quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

'Caminho Niemeyer' de Niterói: uma revitalização; não a serviço dos trabalhadores

por Almir Cezar 

Panorâmica do trecho do Caminho Niemeyer do Centro de Niterói - grandes prédios brancos: Teatro Popular de Niterói,
Memorial Roberto Silveira e Fundação Oscar Niemeyer - fundo Cidade do Rio e esquerda campus do Gragoatá da UFF.

O complexo arquitetônico do "Caminho Niemeyer" de Niterói fez 15 anos e, com uma década de atraso, ganha mais uma promessa de conclusão com um novo prefeito. Criado sob a promessa de revitalizar a orla e o Centro de Niterói, o Caminho Niemeyer tem apenas alguns monumentos prontos: Praça JK, Maquinho (Módulo de Ação Comunitária), o Teatro Popular, a Fundação Oscar Niemeyer (FON) e o Memorial Roberto Silveira, os três últimos fechados ao público. O Museu Petrobrás de Cinema ainda está em obras e não há informações de quando ele será finalizado, embora tenha sido inaugurado oficialmente em 2011.

A genialidade de Oscar Niemeyer é inegável, mas, por uma série de questões, o complexo apresenta problemas. Além do fato, do seu projeto ter sido muito modificado com o passar dos anos, não é apenas preciso concluir o projeto, que está parado, como criar um novo modelo de gestão para dar vida aos prédios projetados por Oscar Niemeyer para Niterói, e principalmente, sua articulação com o entorno.

Até o ano passado, o gasto previsto com a construção do projeto superava em 85% (R$ 55 milhões) o investimento inicialmente previsto, de R$ 65 milhões. A época da divulgação do projeto em 1997 foi alegado que seria essencial para a revitalização do Centro, contudo apesar de ser apenas mais um elemento de revitalização dessa região, a requalificação desse bairro não é tão simples. 

Porém, além de se resolver os problemas de gestão, o Caminho Niemeyer finalizado ou não, demanda outras medidas para a verdadeira revitalização do Centro, que beneficie a população moradora e/ou circulante desse bairro, e não que vise lucros milionários para o setor imobiliário ou de construção civil.  Assim, o 'Caminho Niemeyer' de Niterói transformou-se em um modelo de como um processo de "revitalização" está a serviço de tudo, menos atender a população moradora e usuária da área a ser revitalizada.

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Feliz Solstício, 25 de dezembro

Quase todas as tradições religiosas celebram o Solstício de Inverno (no hemisfério Sul, o de Verão, como é o caso do Brasil). Isto é, a noite do 3 dia depois do 21 de dezembro.

Os judeus celebram o Hanuká, também chamada festa das Luzes, antes mesmo do nascimento de Jesus. Os persas pré-islâmicos tinham a festa do nascimento do deus Mitra (depois importado pelos romanos), os egípcios antigos tinham o nascimento do deus Hórus.

Por isso, desejamos a todos amigos e amigas um Feliz Natal.
Que estejam com que amam, em paz.

São os votos ,

coletivo Limiar & Transformação.

domingo, 23 de dezembro de 2012

Sobre o fim do mundo, por Slavoj Zizek

Em uma semana que se encerra, e as vésperas das festas do fim do ano, que o mundo em frenesi aguardou a realização de um interpretação equivocada de um calendário do povo maia, esperando pelo fim do mundo, fica a frase do famoso filosofo anticapitalista Slavoj Zizek, que bem enquadra o problema-chave da sociedade atual que levou a tal estado de ânimo.

"É muito mais fácil (para a sociedade atual) imaginar o fim de toda a vida na Terra que em uma muita mais modesta mudança radical no capitalismo" - Slavoj Zizek

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Julian Assange - Christmas 2012 - Ecuador embassy in London


Mensagem de Natal do ativista Julian Assange, criador e porta-voz do site WikiLeaks, insulado na embaixada do Equador em Londres (Reino Unido), cujo país ele pediu asilo político, cujas autoridades britânicas cercam a meses ameaçando de invasão, numa clara violação das leis internacionais.

