quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Déficit comercial: É o modelo!

É o modelo!

O anúncio de que o Brasil só escapou de voltar aos déficits comerciais da era de ouro do populismo cambial tucano graças a uma manobra contábil animou o lobby dos que defendem a redução dos já frágeis mecanismos de defesa da economia nacional. Segundo essa vertente, a principal causa da fragilidade das exportações do país residiria no Mercosul, que nos impediria de fazer acordos vantajosos com Estados Unidos e União Européia (UE), por exemplo. 

Mais ideológico do que econômico, tal argumento ignora o fato de a performance do comércio do país estar limitada pelo aprofundamento de um modelo econômico que se concentra na exportação de commodities – minerais e alimentos – sobre cujas cotações o Brasil não tem controle e que representam irrisórios 6% do comércio mundial. E que, simultaneamente, acelera a desindustrialização, ao adotar câmbio valorizado, juros astronômicos e ampliar a presença de componentes importados na indústria local.

Mercados

Mantido esse modelo, a realização de acordos de livre comércio com economias mais avançadas resultaria no aumento do déficit e não na produção de superávits mais expressivos. Com os EUA, por exemplo, nosso déficit saltou de US$ 5,7 bilhões, em 2012, para US$ 11,4 bilhões, em 2013. Com a UE, o resultado favorável aos europeus avançou de US$ 1,3 bilhão, para US$ 3 bilhões. 

Os dois resultados, certamente, foram importantes para a geração de empregos para estadunidenses e alemães, em particular. Já com a Argentina, do amaldiçoado Mercosul, tivemos superávit de US$ 3,1 bilhões, ano passado, contra US$ 1,5 bilhão, em 2012. Imagina com abertura irrestrita!

Fatos & Comentários, Jornal Monitor Mercantil | 03/01/2014

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