quinta-feira, 26 de julho de 2012

Greve do IBGE no Rio impede divulgação da taxa de desemprego


Greve dos servidores, que acontece há cerca de um mês, não permitiu a divulgação da taxa nacional. Pesquisa será divulgada de maneira completa "em data ainda não definida"
Agência Brasil
A greve dos servidores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no Rio de Janeiro impediu a divulgação da taxa nacional de desemprego de junho, prevista para esta quinta-feira. Sem os dados do Rio de Janeiro, o instituto informou apenas as taxas das demais regiões metropolitanas incluídas na Pesquisa Mensal de Emprego.

Em Belo Horizonte, a taxa caiu de 5,1% em maio para 4,5% junho. Em Porto Alegre, de 4,5% para 4%. Em Salvador, de 8% para 7,9%. No Recife, subiu de 5,9% para 6,3% e, em São Paulo, de 6,2% para 6,5%.

O IBGE informou que, embora os resultados de desocupação da região (segunda mais importante do estudo depois de São Paulo) tenham sido coletados, não houve profissionais para analisá-los. A pesquisa será divulgada de maneira completa “em data ainda não definida”.

Os servidores do IBGE no Rio entraram em greve há cerca de um mês e não há previsão de término da paralisação, o que pode prejudicar futuras divulgações de pesquisas realizadas pelo órgão.


quarta-feira, 25 de julho de 2012

GM reabre fábrica, mas a ameaça de demissões em massa continua

GM reabre fábrica, mas a ameaça de demissões em massa continua

Após locaute, multinacional reabre fábrica em São José dos Campos (SP), mas continua ameaçando demitir 1500 operários


DA REDAÇÃO - Jornal Opinião Socialista


Assembleia de metalúrgicos em São José dos Campos (SP)

• Após ter fechado a fábrica de São José dos Campos (SP) nesse dia 24 de julho, a General Motors retomou a produção nesse dia 25. A ameaça de demissão dos 1500 trabalhadores do setor do MVA (Montagem de Veículos Automotores), porém, continua.

Havia dúvidas se a montadora utilizaria o locaute (paralisação patronal) para já encerrar as atividades e demitir os operários ou se era apenas uma manobra para dificultar a mobilização dos trabalhadores, já que um ato contra as demissões estava programado para o dia. A ampla e negativa repercussão do fechamento da unidade pela própria empresa, porém, pode ter pesado na decisão pela reabertura. O locaute é proibido por lei no Brasil.

Mobilização
Nos dias anteriores ao locaute, corria a informação no interior da fábrica de que a multinacional norte-americana realizaria as demissões em massa por telegrama até o próximo final de semana, aumentando ainda mais o clima de apreensão dos funcionários. Na madrugada do dia 24, a empresa dispensou os funcionários antes mesmo do final do turno. Após a saída dos empregados, trancou os portões e reforçou a segurança, que contou com viaturas da Polícia Militar.

segunda-feira, 23 de julho de 2012

BNDES ajuda na desnacionalização às custas do dinheiro do contribuinte


Modelo multinacional
Monitor Mercantil, 10/07/2012

A concessão de empréstimo de R$ 342 milhões para a Volkswagen mostra que o BNDES deve confirmar, em 2012, a preferência por empréstimos às multinacionais. Estas, pressionadas em suas matrizes pela crise econômica e com o mercado financeiro internacional cada vez mais fechado, recorrem ao banco oficial, com taxas mais baixas que as (estratosféricas) do mercado, recursos sem nenhuma contrapartida, como manter empregos ou aumentar as exportações.

Em 2011, foram liberados financiamentos para a área industrial, de valor igual ou acima de R$ 400 milhões, que somaram R$ 13,6 bilhões. As multinacionais abocanharam R$ 8,28 bilhões, ou 60% do total. Somente a Vivo levou mais de R$ 3 bilhões.