Assange anunciou que publicará, em março de 2013, o livro "Manual da Rebelião: como somos vigiados pela Internet" saldou as iniciativas do tipo "Occupy" ocorridas ao longo de 2011-12 e conclamou a realizar  incrível Occupy 2013.

Completam-se 51 anos do Natal mais triste que Niterói viveu


quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Baixo PIB: empresas transformaram estímulos em lucros

O ministro da Fazenda Guido Mantega explicitou certo abatimento no depoimento que prestou recentemente numa comissão do Senado, quando já tinha sido divulgado o crescimento sofrível do PIB. O próprio Mantega já não está mais otimista com o crescimento da economia. “As medidas de estímulo à economia adotadas pelo governo foram transformadas em lucro pelas empresas beneficiadas”, citou uma fonte ligado ao Palácio do Planalto.

Essa frase resume bem como é o setor empresarial no Brasil…Choram as pitangas pro governo, chantageando com demissões em massa… mas na real… querem é mais lucro, só isso. Pra compensar os prejuízos de suas unidades fora do Brasil.

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Dica de livro: Desde que o Samba é Samba

Dica de livro para ler no recesso: 'Desde que o Samba é Samba', o novo livro de Paulo Lins, autor de "Cidade de Deus" e um dos roteirista dos dois filmes "Tropa de Elite". É a história dos bastidores da fundação da primeira escola de samba a "Deixa Falar", a antecessora da G.R.E.S.S. Estácio de Sá.

O livro fala de maneira romanceada dos personagens famosos e anônimos da fundação da escola de samba, pessoas que moravam, trabalhavam e se divertiam na região na época chamada de Pequena África, uma zona que agrupava os bairros de maioria negra e imigrante nas imediações do Centro do Rio - Estácio de Sá, Cidade Nova, Santo Cristo, Gamboa e o Mangue. Personagens que vão de artistas, malandros, prostitutas, estivadores, lavadeiras, operários, quituteiras, botequeiros, em suma, pessoas comuns.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

(Crise nos EUA) Demorando dessa vez

Nas sete recuperações americanas, que aconteceram após as recessões entre 1948 e 1981, segundo o Instituto Global McKinsey (1), a economia levava cerca de seis meses para voltar ao seu pico de emprego pré-recessão. 

Mas a recuperação de 1990 levou 15 meses. A de 2001, 39 meses. Desta vez, 60 meses já se passaram. Por quê a recuperação está demorando tanto dessa vez?

Fonte: 
(1) http://www1.folha.uol.com.br/mundo/1186715-opiniao-solucoes-para-um-dilema-capitalista-nos-eua.shtml

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Seis capitais concentram um quarto da riqueza brasileira

Mais dados de concentração espacial da riqueza no Brasil. IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) aponta que capitais perderam PIB (Produto Interno Bruto) e municípios menores ganham renda,  porém, seis capitais concentram um quarto da riqueza brasileira. E concentrar riqueza não significa dispor de qualidade de vida, pois os municípios campeões de renda per capita apresentam baixo IDH (índice de desenvolvimento humano).

Seis capitais concentram um quarto da riqueza brasileira
Agência Brasil - 12/12/2012

O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro está concentrado em poucas cidades. Seis capitais são responsáveis por 24,9% de tudo o que o país produz em riquezas. São Paulo detém 11,8% do PIB nacional, seguido por: Rio de Janeiro (5%), Brasília (4%), Curitiba (1,4%), Belo Horizonte (1,4%) e Manaus (1,3%).

Os dados fazem parte da pesquisa Produto Interno Bruto dos Municípios 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada hoje (12). Somadas, as riquezas dessas seis cidades, que abrigam 13,7% da população, correspondem a um quarto da geração de renda nacional.

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Novos ângulos nas curvas de Oscar Niemeyer

Caminho Niemeyer no orla, Centro, Niterói. Rio ao fundo
Um pequeno ensaio fotográfico buscando novos ângulos nas obras de Oscar Niemeyer, pouco usuais nos cartões-postais.

