quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Indústria revê crescimento para baixo e diz que é preciso ampliar investimento

por Almir Cezar

Até a burguesia industrial reconhece que a taxa de investimento é baixa, percentualmente à demanda agregada na economia brasileira, e que apesar da crise mundial, a taxa de crescimento do PIB revista para 2011 (caiu de 3,4 para 2,8%) estaria "aquém da média mundial", de 4%. A elevação da taxa de investimentos no Brasil para que o país possa alcançar o crescimento de 5% do Produto Interno Bruto (PIB) almejado pelo governo.

Para a CNI (Confederação Nacional da Indústria) seria necessário um aumento de pelo menos 24% na taxa de investimento para a economia brasileira alcançar o crescimento necessário alcançar o crescimento de 5% do Produto Interno Bruto (PIB). A questão é que a acumulação de capitais no Brasil é drenada pelos juros e pela remessa ao exterior, e não no re-investimento - o que a CNI não diz, mas dizemos aqui no blog.

CNI divulga balanço da economia em 2011 e perspectivas para 2012

14/12/2011 - Da Agência Brasil
Brasília - A Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulga hoje (14) o Informe Conjuntural Especial – Economia Brasileira. O estudo revela as expectativas da indústria para a economia em 2012 e faz o balanço de 2011.
Entre outros indicadores, o documento contém as projeções para o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB), do PIB industrial, do consumo, dos investimentos e do emprego. Também traz previsões para as exportações, as importações, os juros, o câmbio e a inflação.
O Informe Conjuntural Especial será apresentado às 12h, durante entrevista coletiva do presidente da CNI, Robson Andrade. Depois da entrevista, Andrade receberá os jornalistas para um almoço de fim de ano.
Edição: Graça Adjuto

Projeção da CNI para crescimento da economia este ano cai de 3,4% para 2,8%

14/12/2011 - 12h59 - Daniel Lima - Repórter da Agência Brasil
Brasília - A Confederação Nacional da Indústria (CNI) revisou de 3,4% para 2,8% a projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2011. O resultado “está aquém da média mundial”, que deverá ficar em 4%, e distante da média de expansão do PIB das economias emergentes, 6,4%. Para 2012, a projeção da confederação é que a economia cresça 3%.
A estimativa de expansão do PIB industrial passou de 2,2% para 1,8%, este ano. A expectativa para 2012 é que haja um crescimento de 2,3%. Entre os motivos para a reestimativa, informou a CNI, estão os novos desdobramentos da crise mundial, “com impactos da desaceleração da economia global no Brasil”. De acordo com a entidade, a menor atividade econômica da indústria limitou a expansão do PIB em 2011 e, dessa forma, o cenário será de baixo crescimento em 2012.
A confederação também reduziu a projeção para a expansão do consumo das famílias, um dos mecanismos do governo para equilibrar a economia. Na nova estimativa, o indicador passou de 4,5% para 4,2% neste ano. Em 2012, a estimativa é que caia para 4%. A taxa de desemprego, na perspectiva da CNI, ficará praticamente estável, passando de 6%, em 2011, para 5,8, em 2012.
A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) cairá, nas projeções da CNI, de 6,5%, em 2011, para 5,2%, no ano que vem. A taxa de juros nominal deve diminuir de 11%, este ano, para 10%, ao final de 2012. Já a taxa real de juros [descontada a inflação pelo IPCA], passaria de 4,8% para 4,4% no período.
Pelas projeções da CNI, o déficit público nominal em proporção do PIB será reduzido de 2,75% para 2,6% até o final de 2012 e o superávito primário, de 3,25% para 3%. Outra redução prevista no período é a da dívida pública líquida, com queda de 39,1% para 38,6% em relação ao PIB.
O câmbio foi estimado em R$ 1,80, ao final de 2012, ante R$ 1,67 de 2011. No caso das exportações, a projeção da CNI neste ano ficou em US$ 253,9 bilhões e, para 2012, em US$ 275,4 bilhões. Já as importações crescerão de US$ 225,1 bilhões para US$ 254,6 bilhões na mesma comparação. Com isso, o saldo comercial brasileiro deve cair de US$ 28,8 bilhões, em 2011, para US$ 20,8 bilhões, ao final de 2012. Dessa forma, o saldo em conta-corrente, um dos principais indicadores das contas externas brasileiras, deve registrar déficit de US$ 56 bilhões, em 2012, ante os US$ 50 bilhões de 2011.
Edição: Juliana Andrade


CNI defende elevação da taxa de investimento para que país alcance crescimento de 5% do PIB
14/12/2011 - Daniel Lima - Repórter da Agência Brasil
Brasília – O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, defendeu hoje (14) a elevação da taxa de investimentos no Brasil para que o país possa alcançar o crescimento de 5% do Produto Interno Bruto (PIB) almejado pelo governo. Segundo ele, seria necessário um aumento de pelo menos 24% na taxa de investimento para a economia brasileira alcançar o crescimento necessário.
Robson Andrade ressaltou que é preciso dar atenção à massa de novos trabalhadores que entrará no mercado de trabalho nos próximos anos. Para ele, só com novos investimentos será possível suprir essa demanda na economia brasileira. “É preciso que tenhamos esses investimentos, principalmente em infraestrutura, onde há  deficiência. Precisamos reduzir os gargalos. Também nossos portos e rodovias têm custos elevados.”

Para 2012, o presidente da CNI vislumbra um cenário um pouco melhor do que o de 2011, apesar da crise econômica internacional. A CNI revisou de 3,4% para 2,8% a projeção do PIB em 2011 e projetou crescimento de 3% em 2012. Nas estimativas da instituição, o crescimento do PIB da indústria também será baixo este ano, 1,8%, subindo para 2,3% em 2012. “O que estamos vendo é que o cenário deve melhorar um pouco. Mas [o crescimento] é baixo, porque a indústria poderia crescer mais."

Andrade apontou os prejuízos causados à economia do país pela elevada carga tributária e pelos custos trabalhistas. Segundo ele, embora o salário do trabalhador tenha crescido, esses custos continuam altos, resultando em prejuízos para o crescimento da economia. “Não sou contra o salário do trabalhador. Sou contra os altos encargos que a indústria paga”, disse ele.
Entre os vários problemas do setor, Andrade destacou ainda a concorrência dos produtos brasileiros com os importados, que deverá se acirrar com a queda da demanda nos Estados Unidos e na Europa por causa da crise. Para ele, a indústria asiática, com a redução da demanda nesses mercados, deverá destinar cada vez mais seus produtos para o Brasil.
Edição: Nádia Franco

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