segunda-feira, 20 de junho de 2011

EUA se juntam a Grécia e Irlanda

A crise econômica mundial iniciada em 2008 assumiu uma nova face, como grave crise fiscal dos Estados. A insolvência dos Estados Nacionais, provocada pela botim dos rentistas, banqueiros e financistas em geral - aqueles mesmos que foram socorridos em 2008/2009 - ameaça não apenas a periferia da União Européia, os PIIGS (Portual, Irlanda, Itália, Grécia e Espanha), mas o próprio centro do sistema mundial capitalistas, os EUA, algo nunca visto, nem mesmo na Crise de 29.

Catastrofismos à parte, se eventualmente os EUA recorrerem ao FMI ou derem calote, estaremos às vésperas de uma crise muitíssimo maior do qualquer outra vivida pelo Capitalismo. A oposição se aproveita politicamente toda vez que ocorre essa votação sobre aumentar limites para o endividamento. Na verdade, tentam tirar dividendos políticos, passar a idéia de que o governo está gastando demais. O mais provável é o Congresso estadunidense subir o teto legal de endividamento público, à custa de grandes cortes orçamentários e de direitos sociais, a exemplo do que faz a Grécia e outros países europeus, como Portugal. Contudo, isso provocará uma forte retração da demanda agregada, ainda não totalmente recuperada da depressão de 2008, empurrando o país ainda mais para a Crise.

EUA se juntam a Grécia e Irlanda
Monitor Mercantil, 17/06/2011


O diretor do departamento de mercados monetários e de capital do FMI, Jose Vinals, diz que se entrou "claramente numa nova fase da crise global, ou seja, da fase política da crise" e alerta contra a falta de liderança política no que respeita à crise da dívida europeia.

Vinals disse que os quatro países que mais trabalho terão a fazer para restaurar as contas públicas e reduzir a dívida são "a Grécia, a Irlanda, o Japão e os Estados Unidos".

O relatório Monitor Fiscal, do FMI, avalia que, se o Congresso norte-americano não aprovar a ampliação da dívida do país, "existe um risco de enorme reação adversa do mercado". "Manter a emissão líquida de dívida em zero iria requerer cortes de gastos irreais no resto do ano fiscal", diz o documento.

O teto da dívida dos Estados Unidos já foi elevado 70 vezes na história. Nos últimos dez anos, o limite legal foi ampliado dez vezes. "Nós temos 187 países-membros. Estamos prontos a emprestar para todos eles, mas os EUA não precisam do apoio do FMI", disse o diretor de assuntos fiscais do Fundo, Carlo Cottarelli.

Economia dos EUA segue ladeira abaixo
Monitor Mercantil,15/06/2011


Nova York (EUA) - Os temores sobre a economia norte-americana continuaram a crescer com novos dados divulgados, apontando números desapontadores para a indústria e a inflação se acelerando para o maior patamar em quase três anos.

Além disso, a confiança dos construtores atingiu o menor patamar desde setembro passado, indicando que o setor, fundamental para a retomada da economia, vai continuar a derrapar.

A combinação de dados, associada aos temores cada vez maiores de um calote da Grécia, derrubou as Bolsas mundiais.

Obama alerta para risco de colapso nos EUA
Rogério Lessa, Monitor Mercantil,14/06/2011


O presidente dos Estados Unidos, Barak Obama, afirmou que o impasse sobre dívida pública, que atingiu o limite de US$ 14,3 bilhões em maio, pode gerar novo colapso econômico de proporções mundiais, num mome nto em que o país vive tímido compasso de recuperação. O governo precisa elevar o teto da dívida do país até 2 de agosto, data limite estipulada pelo Congresso.

"Não quero ver os EUA declarando default (moratória) de nossas obrigações", declarou o presidente.

Já o secretário do Tesouro, Timothy Geithner, disse que encontrou "formas paliativas" para manter as operações governamentais por mais dois meses antes de o governo declarar moratória de suas obrigações.

O economista Adriano Benayon, da Universidade de Brasília (UnB), não crê que o impasse se materialize, mas recomenda acompanhar o comportamento do ouro até a decisão do congresso americano. Nesta terça-feira, o ouro fechou cotado a US$ 1.523,80, em alta de 0,89%.

"A oposição se aproveita politicamente toda vez que ocorre essa votação sobre aumentar limites para o endividamento. Na verdade, tentam tirar dividendos políticos, passar a idéia de que o governo está gastando demais", disse, lembrando que o Tesouro dos EUA já interrompeu a operação de recompra de títulos, que provocou aumento substantivo da liquidez em nível mundial.

"A declaração de Obama deve dar um novo impulso ao ouro, pois não há moeda em condições de substituir o dólar", resumiu o economista.

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