Desnacionalização
O BNDES, sediado no Rio de Janeiro, já foi chamado de Recreio dos Bandeirantes, pela fartura de empréstimos às grandes empresas paulistas, na época do milagre, até a Constituição de 1988, que equiparou a empresa nacional à estrangeira - principal alegação do banco de fomento para justificar os empréstimos elevados ás multis.. Quem poderia dizer, naquela época, que era feliz e não sabia.

sábado, 21 de julho de 2012

90 anos do livro "Da NEP ao Socialismo"

Almir Cezar Filho

Em 2012 completa-se 90 anos de um clássico econômico marxista, em 1922 publicava-se o livro "Da NEP ao Socialismo: uma visão do futuro da Rússia e Europa" (em russo: Ot NEP'a k sotsializmu: Vzgliad v budushchee Rossii i Evropy) do economista soviético Evgene Preobrazhensky, sendo uma das contribuições mais significativas à Economia Política e aos problemas do planejamento e desenvolvimento econômico. É uma análise da economia soviética da Nova Política Econômica (NEP, em russo), escrita sob a forma de futurologia, apontando as perspectivas de desenvolvimento em uma hipotética transição ao socialismo a cinco décadas no futuro. Este livro, escrito em meio a recém adoção da NEP em 1921, analisa os "prováveis" perigos inerentes desse processo histórico.

Preobrazhensky  foi um proeminente economista bolchevique e apoiou no período crítico da luta de León Trotsky ao longo da década de 1920 contra a degeneração burocrática da URSS, co-liderando a Oposição de Esquerda no Partido Comunista da URSS, agrupamento que dará origem  na década seguinte a Quarta Internacional e o movimento trotskista mundial. É considerado o pai do planejamento socialista e um dos primeiros autores marxistas a pensar o tema específico do desenvolvimento econômico e da transição ao socialismo.

O autor tenta nesta obra algo inusitado para um economista ou mesmo um marxista, uma espécie de "utopia retrospetiva", ou uma "anti-história", como o classifica Pierre Naville no "Prólogo" da edição francesa de junho de 1966. Escrita em 1921, momento em que entra em curso a NEP, imaginava que uns cinquenta anos mais tarde, um economista da URSS do futuro explicaria a um fictício auditório, e sob forma de conferências, como "conseguiu" a Europa toda chegar a realidade do socialismo, a partir do ponto histórico da adoção da NEP pela URSS. Esse procedimento, tão inabitual, permitiu um exame do caráter e das tendências, e das possíveis manifestações futuras, das relações econômicas e sociais da URSS e do processo revolucionário na Europa.

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Dependência e desemprego: as recentes demissões na GM de S. José dos Campos

Dependente
Fatos & Comentários, Jornal Monitor Mercantil, 16/07/2012

A General Motors está optando por importar do México, do Mercosul e até da Coréia carros que poderiam ser fabricados no Brasil, afirma o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, onde começou nesta segunda-feira greve contra demissões. A afirmação do sindicato ilustra o modelo de desenvolvimento brasileiro, especialmente no setor automobilístico. 

Apesar de caminhar para ser o terceiro maior mercado de automóveis do mundo, o Brasil não tem uma única marca nacional, deixando a produção ao sabor das decisões tomadas pelas multinacionais em suas matrizes.

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Servidores Públicos Federais vão sacudir Brasília nesta quarta feira!


Paulo Barela, da Secretaria Executiva Nacional da CSP Conlutas

Diversas caravanas já saíram  de seus estados para participar da Marcha a Brasilia neste dia 18 de julho, dia Nacional de Luta do Servidores Públicos, em greve. Serão milhares de trabalhadores na capital federal, já que outros setores da classe trabalhadora se incorporarão à marcha nacional, assim como os estudantes, que também estão em greve nacional.

Todas as entidades filiadas à CSP-Conlutas devem divulgar esse dia de mobilização em suas páginas na internet, redes sociais e materiais impressos. Vamos fortalecer e fazer ecoar esse dia de luta!

