sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Mais sinais de reversão no ciclo no Brasil

Sinais de reversão no ciclo econômico no Brasil. Não é catastrofismo, nem impressionismo, muito menos é "chororô" da burguesia industrial em seus embates contra a mídia e a burguesia financeira, mas sim que há sinais evidentes de mudança ciclíca no cenário econômico como desacelaração da atividade da indústria, aumento da inadimplência das empresas, etc. Isso não significa em imediato uma recessão, ou mesmo um forte desaquecimento da economia, apenas mudança nas condições estruturais da dinâmica positiva.

A inflação em queda mas ainda relativamente alta, uma taxa de juros estratosférica, baixo crédito às empresas e consumidores e câmbio muito apreciado (dólar em baixa, favorecendo importações e prejudicando as exportações), atividade econômica internacional fraca (diminuindo as exportações e o crédito), combinados com mão-de-obra com grande procura (embora no Brasil sejam baixos, os salários estão com viés de alta, elevando os custos, porém sem o respectivo aumento da renda do trabalhador, que compensaria as perdas aos empresários através do aumento da demanda por produtos) e aperto fiscal do gasto público, são uma combinação contracionista sobre a atividade econômica em especial sobre a indústria.




Serasa: atividade econômica cresceu 0,7% no segundo trimestre
Monitor Mercantil,25/08/2011


O Indicador Serasa Experian de Atividade Econômica (PIB Mensal) caiu 0,1% em junho/11 na comparação com o mês imediatamente anterior (maio/11), já descontadas as influências sazonais. Com este resultado, o crescimento da atividade econômica durante o segundo trimestre de 2011 foi de 0,7% comparativamente ao verificado nos primeiros três meses do ano.

Em relação ao mesmo mês de 2010, o crescimento da atividade econômica foi de 2,6% em junho/11, acumulando elevação de 3,4% no primeiro semestre de 2011. Já nos últimos 12 meses encerrados em junho/11, houve expansão de 4,6% da atividade econômica.

Do ponto de vista da demanda agregada, o recuo de 0,1% exibido pela atividade econômica em junho/11 foi puxado pela queda de 0,3% na formação bruta de capital fixo e pela alta de 0,6% das importações de bens e serviços. Já na direção contrária, houve em junho/11 altas de 0,5% no consumo das famílias e de 0,2% no consumo do governo. Por sua vez, as exportações de bens e serviços cresceram 1,8% em junho/11.

Já pelo prisma da oferta agregada, a indústria caindo 1,4% acabou puxando para baixo o ritmo de atividade econômica agregado em junho/11. Também o setor agropecuário, recuando 0,2% em junho/11, contribui negativamente para a atividade econômica naquele mês. Somente o setor de serviços exibiu variação positiva em sua atividade no mês de junho/11 (alta de 0,4%).

A expansão de 0,7% da atividade econômica no segundo semestre de 2011, vindo de uma elevação de 1,3% nos três primeiros meses deste ano, confirma a trajetória de desaceleração do ritmo de crescimento da economia brasileira. Tal desaceleração é fruto das medidas de aperto fiscal e monetário introduzidas pelo governo, a partir do final de 2010, como forma de se combater a alta da inflação, argumentam os economistas da Serasa Experian.


Indústria cresce, mas em ritmo cada vez mais lento
Monitor Mercantil, 31/08/2011


Embora tenha voltado a crescer em julho, registrando expansão de 0,5% em relação ao mês anterior, a produção da indústria brasileira demonstra menor dinamismo. De acordo com o economista do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) André Macedo, o patamar da produção está 2% abaixo do nível recorde do setor, registrado em março desde ano.

"Julho foi um mês de aumento da produção, mas esse crescimento não foi suficiente para reverter a queda observada um mês antes (-1,2%). Esse resultado aponta um menor dinamismo na indústria, indica que o setor opera com menor intensidade."

De acordo com Macedo, esse cenário é reforçado pelas comparações com os dados de 2010. Em relação a julho do ano passado, houve queda de 0,3%. No período de janeiro a julho deste ano, a atividade acumula alta de 1,4%, menos intensa do que o resultado acumulado até junho, que foi 1,7%. O mesmo movimento foi observado em relação ao acumulado no período dos últimos 12 meses, que ficou em 2,9%. Esse é o resultado positivo menos intenso desde abril de 2010, quando a taxa ficou em 2,3%.

Inadimplência das empresas cresce 4,5% de junho para julho
Monitor Mercantil,30/08/2011


A inadimplência de pessoas jurídicas teve alta de 4,5% em julho na comparação com o mês anterior, de acordo com levantamento divulgado hoje pela consultoria Serasa Experian. Em relação a julho de 2010, houve aumento de 16,1%. Se considerado o acumulado de janeiro a julho de 2011, a alta chega a 13,6% em relação ao mesmo período do ano anterior.

O valor médio das dívidas, no acumulado de janeiro a julho de 2011, também teve elevação. Débitos não bancários, como pagamento a prestadoras de serviços e lojas em geral, apresentaram um crescimento de 0,3% em comparação a igual período do ano anterior, com valor médio de R$ 736,26. Dívidas com bancos tiveram alta de 6,9% e valor médio de R$ 5.059,40. Para títulos protestados, a elevação foi 7,7%, com valor médio de R$ 1.752,53. Os cheques sem fundos tiveram crescimento de 2,2% e valor médio de R$ 2.069,58.

