

Concentração

Apontados como alunos exemplares na escolinha neoliberal, México e Chile mostram porque merecem tanta deferência: são campeões de desigualdade dentro do grupo da OCDE, a organização que reúne alguns países ricos e poucos emergentes. A relação do rendimento médio entre os 10% mexicanos mais ricos e os 10% mais pobres é de 27 para 1; no Chile é pior: 30 para 1.

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Sobre a Comissão Nacional da Verdade e a suposta necessidade de julgar os "dois lados"

por Almir Cezar

Evento de entrega do relatório final da CNV à presidenta Dilma.
A grande imprensa reverbera a equivocada lógica da necessidade 
de julgar também os 'crimes' dos lutadores antiditadura.
O relatório da CNV (Comissão Nacional da Verdade) divulgado em 10/12 é um avanço, mas o país deve ainda julgar e punir os responsáveis por crimes da Ditadura Militar. Mas, erra grosseiramente quem considerara que "os dois lados devem ser julgados", a suposta necessidade de julgar também os "crimes" dos lutadores antiditadura, até porque esse lado foi sim na época "julgado", o que não foi foram os criminosos contra a Humanidade à frente do comando militar e político do regime.

O Brasil está atrasado, em comparação aos nossos vizinhos sul-americanos, e precisa de coragem para julgar os crimes cometidos por agentes do Estado durante a Ditadura Militar (1964-1985). O atraso demonstra a debilidade da causa dos direitos humanos no país. Não à toa, ainda hoje, vemos pipocar pelo país à fora casos como do Amarildo, e mesmo de juízes e outros agentes públicos se achando "Deus". Mas o mesmo não é válido defender para os supostos crimes praticados pelos guerrilheiros e ex-membros dos grupos armados que lutaram contra Ditadura, como apregoa alguns, e que, deprimentemente, a imprensa corporativa fez eco nos últimos dias.

Pelo simples fato de que, esse lado, ainda naquele tempo, foi julgado e condenado em tribunais de Estado, quando não foi alvo de julgamento sumário, por meio de assassinatos e desaparecimentos. Alguns "sortudos" tiveram no mínimo de amargar anos de clandestinidade ou de exílio. Muitos outros, depois de sofrerem as inúmeras violências descritas com detalhes no relatório de 4 mil páginas da Comissão Nacional da Verdade, ficaram mais de dez anos presos, como foi o caso da própria presidenta Dilma Roussef.

domingo, 14 de dezembro de 2014

Dicas importantes para não se endividar além da conta

  • Pense muito bem antes de comprar a prazo ou tomar um empréstimo. Essa dívida realmente é importante? O bem que se está pensando em comprar é indispensável?
  • Caso você possa adiar a comprar a prazo ou fazer o empréstimo, faça uma poupança e deposite, todos os meses, o valor que pagaria em prestação. Ao fim de um determinado período, terá o dinheiro para pagar à vista e, quem sabe, com desconto.
  • Se a dívida for inevitável, nunca comprometa mais do que 30% de sua renda com as prestações. Esse de negócio de achar que tudo o que é parcelado é bom pode se tornar um problemão. Mensalidades demais são sinônimo de descontrole.
  • Procure sempre recorrer a empréstimos mais baratos, como o consignado, cujas prestações são descontadas no contracheque. Negocie taxas, os bancos têm interesse me emprestar para bons pagadores.
  • Cheque especial e rotativo do cartão de crédito só deve ser usado em caso de calamidade. Essas operações cobram juros absurdos. Entrar nesse tipo de linha de crédito é muito fácil, mas sair é quase impossível

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Quem ganhou com a mudança da meta fiscal? O que é superávit primário?

Apesar do Brasil ser um país tão rico,  tanta pobreza e desigualdade social. Apesar de ser um país que mais arrecada impostos de seus cidadãos, tem serviços sociais tão precários. Eis o motivos: afora o desviado pela corrupção, que representa uma pequena parcela, os sucessivos governos repassam a maior parte do orçamento para os banqueiros, na forma de Dívida Pública, o maior roubo da riqueza que produzimos. Outra parte eles destinam para empresários na forma de subsídios ou isenção fiscal. Para fazer justiça social no Brasil é preciso um governo dos trabalhadores que tenha coragem de romper com banqueiros e capitalistas.

A Dívida consome orçamento
Para quem vai o dinheiro arrecadado em impostos? Como é possível um país tão rico ter serviços sociais tão precários, tanta pobreza e desigualdade social? Os sucessivos governos repassam a maior parte do orçamento para os banqueiros, na forma de Dívida Pública, o maior roubo da riqueza que produzimos. Outra parte eles destinam para empresários na forma de subsídios ou isenção fiscal. Segundo a Auditoria Cidadã da Dívida, o governo repassou, em 2013, para os banqueiros R$ 718 bilhões para pagar os juros da Dívida Pública. O pagamento dos juros da dívida consome mais de 40% de tudo que é arrecadado. Mesmo assim, a dívida não para de crescer.

Só nos governos FHC, Lula e Dilma foram pagos R$ 14 trilhões, mas a dívida aumentou de R$ 300 bilhões, em 1994, para mais de R$ 4 trilhões, em 2013. O Brasil poderia ter construído 8 milhões de moradias a um custo de R$ 100 mil cada unidade, acabando com o déficit habitacional e ainda sobrariam 13 trilhões e 200 bilhões de reais!

