quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Remessas causam rombo externo recorde

Remessas de lucros e dividendos pressionam contas externas, reconhece BC. Até agosto multis tiraram US$26 bi do Brasil e devem levar mais 12. É o pior resultado da série histórica desde 1947.

Remessas causam rombo externo recorde
Monitor Mercantil, 23/09/2011

ATÉ AGOSTO, MULTIS TIRARAM US$ 26 BI DO PAÍS E DEVEM LEVAR MAIS US$ 12 BI


O déficit das transações (comércio e serviços) do Brasil com o exterior chegou a US$ 4,862 bilhões, em agosto. É o pior resultado para o período desde o início da série histórica do Banco Central (BC), em 1947. No mesmo mês de 2010, o déficit ficara em US$ 2,975 bilhões. Para este ano, a previsão do BC era de US$ 3,2 bilhões.

Segundo o chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, o crescimento do rombo deveu-se ao aumento das remessas de lucros e dividendos de empresas no Brasil para o exterior.



Em agosto, o Brasil amargou o maior déficit para esse mês: US$ 5,109 bilhões. Em setembro, até o dia 23, as remessas desaceleraram, mas já somam US$ 1,023 bilhão. De janeiro a agosto, a sangria provocada por remessas de lucros e dividendos chega a US$ 25,699 bilhões, o maior rombo da série do BC.

Para o ano, o BC revisou a projeção para as remessas de lucros e dividendos de US$ 37 bilhões para US$ 38 bilhões. A conta de rendas (remessas de lucros e dividendos, salários e juros) ficou negativa em US$ 5,526 bilhões e acumulou US$ 30,958 bilhões nos oito meses do ano.

Já a conta de serviços (viagens internacionais, transportes, aluguel de equipamentos e outros) registrou déficit de US$ 3,440 bilhões mês passado e de US$ 24,772 bilhões de janeiro a agosto.

A previsão do BC para o déficit na balança de serviços ficou em US$ 39,7 bilhões. E para a de rendas chegou a US$ 46,3 bilhões. A projeção anterior para as duas contas somadas era de déficit de US$ 83 bilhões, este ano.

Em agosto, o superávit comercial (exportações menos importações) ficou em US$ 3,874 bilhões. Nos oito primeiros meses do ano, o saldo somou US$ 33,784 bilhões, ante US$ 31,411 bilhões de igual período de 2010.

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