Segundo economistas da Serasa, a política monetária restritiva, com aumento de juros para controle da inflação, é determinante para a inadimplência das pessoas jurídicas. Para eles, as empresas são prejudicadas pelo encarecimento do capital de giro e pela desaceleração da atividade econômica.
Agência Brasil

Alta dos juros elevou a 14% inadimplência
Monitor Mercantil, 30/08/2011

Empresas são atingidas por desaceleração da economia e capital de giro mais caro

A inadimplência de pessoas jurídicas cresceu 4,5% em julho na comparação com o mês anterior, de acordo com levantamento da consultoria Serasa Experian. Na comparação com julho de 2010, houve aumento de 16,1%.

No acumulado de janeiro a julho de 2011, a inadimplências das empresas já chega a 13,6% em relação ao mesmo período do ano anterior. As informações são da Agencia Brasil.

Segundo a Serasa, o aumento dos juros praticado pelo Banco Central foi determinante para a elevação da inadimplência das pessoas jurídicas. Para a Serasa, as empresas são prejudicadas pelo encarecimento do capital de giro e pela desaceleração da atividade econômica.

O valor médio das dívidas, no acumulado de janeiro a julho de 2011, também teve elevação. Débitos não bancários, como pagamento a prestadoras de serviços e lojas em geral, apresentaram crescimento de 0,3% em comparação a igual período do ano anterior, com valor médio de R$ 736,26.

O não pagamento de dívidas com bancos subiram 6,9% e valor médio de R$ 5.059,40. Para títulos protestados, a elevação somou 7,7%, com valor médio de R$ 1.752,53. Os cheques sem fundos tiveram crescimento de 2,2%, para o valor médio de R$ 2.069,58.

Confiança dos brasileiros cai em agosto, mostra pesquisa da CNI
Monitor Mercantil, 31/08/2011


Levantamento foi realizado de 11 a 15 de agosto a partir de pesquisa de opinião pública feita pelo Ibope com 2.002 pessoas em todo país

O otimismo do brasileiro caiu 1,1% em agosto ante julho. Na comparação com agosto de 2010, a queda foi ainda maior, de 6,1%. Os dados são do Índice Nacional de Expectativa do Consumidor (Inec) divulgado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) nesta quarta-feira, 31 de agosto. De acordo com a pesquisa, o otimismo do consumidor está cada vez mais distante dos índices registrados em 2010. Em julho, o Inec havia caído 3% em relação ao mesmo mês do ano anterior.

Segundo o economista da CNI Marcelo Azevedo, a confiança dos brasileiros no ano passado ficou muito elevada por causa da recuperação da economia brasileira dos efeitos da crise financeira internacional, que eclodiu em 2008.

- Alguns meses do ano passado, como o de agosto, registraram forte alta nas expectativas. Por isso, o forte recuo no Inec neste mês é natural - explica Azevedo.

Em agosto, a queda na confiança dos brasileiros em relação ao mesmo mês de 2010 ocorreu nos seis componentes do Inec: expectativas em relação à inflação, ao desemprego, à situação financeira, ao endividamento, à renda pessoal e às compras de bens de maior valor. As reduções mais acentuadas foram nos índices de inflação, que caiu 21%, e de desemprego, que diminuiu 10% neste mês na comparação com agosto de 2010. Esses dados mostram que as pessoas estão mais pessimistas com o aumento dos preços e do desemprego.

Segundo o estudo, a preocupação dos consumidores com o aumento da inflação nos próximos seis meses foi a principal razão para a queda na confiança. Neste mês, 69% dos entrevistados disseram acreditar que a inflação vai aumentar. Em julho esse percentual era de 61%. Na comparação de agosto com julho, o índice de inflação foi o que teve maior queda, indicando que cresceu a preocupação com o aumento dos preços. O indicador recuou 6,7% em agosto frente ao mês anterior.

Na questão do desemprego, apesar da queda na comparação com agosto de 2010, o índice ainda está muito acima da média histórica, o que confirma manutenção do otimismo em relação à abertura de vagas no mercado de trabalho.

- No ano passado, esse indicador ficou muito elevado porque a tendência era de melhora. Hoje as pessoas ainda acreditam que haverá crescimento nas vagas de trabalho, mas não esperam o crescimento elevado como em 2010 - explica Azevedo.

O otimismo em relação à situação financeira diminuiu 3,8% e sobre o endividamento caiu 5,7% em agosto na comparação com o mesmo mês do ano anterior. Em relação à evolução da própria renda, a queda do índice foi de 2,2%, e sobre as compras de bens de maior valor, o recuo foi de 0,2% no período.

As expectativas para os próximos seis meses sobre a evolução da própria renda, endividamento e situação financeira também pioraram em agosto frente a julho. O índice de evolução da renda pessoal caiu 1,4% e o de endividamento recuou 1,3% no período. Em relação à situação financeira, a queda foi de 0,9%. O índice de compras de bens de maior valor teve alta de 0,9% em agosto frente a julho.