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Obras completas de Evgeni Preobrazhenski

Os historiadores geralmente reconhecem Evgenii Alexeyevich Preobrazhensky como o mais famoso economista soviético da década de 1920. Leitores de língua inglesa conhecê-lo melhor como autor de The New Economics ("A Nova Econômica") e co-autor (com N. Bukharin) de O ABC do comunismo. Acabou de ser lançado o Volume I das Obras Completas de Preobrazhensky em inglês com o título, The Preobrazhensky Papers: Archival Documents and Materials, Volume I 1886-1920, editado por Richard B. Day, da Universidade de Toronto, e Mikhail M. Gorinov. Traduzido por Richard B. Day.

E. A. Preobrazhensky (1886-1937) foi um líder bolchevique, o economista soviético mais proeminente da década de 1920, autor ainda de Anarquismo e Comunismo (1921), recém-publicado pela primeira vez no Brasil pela Editora Sundermann, e dos ainda inéditos em português, Da NEP ao Socialismo: uma visão do futuro da Rússia e Europa (1922) e O Declínio do Comunismo (1931). Um membro proeminente da Oposição de Esquerda de Leon Trotsky em seus estágios iniciais. Preobrazhensky foi executado por Stálin em 1937.

E. A. Preobrazhensky (1886-1937)
Os documentos apresentados neste volume, muitos recém-descoberto e quase todos traduzidos para o Inglês pela primeira vez, revelam uma Preobrazhenski previamente desconhecido, cujos interesses variou muito além da economia de modo a incluir não só os debates do partido e as questões que afetam a vida dos trabalhadores e camponeses, mas também filosofia, eventos mundiais, e história da Rússia, cultura e política. Incluindo momentos de triunfo e tragédia, eles contam uma história íntima de despertar político e de compromisso com a revolução socialista como o caminho para a dignidade humana.

Um livro a todos os interessados ​​na história do partido bolchevique, nos anos anteriores à Revolução Russa. Para conhecer mais sobre a vida e obra de E. A. Preobrazhenski leia outros artigos e mesmo textos deles aqui no blog (clique aqui).

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Valeu, Zumbi! Apesar da negligencia de não ser feriado nacional, data à Consciência Negra é lembrada pelos movimentos sociais

por Almir Cezar, da Sucursal Brasília (DF)
Editor da ANotA e um brasileiro negro

No mês de novembro as brasileiras e os brasileiros, sejam negros ou não, celebram a memória do líder Zumbi e dos mártires do Quilombo dos Palmares, através da comemoração do 20 de novembro e do mês da Consciência Negra.

Diante da importância da questão, em muitas cidades e vários estados esta data chega a ser feriado. Infelizmente, esta data ainda não é feriado nacional, e em Brasília, capital da República, também não. Para piorar, seguindo essa prática, a administração pública pouco faz menção à data, não a aproveitando, nem que seja internalmente, para celebrar a data e/ou debater os temas que ela inspira.

Apesar disso, os movimentos sindicais e populares não deixam passar a data em "branco" e o relembram com festa e/ou protestos.

O triste legado que é preciso ser enfrentado

Essa data, dia de morte de Zumbi, morto em 1696, em uma tocaia por tropas portuguesas e de bandeirantes mercenários às ordens da Coroa, é o momento para lembrar de debater a questão do racismo e da desigualdade no Brasil, especialmente a racial, à medida que por séculos, negros, índios e seus descendentes foram vítimas da escravidão e do racismo legal. Motivo pelo que Zumbi e sua comunidade, ainda no tempo do Brasil colonial, lutaram e morreram, e até hoje inspiram vários ativistas.

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sábado, 6 de dezembro de 2014

'O Estado no centro da mundialização', de Jaime Osorio

A Dica é o lançamento do livro O Estado no centro da mundialização, de Jaime Osorio.

Já com várias edições mexicanas pela Fondo de Cultura Económica, a obra foi agora lançada pela Outras Expressões, ligada à Expressão Popular.

Trata-se de uma obra fundamental para o entendimento do Estado, das relações de classe, do poder, pensados desde o marxismo e com vistas às especificidades do capitalismo dependente. 

Certamente cumprirá um papel de suma importância para a formação intelectual e militante. 

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

BC eleva juro e já compromete 2015

Com mais juros e menos gasto a economia quebra de vez. A indústria que tá agonizando vai pro espaço, os empregos com salário acima de 3 SM vão minguar. E o pior que a inflação de custos vai continuar além dos choques nos preços de alimentos e energia por causa da seca. Sei não, a vaca vai pro brejo, se ele não estiver seco!

Com PIB perto de 0%, Copom prefere inflar ganho dos rentistas em vez do crescimento
Monitor Mercantil | 03/12/2014

O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, alertou que, ao recorrer apenas à alta dos juros, “o governo erra e derrubará ainda mais a atividade econômica, que já se encontra anêmica”.

A advertência foi feita após o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, voltar a aumentar a taxa básica de juros (Selic), apesar de o crescimento da economia do país este ano ficar em 0,19%.

Com a alta de 0,5 ponto percentual, a Selic saltou para 11,75% ao ano. Na reunião anterior, no fim de outubro, poucos dias após o segundo turno das eleições, o BC, ignorando o clamor das urnas contra a política de juros altos, elevara a taxa em 0,25 ponto.