quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Ameaça à independência

Ameaça à independência
Monitor Mercantil, 06/09/201
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Gonçalves: ‘desubstituição’ de importações

Desindustrialização empurra país para "desenvolvimento às avessas" pró-EUA


O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, enviou, pela secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, mensagem em homenagem ao Dia da Independência do Brasil, na qual aponta o país como exemplo de democracia e o local ideal para ampliar as relações de cooperação mútua. Obama, porém, tem mais razões para comemorar do que o Brasil. Nos últimos anos, os EUA saíram de déficit comercial de US$ 8 bilhões com o Brasil, para superávit de US$ 5 bilhões.

O economista Reinaldo Gonçalves, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), destaca que o aumento da dependência econômica do Brasil deve-se aos processos de desindustrialização e reprimarização da pauta de exportações. Ele avalia que o país vive um ciclo de "desubstituição" de importações.



"No Governo Lula o processo de desindustrialização é acompanhado pela "desubstituição" de importações. A contribuição negativa das importações para o PIB quadruplica, de 0,4 ponto, em 2002, para -1,2%, em 2010."

Para ele, o país vive um novo-desenvolvimentismo às avessas: "No mesmo período, a tarifa média aplicada (às importações de componentes para a indústria) cai de 10,9%, em 2002, para 9,2% em 2010."

E acrescenta que a fatia da indústria de transformação no PIB caiu de 18%, em 2002, para 16% em 2010. "A taxa média anual de crescimento do PIB real é de 4% no período 2003-2010. Nesse intervalo, o crescimento real do valor adicionado da mineração é 5,5%, da agropecuária é 3,2% e da indústria de transformação é 2,7%", compara.

"A participação do Brasil no valor adicionado da indústria de transformação mundial caiu de 2,5%, de 1990-1999, para 2,3%, em 2000-2007. Nesses períodos, a fatia do Brasil no PIB mundial fica estável, enquanto crescem as fatias dos setores de mineração e agropecuária do país nos respectivos valores adicionados destes setores em escala mundial. Em termos comparativos, a fronteira de produção do Brasil tem viés pró-mineração e pró-agropecuária e anti-indústria de transformação", resume.

3 comentários:

  1. Companheiro, fico me perguntando até que medida é uma desindustrialização. Pelo que tenho coletado de dados me parece muito mais uma desnacionalização através de aquisições/fusões e implantações de indústrias estrangeiras.

    Compara-se muito a queda do PIB Industrial (e no emprego industrial) em relação ao PIB Total em função de dois outros PIBs:
    a) o da agricultura
    b) o dos serviços
    Acho que não é bem assim. Mas é interessante discutir bem esse ponto.

    E depois ainda comparamos imagine com o que: CHINA!

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  2. Rafael,

    Dá uma lida no artigo "Desindustrialização relativa do Brasil, uma quarta etapa da industrialização nacional", justamente este vai de acordo com o que vc pensa, e ainda incluí outros aspectos dessa "desindustrialização relativa"

    http://limiaretransformacao.blogspot.com/2011/03/desindustrializacao-relativa-do-brasil.html

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  3. Perfeito Almir, vou dar uma lida!!!

    Fico grato mais uma vez pela atenção, companheiro! Grande abraço!

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