segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Para Banco Central, inflação e crescimento caem

por Almir Cezar

Sede do Banco Central em Brasília (Foto: BC)
O Banco Central (BC) reduziu a projeção de crescimento da economia deste ano, de 2,7% para 2,5% e inflação para 5,8%, relação as estimativas divulgados no trimestre passado. Esses números foram anunciados hoje (30) no Relatório Trimestral de Inflação. Com isso, a inflação anual ficaria dentro da meta fixada, que era de 6%, quase metade do PIB previsto para 2013 (4%).

O Produto Interno Bruto (PIB) é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país. A inflação é a variação geral nos preços da economia. Sua  projeção do BC tomou como referência o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), índice oficial apurado Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) - não por acaso o índice oficial do país e usado no regime de metas de inflação.

PIB

O Banco Central (BC) reduziu a projeção de crescimento da economia deste ano, de 2,7% para 2,5%, no Relatório Trimestral de Inflação, divulgado hoje. Uma queda de 0,2 pontos percentuais com relação ao relatório do trimestre passado (divulgada em junho). As previsões de PIB e inflação do relatório usaram informações disponíveis até a data de corte de 6 de setembro de 2013.

sábado, 28 de setembro de 2013

Ganhos de rendimento das mulheres foram menores que dos homens

Pnad indica rendimento médio do trabalho das mulheres menores que os dos homens

Os ganhos de rendimentos do trabalho das mulheres foram menores do que os obtidos pelos homens entre 2011 e 2012, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Enquanto o rendimento das mulheres aumentou 5,1% no período, o dos homens subiu 6,3%.

O rendimento médio do trabalho das mulheres chegou a R$ 1.238 em 2012, ou seja, 72,9% do obtido pelos homens: R$ 1.698. Em 2011, o rendimento das trabalhadoras representava 73,7% do valor recebido pelas pessoas do sexo masculino.

“É preciso tomar um certo cuidado, porque nessa média a gente não está levando em consideração a função que ela exerce, a carga horária em que ela trabalha. O trabalho doméstico, por exemplo, tem normalmente rendimentos menores e é feito, em 98% dos casos, por mulheres. Já em algumas ocupações e cargos de chefia, os homens são maioria. É preciso tomar cuidado para não dizer que é simplesmente discriminação pelo sexo”, disse a coordenadora da pesquisa, Maria Lúcia Vieira.

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Dilma diz agora que privatizações são essenciais, negando discurso eleitoral

Presidenta ‘vende’ país em seminário do Goldman Sachs

Dilma discursa para executivos de multinacionais e bancos
em seminário nos EUA (Foto: EBC)
Em discurso no seminário empresarial na 68ª Assembléia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), a presidenta Dilma Rousseff fez o oposto do que ela e seu partido (PT) costumam fazer nas campanhas eleitorais: defender as privatizações. Para empresários estrangeiros, porém, Dilma defendeu que a privatização é “essencial” para melhorar a infra-estrutura de transportes e do setor energético.

“Para o Brasil, é essencial que haja essa maior participação (do financiamento privado). Não é possível haver uma expansão do porte de que necessitamos sem a participação de mercados de capitais e de outros instrumentos e do sistema financeiro privado”, disse, sem mencionar, porém, que a esmagadora maioria dos investimento dos concessionários privados se dá com dinheiro público subsidiado pelo BNDES.

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

IELA organiza curso com o prof. Jaime Osório

Instituto de Estudos Latino-Americano da Universidade Federal de Santa Catarina (IELA/UFSC) organiza curso em Florianópolis com o professor chileno Jaime Osório Urbina de 7 a 11 de outubro sobre "Estado, Poder e Classes Sociais na América Latina”.


Professor Jaime Osório Urbina (Foto: divulgação) 

O IELA realiza nesse semestre mais uma edição dos Cursos Livres. Em outubro, o instituto recebe o professor chileno Jaime Osorio Urbina para um curso sobre “Estado, Poder e Classes Sociais na América Latina”. A tematização e a reflexão sobre o estado desapareceu da reflexão em ciências sociais no Brasil, limitando-se, quando muito, a debates sobre o “papel do Estado”. A carência de um debate sobre a natureza e as transformações do estado capitalista na América Latina é o que motiva o IELA a oferecer este curso à comunidade da UFSC.