Esta semana vai completar um mês da deflagração da greve unificada dos servidores federais e quase dois meses desde o início da greve dos docentes nas universidades federais. O movimento conta também com o apoio da juventude estudantil, que está em greve contra a precarização e as péssimas condições nas universidades, fruto da política desastrada do Reuni. Essa política, imposta pelo ex-ministro, Fernando Haddad, em nada melhorou as condições das universidades brasileiras, mas este, com a maior cara-de-pau, é hoje candidato à prefeito em São Paulo, pelo PT.

sábado, 14 de julho de 2012

Depois da queda dos juros, agora é preciso controle de capitais, se não é crise nas contas externas


Déficits das contas externas e desvalorização do real são sinais de fuga de capital



Almir Cezar
Numa sinalização do que pode representar o agravamento da crise européia, as saídas de dólares no Brasil superaram as entradas em maio segundo o Banco Central (BC). A conta de transações correntes, que registra as compras e vendas de mercadorias e serviços, registrou déficit na conta financeira em abril e é o maior resultado para esse mês. Com isso, o saldo cambial do período ficou negativo, que de certa maneira se configura uma possível fuga de capitais, resultando inclusive na recente alta da cotação do dólar. Nesse quadro, o governo vai ter de se preparar para, antes que as reservas virem pó, controlar o movimento de capitais. Assim, o Governo Dilma terá que se enfrentar com outro tabu da ortodoxia macroeconômica brasileira, o controle de capitais, sob o risco de fazê-lo obrigado após um colapso cambial.

Os números mostram tendência de redução dessas remessas. A conta de transações correntes, que registra as compras e vendas de mercadorias e serviços, registrou déficit de US$ 5,403 bilhões, em abril, informou o Banco Central. É o maior resultado para o mês já registrado pelo BC. O valor ficou um pouco acima do esperado pelo Banco Central, que era US$ 5,2 bilhões. O déficit também foi maior do que o registrado em abril de 2011 (US$ 3,598 bilhões).

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Em ato no Ministério dos Esportes servidores criticam prioridade do Governo à Copa



Servidores públicos federais de Brasília em greve fizeram nesta quinta-feira (12/07) uma manifestação na porta do Ministério dos Esportes na Esplanada dos Ministérios. 

O protesto expôs a contradição do governo federal, que vai investir no mínimo R$28 bilhões na Copa do Mundo e ao mesmo tempo diz que não tem dinheiro para serviços essenciais, como saúde, educação e reforma agrária, muito menos para atender as reivindicações salariais dos servidores. E boa parte dos gastos da Copa do Mundo são obscuros, com suspeitas de superfaturamento. 

Os manifestantes fizeram uma série de questionamentos: "Um evento que vai durar duas semanas é mais importante que hospitais e escolas?" "O que os brasileiros ganham, já que os ingressos são caros e todo mundo vai ver o jogo de casa?" Enquanto essas perguntas não são respondidas, os servidores esperam o governo negociar as reivindicações da greve, que em alguns lugares já dura quase dois meses. 

Participaram do protesto professores das universidades federais, servidores do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Incra, Arquivo Nacional, Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), institutos federais, entre outros. Estiveram presentes ainda representantes regionais da CSP-Conlutas, da coordenação da articulação dos comitês popular da Copa, dos comandos de greve do Ministério da Justiça e da Funai.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Qualidade do emprego no Brasil ainda é ruim, apesar do desemprego em baixa




Alta rotatividade e a terceirização elevada contribuem para o fenômeno, diz economista


Jornal do Brasil  | Carolina Mazzi
Os índices de desemprego recorde do Brasil escondem uma realidade muito mais dura: a baixa qualidade do emprego. Leis trabalhistas frágeis e a alta rotatividade acabam deixando o trabalhador desprotegido, afirma o economista José Dari Krein, do Centro de Estudos Sociais e de Economia do Trabalho da Universidade Estadual de Campinas (Ceset/Unicamp). "A terceirização elevada também contribui para o fenômeno", acrescenta. 
As leis trabalhistas brasileiras são flexíveis demais, aponta o especialista. “No Brasil, pode-se demitir sem nenhuma justificativa, o que é impensável em países europeus, por exemplo”.
O problema contribui para os altos níveis de rotatividade no país. Os últimos resultados disponíveis pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) mostram que o nível chega a 53,8%. Isto significa que a cada 100 contratados, mais de 50 saem do emprego em menos de um ano.
"Os números representam um sério problema que afeta o funcionamento do mercado de trabalho. E para os trabalhadores, representa insegurança”, diz o relatório. Krein acredita que é preciso uma mudança na CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas) para que as relações trabalhistas se tornem mais "fortes".

