quinta-feira, 9 de maio de 2013

Restos a pagar somam R$ 104 bi


Os Restos A Pagar (RAP) do Orçamento da União já somam R$ 104 bilhões. A título de exemplo, apenas no Ministério do Desenvolvimento Agrário e no INCRA o total de RAP totalizam quase um orçamento anual. Na prática, eles viraram um orçamento paralelo, para flexibilizar o aperto fiscal, e, em parte, também demonstram a baixa capacidade de execução das políticas públicas em tempo.

Restos a pagar somam R$ 104 bi
03/05/2013 - Monitor Mercantil

Na prática, eles viraram um orçamento paralelo, para flexibilizar o aperto fiscal
O volume de recursos de outros anos que poderão reforçar o Orçamento da União, em 2013, chega a R$ 104,185 bilhões. Esse é o total de restos a pagar previstos para este ano, segundo decreto que detalhou a execução do Orçamento Geral da União. Com acúmulo dos últimos anos, os restos a pagar se tornaram praticamente um Orçamento paralelo.

O volume de restos a pagar não significa, porém, que todo esse dinheiro será de fato gasto. Desses cerca de R$ 104 bilhões, apenas R$ 6,988 bilhões são classificados como processados. Ou seja, passaram da fase da liquidação, quando o governo libera o pagamento porque o serviço ou a compra foram executados.


Os R$ 97,198 bilhões restantes ainda estão na fase de empenho, quando o governo emite apenas a autorização para o gasto. A execução do Orçamento segue três fases: empenho, liquidação e pagamento efetivo.

Os restos a pagar correspondem ao volume de recursos empenhados ou liquidados em um ano, mas cujo pagamento fica para o ano seguinte.

Nas últimas décadas, os restos a pagar têm sustentado os investimentos federais, que correspondem basicamente aos gastos em obras públicas e em compras de máquinas e de equipamentos.

Em 2012, dos R$ 59,448 bilhões investidos pela União, R$ 34,177 bilhões (57,5%) vieram de recursos de outros anos. Nos três primeiros meses deste ano, o peso das verbas de exercícios anteriores nos investimentos federais foi ainda maior porque o Orçamento de 2013 só foi sancionado em abril. De janeiro a março, eles representaram 95,9% dos R$ 16,830 bilhões investidos, segundo os dados mais recentes do Tesouro.

O volume de restos a pagar para 2013 poderia ser ainda maior. Isso não aconteceu, porque o Tesouro Nacional não validou cerca de R$ 72,446 bilhões dos R$ 176,631 bilhões empenhados ou liquidados pelos ministérios ano passado para 2013.

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