quarta-feira, 27 de novembro de 2013

No Brasil, 1/4 da baixa renda está endividada

E 56% RECORREM A NOVOS EMPRÉSTIMOS PARA PAGAR DÍVIDAS

O comprometimento do rendimento das famílias brasileiras de baixa renda entre janeiro de 2005 até dezembro de 2012 chegou a 23%. Segundo estudo do Instituto Fractal de Análises de Mercado, que acompanhou o comportamento das operações durante sete anos, 26,7% dos entrevistados, que têm dívidas com o sistema financeiro e renda de até R$ 1,5 mil fez algum tipo de empréstimo pessoal nesse período.

O estudo acrescenta que 53% solicitaram crédito uma vez e 36,8% uma vez a cada dois anos. Para 55,8%, o principal objetivo do empréstimo é pagar dívidas vencidas ou a vencer.


“A renda das famílias se compromete na mesma velocidade das ofertas de crédito, isso porque esses empréstimos são dirigidos, em grande parte, às mesmas pessoas que já haviam tomado crédito, ampliando o grau de endividamento desse público. Ou seja, as famílias buscam mais crédito no mercado como substituição de dívida. Pega-se dinheiro emprestado em um lugar para pagar o outro. O resultado é o constante aumento da inadimplência”, afirma o presidente do Instituto Fractal de Análises de Mercado, Celso Grisi.

Já o endividamento das famílias cresceu 45%, de janeiro de 2005 a dezembro de 2012, para 47% entre janeiro de 2005 e janeiro de 2013.

“Esse comportamento acelera a inflação, pois a demanda aumenta mais rapidamente que a oferta e deteriora o poder aquisitivo desse devedor, tornando-o insolvente. Vale lembrar que a população brasileira ainda não sabe gerir com propriedade sua renda futura e sequer calcular os custos dessas operações financeiras”, destaca Grisi.

O economista considera preocupante o empresário ou a pessoa física recorrer ao patrimônio pessoal para financiar os negócios: “Notamos que o uso das factorings tem crescido nos últimos tempos. Também, em muitos casos, as empresas e as pessoas físicas têm recorrido aos empréstimos informais junto a particulares (parentes, amigos, agiotas). Nesses casos, os juros costumam ser exorbitantes”, acrescenta.

Jornal Monitor Mercantil | 25/11/2013  

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