terça-feira, 10 de julho de 2012

Governo opta pelos banqueiros, empresários e latifundiários em detrimento servidor






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Enquanto que para os servidores públicos a política é de total arrocho salarial, para os empresários, banqueiros e latifundiários, a política do Governo Dilma e a de isenção fiscal e desoneração da folha de pagamento. Além disso, a submissão do governo ao mercado financeiro compromete quase metade do Orçamento da União para o pagamento de juros e serviços da dívida pública, em detrimento da valorização do serviço público necessário todo o povo brasileiro.

Dados do próprio governo demonstram a queda expressiva nos gastos com pessoal em relação ao aumento crescente dos valores destinados ao pagamento da dívida pública. Segundo a Secretaria do Tesouro Nacional (SIAFI), em 1995 o governo destinava R$ 112 bilhões para o pagamento da dívida. Em 2011, esse valou subiu para R$ 708 bilhões (QUADRO). Este ano, até 30 de junho, já foram gastos R$ 383 bilhões do Orçamento da União com o pagamento da dívida. 

A Fabricação do Consenso - Parte 1

segunda-feira, 9 de julho de 2012

As reivindicações dos servidores são plenamente exequíveis. Não ao Terrorismo contra os Servidores


 As reivindicações dos servidores são plenamente exequíveis

Não ao Terrorismo contra os Servidores


Maria Lucia Fattorelli

3/7/2012

Milhões de servidores públicos pertencentes a dezenas de diferentes categorias profissionais se encontram em movimento grevista há semanas. O salário já está congelado há alguns anos: sequer a reposição inflacionária tem sido paga. E o governo federal não admite a necessidade de rever essa injustiça, fazendo um verdadeiro terrorismo contra os servidores perante a opinião pública.


A manchete de capa do Jornal Valor Econômico de hoje repercute dados divulgados pelo governo, segundo os quais todas as reivindicações dos servidores custariam R$ 92,2 bilhões por ano, o que corresponderia a um aumento de 50% em relação à previsão de R$ 187,6 bilhões em gastos com pessoal para este ano, chegando-se a R$ 279,8 bilhões.



Considerando que a Receita Corrente Líquida do governo federal estimada para 2012 é de R$ 689,3 bilhões (Relatório Resumido da Execução Orçamentária do Tesouro Nacional, de maio de 2012 – página 38), caso atendidas as reivindicações dos servidores, o valor divulgado pelo governo – de R$ 279,8 bilhões – corresponderia a 40,6% da RCL, percentual bem menor que o observado em 1995, no  início do período FHC, de 56,2%.

domingo, 8 de julho de 2012

Servidores do MDA e Incra estão greve nacional e lançam documento de denúncia durante o Rio+20


Almir Cezar*

O MDA  (Ministério do Desenvolvimento Agrário) e Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) estão em greve nacional desde segunda-feira dia 18/06, em adesão a greve geral dos servidores públicos federais (SPFs) convocada pela Condsef (Confederação Nacional dos Servidores Federais) e 30 outros sindicatos nacionais e centrais sindicais que compõe o Fórum Nacional de Entidades dos SPFs. A greve já em seu início contou com adesão de mais da metade dos estados, e o restante deliberou em seguida entrar em greve ainda naquela semana ou a partir do início da seguinte. 


