segunda-feira, 8 de julho de 2013

Perdas milionárias dos trabalhadores com empresas de Eike

Investidores têm perdas milionárias com empresas de Eike
Prejuízo com ações das empresas X atingem fundo Postalis
Jornal do Brasil - 05/07

O midiático empresário Eike Batista, dono do grupo EBX, que controla diversas empresas cujas ações vêm derretendo no mercado de capitais, está impondo prejuízos milionários a vários investidores que embarcaram em seu sonho. O mais recente perdedor da praça é o fundo de pensão dos funcionários dos Correios, Postalis, que sente o gosto amargo de um déficit de R$ 985 milhões nos últimos dois anos. Uma parcela considerável desse valor é referente à liquefação dos investimentos nas empresas de Eike.

O rombo está sendo assumido pelos próprios funcionários dos Correios que, desde abril, vêm sendo descontados em 3,94% do valor que terão direito na aposentadoria. O Postalis é o 14º maior fundo de pensão do Brasil com um patrimônio de R$ 7,68 bilhões e 130 mil participantes. A posse de ações das empresas de Eike está sendo contabilizada por outros fundos para ajustar a contabilidade aos prejuízos. Entre os maiores credores do Grupo X, no entanto, figuram o BNDES, com empréstimos de R$ 10,4 bilhões e o Banco BTG Pactual, que apresentou uma queda de 22% em seu lucro líquido, correspondendo a R$ 612 milhões e atribuído em grande parte a perdas com as empresas do grupo X.

O patrimônio de Eike começou a derreter quando as empresas começaram a apresentar resultados pífios, como a petroleira OGX que nunca processou uma gota do produto, mas foi apresentada ao mercado como a dona de um mar de petróleo.  Eike vendeu a imagem de uma empresa que não correspondia a sua realidade. Colocou em seus quadros executivos tirados a peso de ouro da Petrobras e com isso criou mais despesas para uma companhia que não faturava.

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) se eximiu de qualquer culpa pela perda dos investidores esclarecendo em nota que “a atividade de supervisão da CVM realiza-se, dentre outras ações, pelo acompanhamento da divulgação de informações relativas a companhias abertas, demais participantes do mercado e aos valores mobiliários negociados”. A CVM se defende com o argumente sobre o momento em que deve agir, que se constitui num critério subjetivo e, portanto, fica ao sabor da conveniência da autarquia.

Recentemente, Eike afirmou que seu patrimônio valia cerca de R$ 18 bilhões, o suficiente para cobrir todas as dívidas do grupo. Resta saber se os R$ 10,4 bilhões de dívida com o BNDES – cujos recursos para financiamentos vêm em grande parte do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) – serão recuperados ou se mais uma vez vamos assistir a outro calote de empresário ao pagamento de recursos públicos.

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