sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Governo anuncia corte de R$44 bi no orçamento e põe servidores mais uma vez frente a cenário de arrocho

Sindsef-SP

Se quiserem ver sua pauta de reivindicações mais urgente atendida, os servidores federais vão precisar reforçar a mobilização e pressão em torno de suas demandas. Nesta quinta-feira o governo anunciou um corte de R$44 bilhões no orçamento. A maior parte em despesas obrigatórias. A categoria sabe que esta é a imposição de um cenário de arrocho que atinge investimentos e melhorias no setor público e que afeta diretamente o atendimento à população. Os obstáculos não são novos. As dificuldades no processo de negociação com o governo já são, por si só, indicadores fortes de que a busca por avanços no atendimento de demandas urgentes só devem ocorrer acompanhadas de forte pressão. Na próxima semana termina o prazo que o Ministério do Planejamento apontou para dar uma resposta formal à pauta da Campanha Salarial Unificada 2014.

Enquanto o governo segue dando prioridade a setores privilegiados, a administração pública sofre do mal do sucateamento. Esse cenário não só enfraquece o setor público como abre espaço para uma desastrosa política que entrega cada vez mais ao setor privado serviços essenciais à população que já paga uma das maiores cargas tributárias do mundo. Recordes sucessivos de arrecadação não são suficientes para que o governo priorize investimentos nos segmentos que mais interessam à população que segue refém de um atendimento precário onde falta mão de obra e sobram problemas funcionais. Servidores sobrecarregados, muitas vezes desviados de funções, além de mal remunerados são parte integrante dessa realidade.


Nas áreas que atendem diretamente a população como saúde, educação, infraestrutura, segurança, entre outros, é onde se enxerga o cenário mais crítico. Carreiras pouco atraentes não seguram novos concursados que logo deixam áreas do setor público ou por outros concursos, que oferecem carreiras mais sólidas, ou até mesmo voltam à iniciativa privada. Sem condições adequadas de trabalho, os servidores responsáveis por atender a população precisam lidar com dificuldades estruturais em seus locais de trabalho. Sem mencionar as discrepâncias causadas pela má gestão e que geram injustiças como foi o caso da criação de uma carreira apenas para cinco cargos de nível superior no Executivo.

Mobilização e pressão são fundamentais

São muitos os problemas. Sem a luta dos servidores o arrocho sempre será regra, incentivado pelos constantes cortes orçamentários, contingenciamento de bilhões de reais em áreas sociais para beneficiar o empresariado com a desoneração de outros bilhões em impostos. No próximo dia 19 as entidades que compõem o fórum em defesa dos servidores e serviços públicos voltam a promover uma atividade em Brasília que deve se repetir nos demais estados. O objetivo é pressionar o governo a atender a pauta emergencial dos servidores que inclui antecipação da parcela de reajuste prevista para janeiro de 2015, além de reajuste em benefícios como auxílio-alimentação e plano de saúde.

Entre os dias 11 e 14 do próximo mês devem ser promovidas em todo o Brasil reuniões dos fóruns estaduais para que os servidores discutam as melhores formas de promover pressão para que suas demandas urgentes ganhem atenção do governo. O fórum nacional volta a se reunir no dia 20 de março para nova avaliação das respostas do governo às ações da categoria e necessidade de aumentar a pressão e mobilização em torno da busca por avanços. A Condsef tem um CDE agendado para o dia 18 de março e uma plenária nacional no dia 20. É importante que os servidores continuem a fortalecer a unidade e mobilização nos locais de trabalho.

Marcado pela Copa do Mundo e pelas eleições presidenciais em outubro, 2014 é um ano que deve mobilizar e unificar novamente servidores em torno de sua pauta emergencial de reivindicações. A pressão será o diferencial para que a categoria consiga os avanços esperados no atendimento de suas principais demandas.

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