E ainda, as associações nacionais dos três segmentos dos servidores federais da área agrária lançaram carta pública durante o Rio+20 em que denunciam que o sucateamento dos órgãos agrários ameaça a soberania ambiental, territorial e alimentar brasileira e que é preciso uma forte alteração na estrutura fundiária brasileira e nas políticas que interferem para combater os prejuízos ambientais resultantes do agronegócio e que possa desenvolver as condições para a hegemonia da agricultura ecológica no campo brasileiro.

As três entidades associativas dos servidores federais agrários constroem a greve
Os servidores federais da área agrária são da base sindical da Condsef, e nos estados são ligados aos sindicatos estaduais de servidores públicos federais (os Sindsef´s e similares), porém, no dia-dia, há 3 entidades associativas nacionais representando as três carreiras da área agrária federal: uma coordenando os servidores do MDA, a Assemda - Associação Nacional dos Servidores do Ministério do Desenvolvimento Agrário; uma coordenando os analistas e técnicos do Incra, a Cnasi - Confederação Nacional das Associações dos Servidores do Incra, que agrupa 3 dezenas de associações regionais; e uma coordenando os engenheiros agrônomos do Incra, a Assinagro - Associação Nacional dos Engenheiros Agrônomos do Incra. As três desde o início do ano vêm realizando uma processo de condução unitária da campanha salarial, pela primeira vez na História, inclusive no âmbito do próprio Incra. Assim as três vêm realizando atos, atividades, paralisações e mobilizações conjuntas, até apresentando documentos comuns ao Governo, incluindo um plano de carreira e tabela salarial única para as três carreiras.

sábado, 7 de julho de 2012

100.000 visualizações

Queridos amigas e amigos leitores do blog. Atingimos mais de 100.000 visualizações.
Agradecemos aos leitores regulares e esperamos seguir debatendo as questões dos limites e mudanças da sociedade capitalista contemporânea.

Abraços a todos

Depois da queda dos juros, agora é preciso controle de capitais, se não é crise nas contas externas

Déficits e desvalorização do real no mês de maio são sinais de fuga de capital

Almir Cezar

Numa sinalização do que pode representar o agravamento da crise européia, as saídas de dólares no Brasil superaram as entradas em maio segundo o Banco Central (BC). A conta de transações correntes, que registra as compras e vendas de mercadorias e serviços, registrou déficit na conta financeira em abril e é o maior resultado para esse mês. Com isso, o saldo cambial do período ficou negativo, que de certa maneira se configura uma possível fuga de capitais, resultando na recente alta da cotação do dólar. Nesse quadro, o governo vai ter de se preparar para, antes que as reservas virem pó, controlar o movimento de capitais. Assim, o Governo Dilma terá que enfrentar com outro tabu da ortodoxia macroeconômica brasileira, o controle de capitais, sob o risco de fazê-lo obrigado após um colapso cambial.

Os números mostram tendência de redução dessas remessas. A conta de transações correntes, que registra as compras e vendas de mercadorias e serviços, registrou déficit de US$ 5,403 bilhões, em abril, informou hoje o Banco Central. É o maior resultado para o mês já registrado pelo BC. O valor ficou um pouco acima do esperado pelo Banco Central, que era US$ 5,2 bilhões. O déficit também foi maior do que o registrado em abril de 2011 (US$ 3,598 bilhões).

sexta-feira, 6 de julho de 2012

18 anos do Plano Real


Fatos e Comentários | Monitor  Mercantil, 05/07/2012

Sacrifício
Para o coordenador do Grupo de Análises e Previsões do Instituto de Política Econômica Aplicada (Ipea), Roberto Messenberg, o Plano Real, que acaba de completar 18 anos, sempre tendeu à valorização cambial e à privilegiar o setor de serviços. "Isto pressiona o custo da produção e a produtividade patina. A estratégia, com a vulnerabilidade do balanço de pagamentos, era não abalar a confiança externa para evitar uma crise cambial que desestruturaria o orçamento público (dívida) e os preços (inflação). Por conta disso, o crescimento foi sacrificado", analisa.

