segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Troica impõe aperto extra à Grécia. Berlim assumirá controle do país



A Tróica (nome dado ao grupo composto pelo Banco Central Europeu - BCE, Fundo Monetário Internacional- FMI e Comissão Européia) impõe aperto extra de 13,5 bilhões de euros à Grécia. Com a prorrogação e o terceiro pacote orquestrados pelos tecnocratas estrangeiros, Berlim assumirá controle do país. Mais arrocho, ataque à direitos sociais e privatização em benefício do grande capital, principalmente o alemão.

Troica impõe aperto extra de 13,5 bilhões de euros à Grécia
Monitor Mercantil - 31/10/2012 

O governo da Grécia aceitou a exigência da tróica - Banco Central Europeu (BCE), Fundo Monetário Internacional (FMI) e Comissão Européia - para cortar mais 13,5 bilhões de euros das suas contas. A medida deverá afetar os salários já congelados, impactando em mais redução e a suspensão do auxilio-desemprego. O primeiro-ministro da Grécia, Antonis Samaras, anunciou o acordo.

Os três credores exigiram, por exemplo, ampliar a semana de trabalho para seis dias, eliminar a possibilidade de reajuste salariais por antiguidade e manter o congelamento salarial até que a taxa de desemprego caia a pelo menos 10%.


O governo grego foi obrigado a adotar o novo pacote de medidas de arrocho fiscal para obter a liberação de 31,5 milhões de euros. "Hoje (quarta-feira) concluímos o acordo sobre as medidas e o Orçamento", disse Samaras. "Agora o acordo é de responsabilidade das partes e de cada deputado", destacou.

"Se aprovarmos esse acordo e a votação do Orçamento, a Grécia permanecerá na Zona do Euro", concluiu Samaras.


Berlim assumirá controle do país. Prorrogação, terceiro pacote e tecnocratas estrangeiros
Petros Panayotídis

Atenas - O Governo da Grécia terá prorrogação de dois anos para atingir suas metas fiscais, será concedido novo pacote de ajuda econômica totalizando 18 bilhões de euros e, adicionalmente, um grupo de tecnocratas estrangeiros assumirá a supervisão da execução do novo programa.

Esta nova evolução foi decidida pelo governo de Berlim e, eventualmente, poderá ser submetida à aprovação do Eurogroup, composto pelos ministros das Finanças dos países-integrantes da Zona do Euro, em sua próxima reunião do dia 12 do mês que vem, mas deverá receber, também, a aprovação do Parlamento Federal da Alemanha.

Klaus-Peter Wilsch, membro do Partido Democrata-Cristão alemão, fez menção à "grande chiadeira" de seus colegas de partido por causa da "generosidade" do governo alemão para com a Grécia. O Governo da Alemanha exige a "obrigatória" contratação de tecnocratas estrangeiros para ajudar a cobrança de impostos, combater a corrupção e promover a privatização dos ativos do Estado.

Anotem que as medidas de imposição de controle estrangeiro na tomada de decisões que dizem respeito ao orçamento da Grécia serão mais severas em relação ao passado. Ainda, está prevista a automática e horizontal redução dos gastos públicos.

Promessa de menos arrocho
Além da contratação de tecnocratas estrangeiros, na página que tem como título "Crescentes mecanismos de governança e controle" do novo plano - a qual constituirá parte das conversações em Bruxelas - consta também a transferência de quaisquer superávits do orçamento da Grécia para uma "conta de administração" (trust account) a qual será controlada internacionalmente e a qual será utilizada para o pagamento da dívida da Grécia.

"É um plano duro, mas realista", declarou uma alta autoridade da Zona do Euro, participante nas negociações, que exigiu anonimato. Entre os planos dos planos (vários) que serão formalizados aqui, em Atenas, nota-se um à parte, que define: "A prorrogação de dois anos é concedida para ser desacelerado o ritmo das medidas de severa frugalidade". Ao invés de reduções de 3% do Produto Interno Bruto (PIB) a cada ano, os novos planos preveem revisão exigindo medidas de frugalidade de 1,5% do PIB.

Nenhum comentário:

Postar um comentário