Fotos de Niterói e Brasília.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Oscar Niemeyer, especial (II): "Não há curvas unânimes" (Uma resposta as críticas)

Niemeyer um poeta das curvas. Não há curvas unânimes.
por Almir Cezar

Queria agradecer aos companheiros pelos elogios e críticas enviadas a mim sobre o texto "Oscar Niemeyer, especial", mas gostaria de entrar na polêmica enviada por alguns amigos e leitores. Primeiramente, não compartilho de visões tão negativa de Niemeyer que chegaram a mim, embora respeito a caracterização dada. E, embora haja fatores fortes na realidade para ela, porém, não há elementos nenhum para descartar Niemeyer enquanto um gênio e alguém em que a vanguarda socialista e a classe devam celebrar.

No texto nunca tentei fazer uma elegia de Niemeyer, muito menos repetir a cantilena que a imprensa burguesa fez agora em sua morte. Quis mostrar os motivos, apesar de suas contradições, para que, como já disse, a vanguarda socialista e a classe, pudessem celebrá-lo, que não residia em uma "genialidade" individual, mas, sucessivamente, na capacidade dele de agregar pessoais especiais, em trabalhar coletivamente, em tratar o belo para as massas e em captar as aspirações estéticas e capacidade construtiva surgida no Brasil no século XX. E, é claro, nunca abandonar o ideal da justiça social, apesar do avançar da sua própria idade. Coisas que os textos que rapidamente li na mídia burguesa simplesmente negligenciavam, preferindo endeusá-lo de maneira oportunisticamente asséptica quanto a isso.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Oscar Niemeyer, especial: A ousadia de usar a obra para construir a utopia

 
Niemeyer, gênio de Brasília e do MAC saí de cena
por ALMIR CEZAR, de Brasília (DF)

A notícia do dia (06/12) é o falecimento de Oscar Niemeyer. Sem dúvida nenhuma, um dos maiores gênios da arquitetura de todos os tempos. Um ser humano admirável, embora não desprovido de contradições, polêmicas e controvérsias, que não o faz menos genial. Apesar, da postura cretina de um colunista da Revista Veja, vinda justamente, porque Niemeyer incomodava. Mas, o mais importante, é saber que ele foi fundamental, e que não trabalhou sozinho, e pelo contrário, foi fundamental para nosso mundo porque reconheceu e atraiu pessoas especiais, e o fez justamente porque era especial. Era um sonhador que se pôs a por em prática seus sonhos. Coisas que, pelo contrário, fazem justamente que devamos celebrá-lo.

Incomodava. Era um idoso centenário que não abandonara as "utopias" do século XX, a defesa da luta por justiça social, o comunismo, a modernidade - um ultraje para os conservadores e reacionários. Em um mundo que não tolera a rebeldia, quanto muito a restringe apenas a juventude, soube expor que a vida era para ser celebrada, mesmo no fim e na velhice avançada, e que também se deveria viver para combater o que não era bom haver na vida. Incomodou também por ter militado partidariamente, coisa que nunca escondeu, em um mundo que exige, por um lado, que os artistas sejam "neutros", porém, por outro, que sucumbam aos apelos e ditames do mercado.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Dependência brasileira por insumos agrícolas importados aumenta


Dependência brasileira por insumos agrícolas importados aumenta
4 de dezembro de 2012 | Por Fernando Lopes | Do Valor Econômico
  
Potência ascendente do agronegócio, com participações crescentes nas exportações de alguns dos principais produtos do setor comercializados no mundo, o Brasil depende cada vez mais de insumos importados para fomentar sua produção agropecuária e atender às demandas externa e doméstica por commodities, alimentos processados e biocombustíveis.

Estudo elaborado pelo Departamento do Agronegócio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Deagro/Fiesp) a partir de dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) aponta que, em 2012, as importações de insumos por parte dos segmentos de fertilizantes, defensivos, máquinas e implementos, nutrição animal e saúde animal deverão somar US$ 18,593 bilhões.

Mais do que um crescimento de quase 10% em relação ao montante do ano passado (US$ 16,956 bilhões), a projeção marca o quarto ano consecutivo de avanço das importações desses insumos e representa um salto de 123%, ou de mais de US$ 10 bilhões, na comparação com o valor de 2007, ano-base do estudo. E não fosse a crise internacional de 2008, a tendência poderia ter sido até mais evidente.