Quase
No entanto, Messenberg destaca que o quadro de "passivo externo líquido em trajetória de bola de neve", que mantinha a economia presa à dinâmica externa e secava as fontes de financiamento, não existe mais. "A desvalorização cambial do início do Governo Lula favoreceu as exportações e, consequentemente, o balanço de pagamentos. Isso nos deu maior credibilidade quanto ao pagamento do passivo externo líquido. Também a elevação do preços das commodities tornou o balanço de pagamentos até superavitário por um tempo. Mas houve atração de capitais e o câmbio voltou a valorizar", lembrou.

Sem horizonte
Agora, os ciclos de valorização das commodities, que vinham ajudando a puxar o investimento, e o consumo turbinado pelo crédito e transferência de renda está esgotado. "O aumento da inadimplência fez o consumo baseado no crédito desacelerar. Foi um esgotamento natural, que influencia negativamente o investimento. Por isso, o investimento público passou a ser a tábua de salvação", argumenta, lamentando que o governo esteja indo na direção contrária. "O superávit primário continua sendo a fadinha da confiança externa. Por isso estamos privilegiando o curto prazo com políticas localizadas que não levam a um crescimento planejado. A política econômica se transformou num emaranhado de medidas desconexas e pontuais. A estratégia ficou de lado", resumiu.

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Produção industrial tem nova queda e rebaixa ainda mais expectativa do PIB

Produção industrial tem nova queda e rebaixa ainda mais expectativa do PIB 

Governo Dilma já deu R$ 102 bilhões à indústria em incentivos, enquanto setor demite


DIEGO CRUZ
da redação
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Setor automotivo puxou queda

• A divulgação da produção industrial de maio, realizado nesse dia 3 pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), acendeu a luz amarela no governo. No primeiro mês da implementação de uma nova rodada de desoneração à indústria, esses números estavam sendo aguardados com expectativa. E pelo jeito, as ações de “estímulo” do governo Dilma ao setor não foram suficientes para conter a freada. Em maio, a produção industrial caiu 0,9% em relação a abril, nona queda consecutiva, acumulando retração de 3,4% só este ano.

Em relação a maio de 2011, a queda acumulada foi 4,3%, a pior desde setembro de 2009, quando o país enfrentava os efeitos da crise econômica internacional. A indústria automotiva puxou os resultados negativos, despencando 5,3% nesses 12 meses. O setor de alimentos, que vinha em uma dinâmica de crescimento, caiu 3,4% no mês. Já a produção de bens de capital (máquinas e equipamentos) caiu 1,8% em maio em relação a abril e 12,2% ao longo do ano. Isso indica uma redução nos investimentos da indústria e mais resultados negativos à frente.

Tal quadro jogou ainda mais sombra no resultado do PIB do país em 2012, com analistas de mercado vislumbrando uma quase estagnação, com expansão de apenas 1% a 2%. Só o governo ainda aposta ainda num crescimento de 3,5%. É o resultado, na indústria, da redução dos investimentos no último período, reflexo da crise que ainda castiga os EUA e se aprofunda cada vez mais na Europa.

terça-feira, 3 de julho de 2012

Servidores públicos não chegam a 6% da população no Brasil


Servidores públicos não chegam a 6% da população no Brasil (30/03/2009 – 12:35)
img_comunicado19  Estado brasileiro é menor que nos EUA, Espanha, Alemanha, França, Suécia, Argentina, Uruguai e Paraguai
Novo levantamento do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) aponta que a participação do emprego público é pequena no Brasil. O percentual de servidores entre o total de ocupados não chega a 11% e não chega a 6% se comparado a toda a população.

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Greve no IBGE deixa economistas desorientados

Pelo visto nos encaminhamos para uma Greve Geral dos servidores públicos federais no Brasil.


Economistas desorientados


A greve dos servidores do IBGE já ameaça a publicação de alguns dos principais índices econômicos do país a partir da semana que vem. O comando de greve assegura que estão paradas as coletas de dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD), da Pesquisa Mensal de Emprego (PME) e do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).