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Leilão do pré-sal: a ANP e Dilma agem contra os interesses do país

cartaz de campanha organizada pelo Sindipetro-RJ
por Almir Cezar

Um conjunto de acusações rodam a Agência Nacional do Petróleo (ANP). Haverá o leilão do campo de Libra, a 1ª Rodada do pré-sal sob regime de partilha, marcada para 21 de outubro. Segundo vários críticos, especialmente no movimento sindical e popular, a agência e a presidenta Dilma estariam agindo deliberadamente em oposição aos interesses do Brasil. 

O governo Dilma pretende entregar para as mãos do capital privado – nacional e estrangeiro-, reservas estimadas em 12 bilhões de barris de petróleo (dois terços das reservas brasileiras). Libra é a maior reserva de petróleo já descoberta no Brasil. O Brasil espera uma produção de 1 milhão de barris por dia em Libra e, segundo a Agência Nacional do Petróleo (ANP), a reserva vai render cerca de R$ 900 bilhões ao longo de 30 anos ao país. 

sábado, 21 de setembro de 2013

Tombini avisa: juro não pára de subir tão cedo. Porém, inflação está em desaceleração

BC obedece ao lobby pela alta dos juros, que pesa no gasto público em detrimento da Saúde e Educação

por Almir Cezar, de Brasília
especial para a ANotA

Presidente do Banco Central Alexandre Tombini (Foto: BCB)
O presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, disse nesta quarta-feira (18/09), no Congresso Nacional, que as ações de controle da inflação, iniciadas em abril último, com a retomada do processo de elevação da taxa básica de juros (Selic), serão mantidas por “um período de horizonte relevante”, porque a inflação ainda está “em um patamar desconfortável”. Contudo, ao contrário disso, os preços vêm diminuindo ou estão estáveis, ajudando a reduzir ritmo da inflação, o que dispensaria a alta na taxa de juros.

Tombini, em audiência pública semestral obrigatória no Congresso Nacional, que reuniu deputados e senadores de seis comissões, lembrou que baixar a inflação é um compromisso do BC para dar mais confiança ao mercado. Tombini destacou que “confiança é condição necessária para a consolidação do crescimento econômico do país”.

Índices de preços negam Tombini

O Brasil possui um sistema de metas para inflação que foi instituído em junho de 1999 pelo Banco Central (BC). O indicador considerado é o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Negando as afirmações do presidente do BC, as últimas pesquisas de preços demonstram justamente o contrário das afirmações de Tombini, o que dispensaria a tendência de alta na taxa básica de juros. O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) medido pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), índice oficial da inflação brasileira, vem tendo sucessivas quedas desde fevereiro desse ano.

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Empresas que ganharam incentivos do governo são as que mais demitem

Empresas que ganharam incentivos do governo são as que mais demitem

O emprego na indústria apresentou a terceira queda consecutiva em 2013. O índice foi 0,8% menor do que o registrado no mesmo mês no ano passado. Mesmo nos setores que receberam estímulos do governo, com desonerações de impostos e isenção de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) houve demissões. O levantamento foi feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgado no Jornal Folha de São Paulo da última quinta-feira (12).

De acordo com o estudo, a retração do mercado atinge além dos setores de vestuário, calçados e têxtil, os setores de maquinário e equipamento (bens e capital), meios de transporte, veículos – cujas empresas foram beneficiadas com a desoneração da folha de pagamento e com a redução do IPI (Imposto sobre Produto Industrializado).


Esse dinheiro, como aponta a pesquisa do IBGE, entretanto, não evitou as demissões na indústria e sua retração.

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Ampliação da terceirização reduzirão os salários em até 30%, diz TST

Para TST, ampliação da prática ameaça conquistas históricas dos trabalhadores

Ministro do TST Maurício Godinho Delgado.
A aprovação da legislação que regulamenta a terceirização no Brasil, estendendo-a até a atividade fim, terá “efeito avassalador” nas conquistas dos trabalhadores. Além disso, reduzirá a renda em até 30%. A advertência foi feita pelo ministro do Tribunal Superior do Trabalho (TST) Mauricio Godinho Delgado sobre a Projeto de Lei 4.430 em tramitação no Congresso Nacional.