O Inec foi realizado de 11 a 15 de agosto a partir de pesquisa de opinião pública feita pelo Ibope com 2.002 pessoas em todo país.

Previsão para o segundo semestre não é tão otimista
Monitor Mercantil,31/08/2011


O aumento de contratações de trabalhadores que normalmente ocorre no segundo semestre, levando a uma redução da taxa de desemprego, pode não seguir o mesmo ritmo dos anos anteriores, segundo a avaliação da economista Patrícia Costa, do Dieese. "Existe um ponto de interrogação", disse ela sobre o comportamento do mercado de trabalho.

Essa dúvida é justificada pelos resultados observados na Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) feita no período de maio a julho deste ano, em que os dados apontaram estabilidade na taxa de desemprego em um período quando é comum iniciar um processo de aumento de vagas em comparação aos meses anteriores do ano.

O menor desemprego em julho desde 90
Monitor Mercantil, 31/08/2011


A taxa de desemprego nos 39 municípios da região metropolitana de São Paulo atingiu, em julho, 11,1% da população economicamente ativa (PEA), o que indica estabilidade em relação a junho (11%). Mas, comparado às taxas do mesmo mês de anos anteriores, esse é o menor índice desde 1990 (11,9%). Os dados são da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), do Dieese e da Fundação Seade.

O número de desempregados na região metropolitana de São Paulo foi estimado em 1,199 milhão, 16 mil a mais do que no mês de junho. De acordo com a pesquisa, 45 mil pessoas entraram no mercado de trabalho, quantidade maior do que o saldo de postos gerados no período (29 mil).

As maiores chances de emprego ocorreram na indústria, setor que apresentou expansão de 2,7% no movimento de contratações, com a abertura de 44 mil vagas. O comércio foi o segundo maior empregador, com 33 mil postos de trabalho, 2,2% acima do registrado em junho. Juntos, esses dois setores compensaram o recuo de 0,8% constatado em serviços, com o corte de 42 mil empregos, e de 0,4% em outros setores com a eliminação de 6 mil empregos.


Desemprego e informalidade em queda
Monitor Mercantil, 01/09/2011


O emprego informal no país, em julho, absorveu 34,8% da população economicamente ativa (PEA), a menor taxa de informalidade desde 2002, quando o IBGE deu inicio à Pesquisa Mensal de Emprego (PME). A taxa de desemprego, que ficou em 6%, também é a menor da série histórica.

As constatações são do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que divulgou nesta quinta-feira o estudo sobre mercado de trabalho, conjuntura e análise, que traça um perfil do comportamento do mercado de trabalho no país no primeiro semestre deste ano, em comparação com 2010.

O estudo classifica como "bom" o desempenho do mercado de trabalho no primeiro semestre, com melhora "significativa" da maioria dos principais indicadores. A análise constata, em relação ao nível de atividade, "uma continuidade do crescimento da economia, porém em menor ritmo".

Para o técnico de Planejamento e Pesquisa do Ipea Carlos Henrique Leite há um aspecto preocupante detectado pelo estudo em relação à renda do trabalhador, que se manteve estável no período. "O rendimento do trabalhador ficou meio parado neste primeiro semestre, mas, embora esse valor esteja andando de lado, ou mesmo meio parado ao longo do primeiro semestre, ele ainda é maior do que o do primeiro semestre de 2010". As informações são da Agência Brasil.

Serasa: desaceleração do crédito às empresas avançará para o próximo ano
Monitor Mercanti, 01/09/2011


O Indicador Serasa Experian de Perspectiva do Crédito às Empresas recuou 0,5% em julho de 2011, a nona queda mensal consecutiva, atingindo o valor de 99,2. Como pela sua metodologia de construção, o indicador tem a propriedade de antever os movimentos cíclicos da concessão de crédito com seis meses de antecedência, estas sucessivas quedas mensais, colocando o indicador abaixo do nível 100, sinalizam que o crédito às empresas deverá continuar se desacelerando, não apenas no segundo semestre deste ano, mas também pelo início de 2012.

O atual momento de aperto das condições de crédito, o cenário de crescimento mais moderado da economia brasileira, especialmente durante o segundo semestre deste ano, e o agravamento do quadro conjuntural externo continuarão impactando negativamente o apetite por crédito das empresas, o qual tenderá a crescer mais lentamente ao longo dos próximos meses, observam os economistas da Serasa Experian.

Consumidores
O Indicador Serasa Experian de Perspectiva do Crédito ao Consumidor ficou estável em julho, mantendo o patamar de 100,5 após cinco altas consecutivas.

A manutenção deste indicador, já há alguns meses, ao redor do nível 100 sinaliza que o volume de concessão de crédito às pessoas físicas não deverá sofrer maiores impactos tendo em vista o agravamento do quadro conjuntural externo.

Todavia, se caracterizará por uma rota de expansão mais moderada, produzindo impactos neutros do ponto de vista da aceleração do crescimento econômico bem como da taxa de inflação, salientam os economistas da Serasa Experian.

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