Delgado fez as afirmações a participar de debate da comissão geral para debater o projeto no plenário da Câmara dos Deputados. Ele ressaltou que a saúde dos trabalhadores também corre risco com a massificação da terceirização de serviços.

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Queda na atividade econômica, medida pelo BC

Contrariando o alarido da equipe econômica do governo, a atividade econômica apresentou queda de 0,33% em julho, em relação ao mês anterior, de acordo com o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) dessazonalizado (ajustado para o período), divulgado hoje.

O indicador busca antecipar os resultados do Produto Interno Bruto (PIB), pesquisado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O IBC-Br é uma forma de avaliar como está a evolução da atividade econômica brasileira. O índice incorpora informações sobre o nível da atividade dos três setores da economia: indústria, comércio e serviços, além de agropecuária. No entanto, desde suas criações, tem havido um forte hiato entre as projeções do BC e os números oficiais divulgados pelo IBGE.

Essa queda veio depois da expansão de 1,03% registrada em junho, de acordo com os dados revisados do BC. Em maio comparado com abril, houve queda de 1,48%. Em relação ao mesmo mês do ano passado, houve crescimento de 3,38% (sem ajustes). No ano, o IBC-Br apresentou expansão de 2,97%, e em 12 meses encerrados em julho, de 2,11 %.

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Baixa execução em Saúde e Educação. Alto apenas os gastos para a Copa

por Rodrigo Souza, de Goiânia e Almir Cezar, de Brasília

Pesquisando alguns dados no TCU e Portal da Transparência pra fazer um balanço de certas postagens no Facebook que vêm sendo feitas para defender Governo Dilma. Verão que há uma grande lacuna entre o que se anuncia e o que se consegue executar em recursos públicos. Enquanto é baixa a execução em Saúde e Educação, etc, alto mesmo apenas os gastos para a Copa do Mundo.

Não explica em todo, mas o fator preponderante é o corte de recursos operacionais nos órgãos executores – isto não aparece para a população, e a propaganda dos recursos totais pode ser feita.

Baixa execução em saúde, educação, etc

O Ministério da Saúde teve verba autorizada de R$91,7 bilhões para 2012. Executou apenas 60%, R$55 bi. O Brasil injeta (e não executa) apenas 3,6  do PIB na Saúde, sendo que somente 56% vêm de recursos públicos. A média mundial entre os países com redes públicas é de 6 % do PIB, sendo que entre 60 e 70% tem proveniência pública.

terça-feira, 3 de setembro de 2013

BC obedece aos banqueiros e eleva Selic, apesar da inflação em queda

por Almir Cezar

Na quarta-feira passada (29/08) foi divulgado um novo aumento de 0,5 ponto percentual na taxa básica de juros, indo para 9% ao ano. A decisão, tomada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), mesmo com a economia não devendo crescer nem 2% este ano, e a inflação em franca desaceleração, com algumas cidades até mesmo em deflação, cedeu, mais uma vez, à pressão do mercado financeiro. Abortando a recuperação e aumentando em mais R$ 10 bilhões do gasto público com juros da dívida.

Pressões pela alta dos juros

Foi a quarta sessão seguida em que o BC aumentou a Selic, depois de ela permanecer em 7,25% de outubro passado a abril deste ano. Em abril, também sob intensa pressão do mercado financeiro, o Copom elevara a taxa para 7,50% ao ano. O aumento foi seguido por mais duas altas de 0,5 ponto nas reuniões de maio e julho.

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Pagamento de juros da dívida é recorde em julho

Pagamento de juros da dívida é recorde em julho
Monitor Mercantil, 30/08/2013

O pagamento de juros da dívida pública em julho chegou a R$ 23,393 bilhões, o maior resultado para o mês, na série histórica do BC, iniciada em dezembro de 2001. Em 12 meses encerrados em julho, as despesas com juros chegaram a R$ 226,887 bilhões, o que corresponde a 4,91% do PIB. 

Segundo Maciel, em julho, o aumento nas despesas com juros ocorreu devido ao número de dias úteis no mês, à inflação, ao crescimento da dívida e às despesas do BC com operações de swap cambial tradicional, equivalente à venda de dólares no mercado futuro.

Já o superávit primário – desvio de recursos para o pagamento de juros da dívida – de julho deste ano foi o menor para o período desde 2010. No mês passado, o resultado ficou em R$ 2,287 bilhões.